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OPRESSÕES

Jovem desacordada é levada por estranhos em Paranaguá (PR) e sofre estupro. Entidades cobram apuração e punição

Leia abaixo a nota de repúdio divulgada pelas entidades da cidade

Reprodução / imprensa local

Jovem sendo levada

Caso Posto Mahle violência contra a mulher em Paranaguá

 No sábado (09/10) uma jovem de 19 anos saiu carregada e desacordada por três homens do Bar e Restaurante Mahle, um bar conhecido e bem frequentado do município. Na ocasião conforme constatado pelas imagens amplamente divulgadas, a jovem está aparentemente inconsciente quando é retirada do local. Os relatos contam que ela amanheceu desnuda em um motel com um homem desconhecido, onde observou que suas vestes estavam rasgadas. Já em casa, a jovem constatou que seu absorvente íntimo estava tão profundamente penetrado que foi necessário se deslocar até o Hospital Regional do Litoral para realizar o procedimento de remoção. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, tornou-se público e foi amplamente divulgado nas redes sociais.

Este crime abala e revolta profundamente toda a população, em especial as mulheres, causando apreensão e insegurança, principalmente por ter iniciado o acometimento na presença de várias pessoas que viram a jovem sendo retirada carregada do estabelecimento desacordada, provavelmente sob efeito de alguma substância, a filmaram, porém nenhuma atitude de solidariedade ocorreu pelos que assistiram tal situação! Isso apenas demonstra como nossa sociedade ainda banaliza e naturaliza comportamentos assediadores e violentos contra as mulheres.

Vivemos em uma sociedade historicamente machista e sexista, na qual as mulheres continuam sendo culpabilizadas por sofrerem crimes como esse, algo que ficou perceptível nos comentários sobre o caso nas redes sociais, que culpabilizam a vítima em questão. Nos últimos anos a violência contra mulher tem aumentado, precisamente na pandemia ocorreu um aumento de 40% em denúncias de violência conta a mulher no canal 180. É urgente que seja extinta a cultura do estupro, que banaliza este tipo de crime e, é imprescindível que as crianças, nosso futuro, sejam educadas desde os primeiros anos nas escolas sobre igualdade entre os gêneros, a combater comportamentos machistas e violentos contra a mulher, bem como a respeitar as mulheres.

O direito de ir e vir das mulheres deve ser respeitado e garantido, o direto de se divertir, de se vestir e se comportar como desejar. Somos seres livres, e como tais, temos o direito de sermos quem somos sem sofrer nenhuma violência, sem termos nossos corpos violados. Em pleno século XXI não podemos permitir que as mulheres sejam tratadas como seres inferiores, submissos ou objetos de prazer.

Exigimos respeito, exigimos que todas as providências sobre este fato sejam esclarecidas e os culpados sejam responsabilizados e punidos. Entendemos que é impossível isentar da responsabilidade o estabelecimento comercial no qual a jovem saiu carregada e desacordada, afinal ela ficou inconsciente no local e mesmo assim os responsáveis pelo estabelecimento negligenciaram a situação, não intervieram para chamar o SAMU, não indagaram para onde ela estava sendo levada e o que havia acontecido. As evidências indicam que houve crime contra a dignidade sexual.

Esperamos que sejam tomadas todas as providências para o rápido esclarecimento do crime e a punição dos culpados, pois não podemos permitir que esses crimes sejam banalizados pela sociedade e muito menos que haja a culpabilização da vítima.

Acompanharemos atentamente o andamento da investigação até a conclusão, para que não se repita o que aconteceu no caso da Mariana Ferrer.

Nós, mulheres, temos o direito de ir e vir, de frequentar os lugares sem sofrer nenhum tipo de violência e sem medo. Nos solidarizamos com a jovem e os seus familiares e nos colocamos à disposição para apoiar no que estiver ao nosso alcance.

Basta de violência contra as mulheres!

 

Assinam o documento:

União Brasileira de Mulheres PR
Marcha Mundial de Mulheres
Nucress Litoral
Rede Feminista de Saúde-PR
União da Juventude Socialista
UNALGBT-PR
UNEGRO-PR
União Paranaense de Estudantes
União Paranaense de Estudantes Secundaristas
Coletivo Roda D’ Água
Aliança LGBTI – Paranaguá-PR
Centro Acadêmico de Ciências Sociais – Rosedir Mendes Costa/IFPR
CEBRAPAZ – PR
Associação de Moradores do Bairro Labra
APP Sindicato Núcleo Paranaguá
Federação de Mulheres do Paraná
Associação de Moradores do Bairro Jardim Iguaçu
Associação de Moradores da Ilha Dos Valadares
Democracia Socialista do Litoral do Paraná
Núcleo de Direitos Humanos Marielle Franco
Partido Socialismo e Liberdade – PSOL
Partido dos Trabalhadores – PT
Partido Comunista do Brasil – PCdoB
Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil – CTB Litoral
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Litoral do Estado do Paraná – SINDEESP

 

Leia sobre o caso na imprensa local