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BRASIL

Vendedor de balas é assassinado por policial à paisana em Niterói

Ato está marcado para esta terça, 16h, na estação das barcas

da redação
G1

Vendedor de balas é morto em frente à estação das barcas em Niterói

“Se tivessem tirado o meu primo daqui o mais rápido possível, dava para salvar a vida dele. Mas, infelizmente, é vendedor de bala”

Um vendedor de balas morreu após ser baleado no início da tarde desta segunda-feira (14), em frente à estação das barcas no Centro de Niterói, Região Metropolitana do Rio. Hiago Macedo dos Santos, jovem negro, de 21 anos, sofreu um disparo a queima-roupa, de um policial à paisana.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada para socorrer o jovem trabalhador, mas não chegou no local a tempo e Hiago não acabou não resistindo.

“Se tivessem tirado o meu primo daqui o mais rápido possível, dava para salvar a vida dele. Mas, infelizmente, é vendedor de bala”, lamentou o primo do rapaz em entrevista ao G1.

O autor do disparo foi identificado como Carlos Arnaud Baldez Silva Júnior, policial militar lotado no 7° BPM (São Gonçalo), que estava passando pelo local. Segundo testemunhas ouvidas por sites locais, ele teria presenciado uma discussão entre Hiago e um cliente, na fila das barcas, e se metido. Em seguida, disparou contra Hiago. A PM divulgou uma nota vergonhosa, na qual afirma que policial teria reagido a um roubo. Ele foi levado para a Central de Flagrantes, na Delegacia do Centro (76ª DP), na Avenida Amaral Peixoto, no Centro da cidade.


Yago da Silva. Reprodução.

Passageiros e vendedores ambulantes que atuam na região entre as barcas e o terminal rodoviário reagiram ao ato bárbaro e imediatamente protestaram, tentando fechar o trânsito e chegando a atear fogo em um colchão na pista em protesto. A Praça Araribóia foi tomada por policiais e guardas municipais, que apagaram o fogo e reprimiram o protesto, lançando spray pimenta contra as pessoas, inclusive crianças de colo, e agredindo ao menos uma pessoa. Parentes e amigos de Hiago  protestaram em seguida em frente à 76ª DP, onde está o assassino. Ele deixa uma filha de dois anos.

Foto: Cleber Mendes

Representantes de mandatos de esquerda, como os do PSOL e do PCdoB, estão no local, apoiando os trabalhadores e familiares, junto com a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal. “4 de fevereiro de 2022. Um policial militar que não estava em serviço se sentiu a vontade para tirar a vida do jovem Iago Macedo, de 21 anos, em plena luz do dia aqui na estação das barcas de Niterói. Iago estava vendendo bala para se sustentar. Como pode tanta crueldade? Chega!”, afirmou a vereadora Benny Briolly (PSOL), nas redes sociais.

O assassinato ocorre 12 dias após a morte de Durval Téofilo, homem negro, assassinado a tiros pelo sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, no condomínio onde moravam, em Colubandê, na cidade vizinha, São Gonçalo. No sábado, 12, um protesto na principal praça da cidade exigiu justiça para Durval e punição para o assassino, um militar da Marinha que o teria confundido com um assaltante ao chegar em casa e disparou três tiros.

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Atualização: Ao final do dia, um ato foi marcado, por Justiça Para Hiago. Será realizado nesta terça-feira, às 16h, na estação das Barcas, em Niterói.

jovem negro Hiago Macedo de Oliveira BastosReprodução