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MUNDO

Marcas do ano de 2021 na América Latina: pandemia, crise econômica e eleições polarizadas entre esquerda e direita (Parte 1)

David Cavalcante(1), de Recife, PE, e Ge Souza, do Rio de Janeiro, RJ
Foto mostra pessoas em um lixão. São 3 homens negros, de costas. Ao fundo, acima da montanha de lixo, urubus.

Neste artigo e no próximo vamos desenvolver elementos de análise sobre a situação da América Latina e Caribe no ano de 2021, apontando algumas perspectivas para 2022. É claro que sendo um tema tão complexo e vasto, os dois artigos não esgotarão a discussão, e nem temos esta pretensão. Os artigos devem ser vistos como um primeiro passo para o aprofundamento e compreensão da situação e dos enormes problemas estruturais que enfrentamos, e que se arrastam desde a colonização, como as crises econômicas e políticas, o desemprego, a fome, a degradação do meio ambiente e a opressão, que nós latino-americanos sofremos cotidianamente.

Neste primeiro artigo vamos abordar a pandemia e suas consequências sobre a economia e a vida da população pobre da região. No próximo avaliaremos a crise climática e suas implicações, a luta contra as opressões e seus avanços, e a situação política e as eleições nos diversos países do continente, bem como o crescimento do neofascismo.

1. Pandemia: vacinação aumenta, mas sequelas econômicas e sociais se agravam

Este ano que se encerra foi marcado pelo agravamento da tragédia global da pandemia, com brutais sequelas humanitárias, econômicas e sociais. Somando-se os números de 2020, o mundo terminará 2021 com quase 300 milhões de pessoas com casos confirmados de contaminação e próximo de 5,5 milhões de vítimas oficiais, sem contar com as subnotificações. A pandemia provocada pelo coronavírus está longe do fim. Isto porque a vacinação em todo mundo é muito desigual, e o imperialismo não demonstra interesse em reverter este quadro.

Variante Ômicron faz dobrar casos no mundo, mas mortes estão em queda

No final de 2021 o que mais preocupa é o surgimento da variante Ômicron, que é 70 vezes mais contagiosa que a variante Delta e já está presente em todos os continentes. Para se ter ideia do poder de contaminação da nova variante, nos dois últimos dias do ano, com as novas notificações na Europa e nos EUA, o número de casos em todo mundo aumentou para mais 1 milhão por dia. Entre 26 de dezembro e 2 de janeiro, foram contabilizados 10,1 milhões de casos provocados pela Ômicron, contra 5,25 milhões na semana de 19 a 25 de dezembro. No dia 06 de janeiro foram registrados 2,52 milhões de casos, chegando a 10 milhões de infectados em 5 dias. Os EUA são o País responsável por metade das pessoas contaminadas e já soma 4,22 milhões de casos em uma semana. Mas especialistas dizem que há subnotificação, já que o resultado dos testes caseiros que não são informados ao governo. Devido ao grande número de não vacinados nos EUA (a vacinação está há meses estagnada em 62%), existem 103 mil pessoas internadas e morrem a cada dia, em média 1.236 pessoas, o que é um número muito alto.

A variante Ômicron já foi notificada em 18 países da América Latina e do Caribe. Na América do Sul os diagnósticos mais que dobraram, aumentando em 176% os casos notificados. Foram de 157 mil por dia, há uma semana, para 345,5 mil! O Brasil vive um “apagão de dados” nas notificações da doença, e isto faz com que os dados da região estejam imprecisos. No entanto, o Brasil registrou um aumento de 118% nos casos, na última quinzena, e é bem provável que este número seja bem maior. Os países que tiveram os maiores aumentos de casos na última semana foram a Argentina que passou de 1.900 casos diários para 100 mil; Brasil com 17.400 novos casos diários; Bolívia que viu as notificações crescerem de 1.700 para 11 mil, e o Uruguai que foi de 417 casos diários para 5 mil; a Colômbia teve 23 mil infectados em 24 horas.

A boa notícia é que ao que parece a Ômicron é menos letal para as pessoas vacinadas do que as variantes anteriores do Coronavírus. Segundo a OMS 90% das mortes que estão acontecendo no mundo neste momento são de pessoas não vacinadas. Os não vacinados têm 12 vezes mais chances de morrer pela variante Ômicron do que os vacinados. O negacionismo de governos e indivíduos, e o baixo índice de vacinação em países pobres, como na África, cobra seu preço.

As mortes semanais caíram de 45 mil para 42,5 mil. Toda redução de mortes é muito importante, mas ainda não temos o que comemorar. Uma doença que mata em média mais de 6 mil pessoas por dia, quando já se tem vacina, é uma tragédia. Na África do Sul, parece que o pico de contaminação e mortes está diminuindo. A média de mortes em 26 de dezembro foi de 66 pessoas, contra as 419 registradas no auge da pandemia, em julho de 2021. O Reino Unido tem em média 192 mil casos diários e 142 mortes por dia; no Brasil a média móvel de mortes é de 171 pessoas para 17.400 casos diários; na Argentina morrem 25 pessoas por dia, com 100.000 casos diários.

A variante Ômicron, no entanto, traz grande impacto sobre o sistema de saúde, a beira de um colapso, e para seus funcionários exaustos e que também estão se contaminando, pelo grande afluxo de pessoas aos hospitais. As UTIs já começam a ficar lotadas e sem capacidade para atender todo mundo. A economia mundial também é afetada, com a necessidade de novas medidas restritivas para o fluxo de pessoas, produtos, comércio e serviços. Em dezembro, as companhias aéreas suspenderam mais de 3 mil voos, porque grande parte de seus funcionários pegaram Covid, e as bolsas de valores caíram em todo mundo com a notícia do surgimento de uma nova variante da Covid. Os hospitais e transportes de Nova York estão com a capacidade de atendimento reduzida porque seus trabalhadores estão se contaminando com a nova variante e não podem trabalhar. O fechamento de empresas, pela contaminação dos empregados pela Covid, já é comum em todo o mundo.

Apesar das desigualdades regionais de acesso à vacina, principalmente no continente africano, 2021 também terminará como o ano da conquista da vacina, saindo de pouco mais de 42 milhões de pessoas completamente vacinadas para mais de 3,83 bilhões de pessoas neste final de ano, ou seja, cerca de 48,6% da população global. Ao passo que na África a média de vacinação completa não ultrapassou 10% da população, na América do Sul, felizmente, ultrapassamos a marca de 63% da população totalmente vacinada.

Mesmo com o avanço da vacinação na América Latina e Caribe como um todo, o continente foi o mais afetado na proporção da população global em 2020-2021, pois respondeu por mais de 47 milhões de pessoas infectadas, desde o início da pandemia, sendo 1,6 milhões de vítimas fatais, ou seja, cerca de 31% das mortes ocorridas no mundo, quando a América Latina e o Caribe representam 8,5% (aproximadamente 650 milhões de pessoas) da população mundial.

Em 2021 esse quadro começou a se reverter na América do Sul, que se converteu na região do planeta com o maior número de pessoas completamente vacinadas – 63%, e hoje as mortes por Covid na região representa menos de 20% das mortes em todo mundo. No entanto, é importante lembrar que o Peru tem a pior taxa de mortalidade do mundo, com mais de 200 mil mortos em uma população menor que 33 milhões de habitantes. Um dos efeitos trágicos da pandemia é o número de crianças órfãs naquele País: 93 mil (no Brasil são 113 mil), muitas vezes sem nenhuma assistência ou cuidados.

Na América Central, segundo a OPAS, a contaminação por Covid-19 continua com tendência de queda no número de casos, registrando um declínio de 10,8%. No Caribe os casos aumentaram 16%. Em termos de vacinação, 57,3% da população da América Latina e Caribe estão completamente vacinados com as duas doses, o que ainda representa uma ameaça de novos surtos e de novas variantes, mas principalmente do aumento das mortes.

 

Percentual de população vacinada

Fonte: Our World in Data/O Globo

INDICES DE VACINAÇÃO NA AMERICA LATINA

Fonte: Our World in Data/O Globo

 No final de 2020, a revista de medicina, The Lancet, uma das mais referenciadas no mundo, publicou um Editorial dedicado ao continente, onde destacou:

[…] a região como um todo está enfrentando uma crise humanitária originada de instabilidade política, corrupção, agitação social, sistemas de saúde frágeis e, talvez o mais importante, desigualdade duradoura e generalizada – de renda, saúde e educação – que foi incorporada o tecido social e econômico da região2.

2. Economia: mesmo com crescimento os efeitos da pandemia não serão revertidos

Os trágicos impactos da pandemia ultrapassam as mortes imediatas. Segundo a CEPAL, a projeção de crescimento econômico para a região continental poderá alcançar 5,2% do PIB (em 2020 a retração foi de 6,8%) e, mesmo assim, não será suficiente para recuperar os indicadores da pré-pandemia. Conforme o Relatório3 da instituição:

Os problemas estruturais que limitavam o crescimento da região antes da pandemia se agravaram e repercutirão negativamente na recuperação da atividade econômica e nos mercados de trabalho além da retomada do crescimento de 2021 e 2022. Em termos de renda per capita, a região continua em uma trajetória que conduz a uma década perdida, alerta o relatório.

O documento explica que a taxa de crescimento atual não é sustentável e existe um risco de retorno a trajetórias medíocres, com insuficiente investimento e emprego, e maior deterioração ambiental. A crise derivada da pandemia aumentou a desigualdade e a pobreza, afetando principalmente as mulheres, estudantes e idosos. Além disso, chegou em um momento em que a região estava estagnada, sem enfrentar a crise de longo prazo do investimento, do emprego e da diversificação produtiva sustentável. Reconhece também que as medidas fiscais adotadas pelos países foram importantes, mas insuficientes em montante e duração. (Relatório CEPAL)

As previsões da CEPAL para 2022 na região latino-americana são ainda piores. Espera-se um crescimento médio de 2,9%, na América Latina e Caribe, isto é, haverá uma desaceleração da economia em relação a 2021. Os persistentes problemas estruturais da região, como a desigualdade, a pobreza, pouco investimento e baixa produtividade, fruto da dependência econômica do imperialismo, só tendem a se agravar em 2022.

A recuperação econômica em 2021 se deu basicamente por causa de uma combinação de programas de incentivos fiscais tais como a transferência de renda às populações pobres, os empréstimos a empresas, as isenções de impostos e os subsídios ao desemprego, como no Brasil, Chile e Peru. Já os países em que não houve ajuda governamental, a pessoas e empresas, como na Argentina, Colômbia e México, o crescimento do PIB foi menor em 2021. O grande problema de uma recuperação econômica em base a subsídios governamentais é que ele não é sustentável, particularmente em economias dependentes do mercado internacional, como as da América Latina.

Segundo as previsões da CEPAL, a única região da América Latina que pode se recuperar em 2022 é o Caribe (crescimento de 7,8%), puxado pela Guiana (crescimento de 32%) e Santa Lucia (crescimento de 11,9%).

 

América Latina e Caribe (33 países): taxa de crescimento do PIB em 2020 e projeções para 2021 e 2022

(em %)

Região

2020  

2021  

2022

Mundo

-3,1

5,9

4,9

América latina e Caribe  

-6,8

5,2

2,9

América do Sul

-6,3

5,1

2,7

América Central e México 

-8,1

5,6

3,5

América Central

-7,3

5,1

4,5

Caribe

-7,5

4,1

7,8

Fonte: CEPAL/FMI.

Os mais ricos ficaram mais ricos

Em toda crise econômica algum setor do capitalismo lucra. Nesta crise pandêmica não foi diferente. Enquanto os 99% ficaram mais pobres, o 1% ficou mais rico! No total a fortuna dos 10 homens mais ricos do mundo cresceu US$ 402 bilhões ou R$ 2,2 trilhões de reais em 2021, isto é, 25,5% do valor do PIB brasileiro no mesmo ano! Isso tudo graças aos investimentos no mercado financeiro e ao valor das ações de suas empresas no mercado mundial. Mas quem são esses 10 “afortunados” que lucraram tanto com a crise pandêmica?

Ganhos das 10 pessoas mais ricas do mundo em 2021
(em bilhões de dólares)

Nome

Empresa/Área de atuação

Ganhos em 2021

Elon Musk

Tesla

US$ 121 bilhões

Bernard Arnaut

LVMH: marcas de luxo de moda

US$ 61 bilhões

Larry Page

Google

US$ 47 bilhões

Sergey Brin

Google

US$ 45 bilhões

Steve Balmer

Esporte/Microsoft

US$ 41 bilhões

Larry Ellisson

Oracle

US$ 29 bilhões

Mark Zuckerberg

Facebook

US$ 24 bilhões

Warren Buffett

Mercado financeiro

US$ 21 bilhões

Bill Gates

Microsoft

US$ 7 bilhões

Jeff Bezos

Amazon

US$ 5 bilhões

Fonte: O Globo/Época Negócios.

O número de bilionários latino-americanos cresceu 40% durante a pandemia. As 107 pessoas mais ricas da região têm um patrimônio líquido conjunto de 480 bilhões de dólares ou R$ 2,7 trilhões de reais. No final de 2019 havia 76 latino-americanos com mais de 1 bilhão de dólares, com um patrimônio conjunto de US$ 284 bilhões de dólares.

Segundo estudo do PNUD, órgão da ONU, 75% dos bilionários da região têm nacionalidade brasileira ou mexicana. O primeiro mais rico da lista é o mexicano Carlos Slim, dono da América Móvil, empresa de telecomunicações, dona da Claro no Brasil, que tem uma fortuna de 70 bilhões de dólares. Em seguida vem o mexicano Germán Larrea, dono do Grupo México, que atua no ramo de mineração, transporte e infraestrutura, com um patrimônio líquido de 26 bilhões de dólares. Em terceiro lugar está o brasileiro Jorge Lemann, dono da Anheuser-Busch InBev, que atua no ramos de bebidas, cuja fortuna pessoal é de pouco mais de 20 bilhões de dólares.

Enquanto a minoria enriquece, a desigualdade estrutural aumenta na América Latina (e no mundo), que já era considerada antes da pandemia a região mais desigual do planeta. Segundo a CEPAL, 12,5% vivem em condição de pobreza extrema, ou um em cada oito latino-americanos. Esse é o nível mais alto desde 2000. A pobreza moderada atingiu no final de 2020, 33,7% da população ou um em cada três habitantes da região. Somados os dois índices temos um contingente de 46,2% dos latino-americanos vivendo na pobreza ou 299 milhões de pessoas vulneráveis, que não se alimentam regularmente, em condições de moradia precárias, sem acesso a saúde pública e educação de qualidade, desempregados ou em trabalhos precarizados e com baixa remuneração.

Segundo o Banco Mundial, os três países mais pobres da região são Honduras, Colômbia e Equador que registram taxas de pobreza de 49%, 29,4% e 25,4%, respectivamente, com pessoas vivendo com até US$ 5,50 dólares por dia. No outro extremo, os países menos pobres da América Latina e Caribe são Uruguai (3,2%), Chile (3,6%) e Costa Rica (10,6%), respectivamente. Junta-se a essa dramática situação o fato de que as camadas de renda média diminuíram 4,1% ou 25 milhões de pessoas que ficaram mais pobres. Como sempre os que têm menos pagam pelas crises do capitalismo.

Mercado de trabalho: desemprego, precarização e desvalorização dos salários

A crise pandêmica e econômica se traduz em um aumento sem precedentes do desemprego na América Latina e Caribe, com o fechamento de micro, pequenas e médias empresas, e as demissões em massa nas grandes empresas. Em estudo encomendado pelo G1 a Austin Rating  sobre a taxa de desemprego em 2021, de 44 países. Nos cinco primeiros lugares, dos países com maior índice de desemprego, três são latino-americanos. Em primeiro lugar está a Costa Rica com 15,2% de desempregados. Em quarto lugar está o Brasil (a 13ª economia do mundo), com 13,2%, e em quinto lugar vem a Colômbia com 12,7%. A taxa de desemprego no Chile é de 8,4%, na Argentina é de 8,2% e no México de 4,3%. Estes três países, junto com o Brasil, concentram 66% do PIB da América Latina e Caribe. De modo geral, o emprego formal caiu 5,3% na região, enquanto o trabalho autônomo cresceu 5,7%.

A América Latina teve a maior redução em horas de trabalho em todo o mundo. Enquanto no mundo a estimativa de horas de trabalho caiu em média 8,8%, a América Latina e o Caribe registraram perda de quase o dobro: 16,2% apenas em 2020. Segundo a OIT, cerca de 70% dos postos de trabalho criados na América Latina do início de 2020 até o primeiro trimestre de 2021 foram gerados na informalidade. 

Segundo Vinícius Pinheiro, diretor da OIT para a América Latina e Caribe, a recuperação econômica de 2021 ainda é insuficiente para recuperar os empregos perdidos, e o mercado de trabalho se caracteriza por uma taxa de desemprego alta, com o predomínio de ocupações informais. Segundo a OIT, 70% dos empregos criados entre 2020-2021 eram informais. De um total de 292 milhões de pessoas empregadas na América Latina e no Caribe, 158 milhões trabalham em condições de informalidade, o equivalente a uma taxa média regional de 54%.

Nem a quantidade nem a qualidade dos empregos que esta região necessita para fazer frente a uma crise sem precedentes estão sendo criados. O panorama laboral é complexo e apresenta desafios de grande magnitude.

Em 2021, as ocupações informais são as que estão liderando a recuperação parcial do emprego”, acrescentou Pinheiro, que também lembrou que “se trata de empregos geralmente instáveis, com baixos salários, sem proteção social nem direitos.

Soma-se ao desemprego e a precarização das relações de trabalho, a perda do poder aquisitivo dos salários por causa do crescimento da inflação em todo o mundo, impactada pelo aumento dos preços dos combustíveis, da energia, dos alimentos e insumos e das variações cambiais. Os cinco países com maior índice de inflação anual no mundo são Argentina (52,5%), a Turquia (19,89%), Brasil (10,25%), Rússia (8,13%) e México (6,24%). Antes da mudança cambial, com um corte de seis zeros na moeda, a Venezuela acumulava uma hiperinflação de 2.720%!

Em todo o mundo estima-se que a renda média dos trabalhadores informais caiu 60%. Na América Latina e Caribe essa perda foi maior, e chegou a 80%. A renda média de um trabalhador (a) na região é de US$ 267 dólares mensais. Para efeito de comparação a renda média de um trabalhador (a) nos EUA é de US$ 5.046 dólares mensais e nos países pertencentes a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), composta por 19 países europeus mais EUA, Canadá, Japão, Austrália e Nova Zelândia, a renda média salarial é de US$ 3.603 mensais. No Brasil, maior economia da região, a renda média caiu 20% em 2021 foi de R$ 2.433 ou US$ 434.

Com tanta desigualdade e crise social, ampliadas pela crise climática e a opressão, a reação da classe trabalhadora e da população pobre em geral, se fez sentir nas lutas e nas urnas, causando uma mudança na situação política latino-americana. É o que veremos no próximo artigo.


1 Cientista Político.

2 https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(20)32328-X/fulltext

3 https://www.cepal.org/pt-br/comunicados/o-crescimento-america-latina-caribe-2021-nao-conseguira-reverter-os-efeitos-adversos