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BRASIL

Direito ao Futuro: PSOL lança plataforma com propostas para unidade das esquerdas

PSOL

Está no ar a plataforma Direito ao Futuro: diálogos do PSOL para reconstruir o Brasil! Um ato na Câmara dos Deputados marcou o lançamento deste processo coletivo que reunirá propostas por todo o Brasil nos próximos meses para contribuir com a unidade das esquerdas nas eleições de 2022.

A plataforma receberá contribuições virtualmente em que qualquer brasileiro pode apresentar suas propostas, assim como terá debates e eventos em todas as regiões brasileiras com especialistas das áreas, movimentos sociais, partidos de esquerda, militantes e ativistas.

Clique aqui e acesse a plataforma Direito ao Futuro: diálogos do PSOL para reconstruir o Brasil

A líder da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados, Sâmia Bomfim, apontou para a importância desta construção programática para derrotar o bolsonarismo na sociedade brasileira. “A derrota do bolsonarismo acontecerá trazendo propostas que possam apontar para um futuro radicalmente diferente, em que possamos combater a fome e também os privilégios do sistema financeiro, por exemplo”, explicou a deputada.

“Estamos juntos com todos e todas que estão dispostos a enfrentar a elite econômica desse país e promover transformações profundas que empoderem o povo trabalhador brasileiro”, continuou.

A plataforma terá cinco eixos centrais: economia, trabalho e renda; ampliação dos direitos sociais; direitos humanos e combate às opressões; meio ambiente, crise climática e transição energética; democracia, instituições e relações internacionais.

Como pontapé inicial, o PSOL apresenta 12 propostas centrais para nortear as discussões que o partido pretende fazer com o conjunto das esquerdas.

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, avalia o lançamento da plataforma Direito ao Futuro como um passo muito ousado do partido para mudar os rumos do debate eleitoral no Brasil. “O debate programático está muito ausente até agora no debate eleitoral do nosso país, a imprensa está mais preocupada com alianças e possíveis apoios do que com projetos e propostas para o país”, alertou Juliano.

“Além da esperança de derrotar o Bolsonaro, queremos superar o legado bolsonarista que vem se consolidando desde o golpe de 2016. Esse nosso chamado é um reconhecimento dos nossos limites e a apresentação da nossa disposição em construir coletivamente um programa capaz de superar esse legado bolsonarista”, concluiu o presidente do PSOL.

Os três principais itens programáticos que baseiam as propostas do PSOL para reconstruir o Brasil são a revogação das medidas implementadas após o golpe de 2016 (reforma trabalhista, reforma da previdência e Teto de Gastos); o enfrentamento à crise climática com medidas para financiar a transição energética, defesa de um novo modelo de desenvolvimento da Amazônia, desmatamento zero, garantia de direitos aos povos indígenas, tradicionais e quilombolas; e a proposição de uma reforma tributária que diminua a taxação no consumo de bens essenciais e populares e foque na taxação de renda e propriedade, incluindo a criação de impostos dos super-ricos/bilionários.

A deputada federal Talíria Petrone também esteve presente no lançamento da plataforma e apontou a importância de combater o drama brasileiro que afeta principalmente os corpos negros e os territórios periféricos. “Um homem negro assassinado na porta de sua casa por ser confundido com um bandido. Uma semana antes, um imigrante congolês brutalmente assassinado em frente ao quiosque que trabalhava. Nesta semana, outro jovem negro assassinado por um policial enquanto vendia balas. Nossa plataforma vem para combater essa barbárie que está posta sobre esses corpos negros que sofrem violências diariamente”, apontou Talíria.

“Queremos uma saída para esse drama brasileiro, que passa por entender as raízes da desigualdade no Brasil e combatê-las diariamente. Para isso é preciso unir as esquerdas para poder dar alegria novamente ao povo brasileiro”, continuou a parlamentar.

Guilherme Boulos também esteve presente e fará parte da comissão de negociação do PSOL com a candidatura presidencial do ex-presidente Lula, ao lado de Talíria Petrone e Juliano Medeiros. “Esse nosso ato hoje mostra a disposição do PSOL para construir um programa das esquerdas e nossa disposição para a unidade. Não vamos sair desse atoleiro, dessa encruzilhada histórica, sem unidade. Ela é fundamental para que a gente derrote Bolsonaro”, disse o líder sem-teto.

“Derrotar Bolsonaro é a principal tarefa de 2022, mas não é a única. É preciso avançar para derrotar o bolsonarismo, a destruição de direitos e o ódio promovidos por eles. Precisamos debater qual Brasil queremos construir a partir de 1° de janeiro de 2023, quando espero que o campo progressista esteja governando o país. A eleição de 2022 será uma batalha duríssima em cada canto desse país, com muita mobilização”, concluiu.


Contribuições do Esquerda Online

Desde o lançamento da plataforma na última quarta, 16, o EOL vem contribuindo com textos programáticos para a construção de um programa de esquerda para as eleições de 2022. Acreditamos que tirar Bolsonaro do poder é a principal tarefa da esquerda brasileira, mas não a única; precisamos revogar a agenda do golpe, a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência, e o Teto de gastos. É preciso enfrentar a crise climática, o agronegócio e defender a Amazônia e os povos originários, Bem como é preciso distribuir as riquezas do país taxando os super-ricos.

Sobre economia, trabalho e renda, tema do Eixo 1 da plataforma, lançamos o texto “Não há como enfrentar a desigualdade sem uma reforma tributária que taxe o andar de cima”, de Flavio Miranda.

Sobre Meio Ambiente, Crise Climática e Transição Energética, eixo 5 da plataforma, Matheus Hein escreveu a contribuição: “O Brasil pode ser a vanguarda da transição energética mas para isso precisa urgentemente mudar de rumo”

Por fim, publicamos o texto “Um governo sem golpistas para um Brasil sem golpe: Lula sim, Alckmin não!“, de autoria de Marco Pestana e Silvia Ferraro, que reafirma a posição contrária do Esquerda Online sobre a conformação de uma chapa com Geraldo Alckmin.

Lula Sim, Alckmin Não!

Geraldo Alckmin apoiou o golpe de 2016, como também apoiou toda a agenda de ataques à classe trabalhadora e contrarreformas. Mesmo após o tucano confirmar interesse em compor chapa do lado de Lula, sua posição sobre a agenda neoliberal segue a mesma, como ficou claro no caso em que o ex-governador se posicionou contra a revogação da reforma trabalhista de Temer.

Por isso somos contrários à aliança com o tucano e com qualquer partido de direita, alinhado aos interesses dos banqueiros, do agronegócio e do grande capital. É preciso estabelecer uma unidade entre os partidos de esquerda e os movimentos sociais, embalando a campanha eleitoral e as lutas sociais em uma mobilização crescente. Por isso, defendemos que o PSOL esteja na linha de frente do combate ao bolsonarismo, sendo categórico na defesa de um programa para a classe trabalhadora.

 

Veja o vídeo de Silvia Ferraro, da Bancada Feminista (PSOL/São Paulo) sobre o lançamento da plataforma: