Bancada Feminista do PSOL apresenta proposta de plebiscito para decidir sobre retirada do Borba Gato


Publicado em: 30 de julho de 2021

Brasil

Bancada Feminista do PSOL

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Brasil

Bancada Feminista do PSOL

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Compartilhe:

Ouça agora a Notícia:

O mandato coletivo Bancada Feminista do PSOL protocolou nesta sexta (30) um Projeto de Decreto Legislativo que propõe a convocação de consulta pública, via plebiscito, sobre o destino da Estátua Borba Gato. O monumento foi alvo de uma ação política no último dia 24 e tem gerado um debate na sociedade sobre o significado de homenagens a personagens ligados à escravidão e ao genocídio dos povos indígenas.

A intenção do projeto, segundo as proponentes, é ampliar o debate sobre o tema e garantir que a população participe da tomada de decisão, pois as autoridades competentes nada fazem para impedir que espaço público seja um local de exaltação da história racista e genocida que marca a formação do país.

Paula Nunes, advogada e covereadora negra do mandato coletivo Bancada Feminista do PSOL, acredita que já passou o momento de retirarmos esse tipo de homenagem que ajuda a sustentar ideologicamente o racismo estrutural na sociedade. “Acreditamos que a ação política no Borba Gato abriu no Brasil um debate que já ocorre em muitas partes do mundo. Queremos saber agora se a Câmara Municipal está aberta a ouvir a população sobre isso ou se vão preferir reforçar, unilateralmente, essa história de todo tipo de violências e massacres vividos pelos povos indígenas e negro do Brasil”, disse a covereadora.

O mandato coletivo apoia outras iniciativas relacionadas à substituição de monumentos, estátuas, placas e homenagens a escravocratas e higienistas que tramitam nas Casas legislativas municipal, estadual e federal. Em São Paulo, a estátua do Borba Gato representa a exaltação aos bandeirantes, sertanistas do período colonial que buscavam riquezas minerais como ouro e prata, indígenas para escravização e destruição de quilombos, em nome da Coroa Portuguesa.

As covereadoras também repudiam veementemente a prisão temporária de Paulo Galo, entregador antifascista que integra o grupo que assumiu a autoria do ato político na estátua, e sua companheira Géssica, que nem estava na manifestação. “A resposta do Estado pela via da criminalização é a pior possível. O debate sobre o racismo estrutural na nossa sociedade foi colocado pelo movimento negro muito corretamente. Ou enfrentamos esse debate com o conjunto da sociedade ou o Estado estará apenas reproduzindo sua violência contra os povos negros e indígenas”, afirma Paula Nunes.

A Bancada Feminista do PSOL está empenhada na libertação imediata de Paulo Galo e Géssica, pais de uma criança de três anos.

O mandato coletivo é composto por Silvia Ferraro, Paula Nunes, Carolina Iara, Natália Chaves e Dafne Sena. Três delas são mulheres negras.


Contribua com a Esquerda Online

Faça a sua contribuição