Estamos a poucos dias do quarto grande ato nacional pelo Fora Bolsonaro, que ocorrerá em centenas de cidades no sábado, dia 24 de julho. Nunca foi tão necessário que toda a esquerda seja capaz de se unir. Nunca foi tão decisivo que todos os movimentos sociais se levantem. Negros, mulheres, estudantes, LGBTQIs, trabalhadores e trabalhadoras de todas categorias, da cidade, do campo e da floresta.
Muitos milhares perderam suas vidas porque as vacinas chegaram atrasadas. O desemprego sacrifica 15 milhões. A fome já flagela quase 20 milhões. Eletrobrás, Petrobrás e Correios estão sendo privatizados. A reforma administrativa vem aí, destruindo o serviço público. A Amazônia está em chamas. As terras indígenas ameaçadas. Todas as liberdades estão sob cerco. Bolsonaro, mesmo enfraquecido e enlameado com escândalos de corrupção, não interrompe as declarações golpistas.
Os atos pelo Fora Bolsonaro têm que ser construídos nos locais de trabalho, de moradia, nas ruas. Vale conversar com cada colega, cada amigo, cada familiar. Vamos à luta. Pode ser maior. Precisa ser maior. Ajude a divulgar os cards e os vídeos nas redes sociais. É possível derrubar Bolsonaro, mas depende de cada um de nós. Listamos, a seguir, cinco motivos para ir às ruas no dia 24 de julho, sábado.
1. Interromper o genocídio e a fome imediatamente: impeachment, já
Não podemos esperar até as eleições para tirar o assassino do governo. O maior perigo é Bolsonaro seguir no poder até o final de 2022. Quantas mortes a mais (por covid, bala e fome) isso significará? O governo está enfraquecido, mas o centrão ainda sustenta o governo no Congresso. Porém, as primeiras fissuras começaram a aparecer. O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL), se pronunciou favoravelmente sobre o super-pedido de impeachment. É hora de pressão total sobre Arthur Lira (PP).
2. Defender o serviço público e os trabalhadores e evitar a privatização das Eletrobrás, Correios e Petrobrás
Na pandemia, grande parte da população percebeu a importância do SUS e do serviço público em geral. Os trabalhadores mantiveram as cidades funcionado na pandemia, como os entregadores de alimentos, os operários da indústria e da construção civil e os trabalhadores do transporte público e dos serviços de limpeza. Mas são esses mesmos trabalhadores — negros, mulheres e periféricos em sua maioria — que mais morreram por Covid, têm seus direitos atacados e sofrem com o arrocho salarial.
A reforma administrativa do governo (PEC 32) visa justamente atacar os servidores que garantem esses serviços essenciais à população, retirando, por exemplo, o direito à estabilidade do funcionário público, o que vai ser prato cheio para a corrupção.
Além disso, o governo, com o apoio de toda a direita, quer privatizar os Correios, uma empresa estatal lucrativa que presta um serviço de qualidade em todo território nacional. Temos também a privatização crescente da Petrobrás por meio da venda de refinarias e de outros ativos, causando aumento nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha e enfraquecendo nossa soberania. Para defender o serviço público e o patrimônio nacional, é preciso tirar Bolsonaro, já.
3. Evitar o massacre dos povos indígenas e o ecocídio
Bolsonaro sancionou com vetos a lei que prevê medidas de proteção para comunidades indígenas durante a pandemia do novo coronavírus. O Poder Executivo barrou 16 dispositivos da norma. Entre eles, os pontos que previam o acesso das aldeias a água potável, materiais de higiene, leitos hospitalares e respiradores mecânicos, não tendo apresentado um plano de proteção aos povos indígenas na pandemia.
Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro afirma que “nem um centímetro a mais de terra indígena será demarcada”, e cumpre sua promessa ao pautar o Marco Temporal no Congresso.
O objetivo de Bolsonaro é “passar a boiada”, comprometendo os biomas brasileiros. Os principais inimigos dos ecossistemas brasileiros são as madeireiras, a mineração e o agronegócio. Todos esses setores estão ligados ao desmatamento, à destruição dos modos de vida tradicionais e a operações ilegais em áreas preservadas. Quanta destruição a mais do meio ambiente e dos povos indígenas ocorrerá se Bolsonaro seguir no poder até as as eleições? Vamos deixar isso acontecer?
4. Derrotar as ameaças golpistas e o neofascismo
Embora esteja cada vez mais enfraquecido e bombardeado por escândalo de corrupção, Bolsonaro mantém as ameaças golpistas. Afirma que não aceitará eleições sem voto imprenso e que se ele perder será por fraude. Desse modo, alimenta sua base mais radical com o discurso golpista.
Como um fascista que é, Bolsonaro não vai entregar o poder sem radicalizar. Por isso, não podemos dar tempo pra ele recuperar forças até as eleições do ano que vem. É preciso aproveitar o momento de fragilidade mais intensa do governo para tirar Bolsonaro do poder, enfraquecendo, assim, qualquer possibilidade golpista.
5. Abrir caminho para um governo de esquerda, para transformar o Brasil
Derrubando Bolsonaro com a força das ruas, com a mobilização dos trabalhadores e da juventude, abriremos caminho para a conquista de um governo da esquerda, para realizar as mudanças estruturais a favor da maioria explorada e oprimida do nosso país.
Tirar o fascista do poder é o primeiro passo. Nesse sentido, a esquerda deve reforçar o chamado às ruas. Seria importante, também, que Lula, a principal liderança popular do país, convocasse os atos e estivesse presente na manifestação pelo Fora Bolsonaro.
Mas não podemos parar aí. A luta deve ser também por um projeto de esquerda anticapitalista, para estabelecer um governo comprometido com as transformações econômicas, sociais e democráticas de fundo, que rompa com o neoliberalismo, revogue todas as contrarreformas e atenda às principais demandas do povo trabalhador e oprimido (emprego, renda, educação, saúde, moradia, fim do genocídio do povo negro, defesa do meio ambiente e direitos democráticos). Para aplicar esse programa, precisamos de uma de Frente de Esquerda nas lutas e nas eleições, sem alianças com a direita.
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