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BRASIL

Conheça Lorene Figueiredo, pré-candidata a governadora de Minas Gerais, pelo PSOL

da redação
Lorene Figueiredo. Foto dela de perfil, com o rosto e parte do ombro. Ela tem os cabelos longos, ondulados e com fios brancos.

Fustigado pela atividade predatória da mineração, o estado de Minas Gerais foi palco, nos últimos anos, de alguns dos maiores crimes ambientais do país. Se o problema não é, em si, algo novo, o fato é que se aprofundou qualitativamente com o avanço da desregulamentação e desmonte da fiscalização promovidos por Zema e Bolsonaro. Para os grandes empresários do setor, os últimos quatro anos foram de privilégios maiores que nunca. A desigualdade social tem aumentado nesse que é o segundo maior colégio eleitoral do país.

Nesse contexto, a Conferência Eleitoral do PSOL-MG reafirmou o apoio do partido a Lula, colocando em primeiro plano dos seus planos eleitorais a derrota de Bolsonaro. Em nível estadual, o partido se prepara para apresentar uma forte chapa de deputados e deputadas federais e estaduais. Para o governo estadual, o PSOL aprovou apresentar o nome da professora Lorene Figueiredo, a serviço de uma candidatura feminista e socialista.

Quem é Lorene Figueiredo?

Lorene é Mãe de três, feminista e professora na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e tem toda sua trajetória ligada às lutas em defesa dos serviços públicos, da educação, pelo combate às violências de gênero e sexualidade e pela erradicação das desigualdades. É natural do Rio de Janeiro, onde foi criada em Realengo, bairro da periferia carioca. Vive em Minas Gerais desde 1994. Morou em Governador Valadares, Coronel Fabriciano e chegou em Juiz de Fora em fevereiro de 1997, cidade que a acolheu e a fez mineira de coração e convicção.

Ainda muito jovem, tomou contato com os livros por influência de seu avô, que trabalhava como tipógrafo, pertencia ao sindicato dos gráficos e era autodidata. Foi incentivada pela família a cursar o ensino médio técnico, por conta da necessidade de se inserir no mercado de trabalho ainda muito jovem, como é comum nas periferias .

Em seu lar a área da educação sempre foi valorizada, profissão que seu avô dizia ser o “alicerce de uma nação”. Assim, a escolha pelo magistério foi quase que “natural” , pois a família enxergava a profissão como imprescindível para transformar vidas e também a sociedade.

Lorene ingressou, então, no magistério aos 15 anos. Aos 18 anos tornou-se professora concursada trabalhando em escolas na periferia. Em 2000, passa a lecionar na educação pública municipal e estadual de Minas Gerais. Sua experiência docente esteve sempre articulada à percepção crítica da realidade social refletida no ambiente escolar, desde onde firmou o compromisso com o ensino público, gratuito e de qualidade socialmente referenciado, que marca sua atividade política, desde então.

Bacharel em História pela UFRJ (1994), Licenciada pela UFJF, possui Mestrado em Educação pela UFF (2006) e Doutorado em Política Pública e Formação Humana pela UERJ (2014). Leciona desde 2018 no Departamento de Educação da UFJF, após trabalhar por quase dez anos em outras universidades. Toda sua trajetória acadêmica foi entrecortada por uma intensa militância nos movimentos sociais, particularmente nas lutas sindicais dos trabalhadores e trabalhadoras da educação. 

Foi dirigente do Sindicato de Professores de Juiz de Fora e também do Sind-UTE/MG, além de ter sido da direção da regional no Rio de Janeiro do ANDES-SN, tendo sido ativa em diversas manifestações e movimentos grevistas da categoria. Participou de forma orgânica de movimentos feministas como Mulheres da Resistência/PSOL em Minas Gerais. 

Posicionou-se contrária ao impeachment de Dilma Rousseff e tem defendido, desde então, a unidade da esquerda contra o bolsonarismo e o conservadorismo. É filiada ao PSOL desde 2016. Pelo partido, em 2018 foi candidata a Deputada Federal como parte do esforço coletivo da militância para superar a cláusula de barreira e conseguir eleger uma deputada federal do PSOL. No ano de 2020, foi candidata à prefeita de Juiz de Fora. É também, presidenta do Diretório Municipal da agremiação. Nos últimos anos, dedicou-se aos movimentos que levaram às ruas o repúdio ao governo Bolsonaro, a exemplo do Vira Voto, Fora Bolsonaro, #EleNão, Tsunami da Educação, marchas, atos entre outros. 

Frente às ameaças golpistas de Bolsonaro, Lorene afirma a defesa e a construção de um programa que mostre que é possível governar para a maioria, para os que trabalham e que traduza a necessidade de resgatar valores como solidariedade, esperança, e empatia: “Para minha geração que ajudou a derrubar a ditadura é terrível ver ideias como as do presidente voltarem a ganhar força. Sou candidata pela democracia, pela esperança, pela afirmação do desejo de transformação. Mas é a esperança do Paulo Freire, do verbo esperançar, que não espera, que é ativa.“

O governador Romeu Zema, em aliança com Bolsonaro, vem desenvolvendo uma política que Lorene define como “da morte e da fome”. São 3 milhões de mineiros e mineiras vivendo em extrema pobreza, o que corresponde a 13,9% da população. Frente a esse quadro, a pré-candidata do PSOL tem considerado que a política do Partido Novo para a gestão do Estado faliu: “O fetiche das privatizações é um modelo esgotado. A pandemia foi a prova definitiva de que, quando a gente mais precisa, ou o poder público atua, ou o que fica para a maioria do povo é o sofrimento. O “mercado” não tem nada a oferecer a não ser a exploração e a negação de direitos. Quanto mais a resolver o problema da miséria e da fome sendo muitas vezes seu principal causador. Então, sou candidata contra Zema, afinal, como empresário e apoiador de Bolsonaro, ele não tem nada a oferecer para os mineiros e mineiras a não ser: cortes, ajustes, empobrecimento, liquidação de nossas empresas e favorecimento dos grandes proprietários, como os donos das mineradoras. Mais do mesmo. Governo para os sócios. Para nós, é preciso inverter as prioridades do governo estadual.”

Lorene também apoia Lula para presidente: “temos insistido na valorização dos serviços públicos, nos direitos das mulheres, negros e negras, pessoas LGBTQIA+ e todas as que sofrem as opressões que aumentaram terrivelmente nos últimos anos. Temos, também, lutado por outro modelo de relação com o meio ambiente, e fortalecido os movimentos que não querem ver nunca mais um mar de lama em Minas Gerais. Mas a primeira condição para conquistar tudo isso é dar um basta no pesadelo que tem sido o governo Bolsonaro. Por isso, estou com Lula, pela retomada democrática em nosso país.”

O PSOL considera que os socialistas estão na linha de frente da luta pelo direito à vida, ao trabalho, ao direito de acreditar que é possível sonhar e planejar o futuro. E, para não deixar ninguém esquecer que antes do lucro vem a vida, vem as pessoas. No bicentenário da Independência, temos ocupando a Presidência um defensor da ditadura, da tortura, que carrega o peso de quase 700 mil brasileiros mortos por COVID19, reincendiou os conflitos armados nas terras indígenas e incentiva as queimadas na floresta para atender a sanha de lucros do agronegócio, leia-se, latifundiários. 

Apesar do cenário, Lorene vê com otimismo e coragem uma transformação do Brasil “Estamos sendo desafiados a assumir os rumos da nossa história e a decidir em qual país nós queremos viver. Com as botinas dos latifundiários e seus serviçais, os milicos, no nosso pescoço, ou afirmar o país dos homens e mulheres, negros e negras, LGBTQIA+, Indígenas que insistem em ser livres e sonham! É o bicentenário da independência. Temos que proclamá-la nós mesmos e temos um país a reconstruir. A hora é agora! Vamos lá fazer o que será!” 

 

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