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MOVIMENTO

Sindicato dos servidores de Campinas – uma eleição para unir a esquerda da cidade

Por Bernardo Mendes Ribeiro* e Adriano Martins**, de Campinas, SP
Andre Azem | EOL

Nos dias 22 e 23 de setembro ocorrerá uma importante eleição, a do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Campinas. Engana-se quem pensa que esse evento diz respeito somente aos servidores municipais. Este sindicato, filiado à CTB, é uma entidade central na luta por direitos de toda a classe trabalhadora da cidade. Porém, na última década, esteve aparelhado por dois mandatos do governo Jonas Donizette (PSB) e, agora, por Dario Saadi (REPUBLICANOS).

Apesar da importância que poderia ter no movimento sindical e popular em Campinas, o STMC simplesmente não participa das lutas da cidade – e pior: sua diretoria o transformou numa espécie de clínica ou SPÁ, com serviços como reflexologia e auriculoterapia – além de linha auxiliar de bancos, ao oferecerem crédito consignado para os servidores.

Nos períodos de dissídio, ao invés de fazer campanha salarial, a diretoria do STMC simplesmente exclui a categoria do processo todo e encerra a campanha o mais rápido possível, impondo aos servidores uma série de perdas e nenhum avanço nas pautas específicas. Quanto à luta política a diretoria do STMC se abstém: simplesmente não compõe frentes de mobilização como a do comitê FORA Bolsonaro, organismo que tem atuado em questões importantes como a luta contra a reforma administrativa e a privatização dos Correios. As seguidas campanhas salariais meramente protocolares, encerradas com atropelo pela diretoria do sindicato em assembleias com as votações ignoradas, levaram os servidores a se organizarem em diferentes grupos de Oposição à diretoria do STMC: o Coletivo Trabalhadores em Luta e a Oposição Unidade e Luta. Nas eleições passadas esses grupos lançaram chapas diferentes e foram derrotadas pela chapa do governo, que, além de ter emplacado Comissões Eleitorais (CEs) à serviço da própria chapa 1, recorreu à violação das urnas para anular criminosamente votos dados pelos servidores para as chapas de oposição.

A “renovação” da chapa 1 levou uma série de colegas a perderem as esperanças quanto à retomada do sindicato para a própria categoria e gerou uma onda de dessindicalização. Hoje, o universo de sindicalizados aptos a votar na chapa 2, a chapa das Oposições Unificadas, é menor, ao passo que a base da chapa 1, formada essencialmente por comissionados biônicos da Prefeitura e aposentados, é bastante expressivo.

Por isso, para fazer avançarem as campanhas dos servidores e retomar as lutas na cidade é necessário eleger a chapa 2 nos dias 22 e 23 de setembro! Caso contrário, não somente os servidores amargarão mais 4 anos de derrotas, como também toda a esquerda de Campinas será prejudicada. O STMC não constrói as lutas da cidade porque se encontra sequestrado pela Prefeitura de Campinas e pelos pelegos. É tarefa dos servidores das Oposições Unificadas, de mãos dadas com os demais lutadores e movimentos sociais de Campinas, conquista dessa vitória!

 

*Professor de educação infantil e militante do PSOL

**Militante do PSOL

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campinas / Travessia