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BRASIL

Crônica de um país assassinado

Abel Ribeiro*
Equipe EOL

Um cidadão chamado República Federativa do Brasil, rapaz latino-americano com muito dinheiro no banco foi assassinado. Ele é reconhecido pela ONU como Estado soberano, pois tem fronteiras e governos independentes e é pai de 210 milhões de pessoas.
O sujeito teve a vida literalmente devassada por meliantes e assassinos que estão soltos, mas que já foram identificados. Um deles, chamado de Covid-19, lidera uma gangue de mutantes de origem ainda desconhecida que faz parte da facção do coronavirus. É altamente letal! O outro, identificado por mito, cidadão branco, homofóbico, racista, machista e adepto do fascismo vem sendo investigado por uma comissão no congresso pelo assassinato de milhares de filhos do cidadão Brasil. Ele ainda é suspeito de ter ligação com milícias.

O assassinato do Brasil colocou a mãe Terra em alerta. A dupla assassina também ataca a natureza e os pobres; possui atuação em vários lugares do mundo. A pátria que pariu esses perigosos bandidos ainda segue sendo investigada, mas já se sabe que três e meio milhão de mortos no mundo tem ligação com a dupla da matança. O efeito devastador do extermínio também tem levado ao desemprego, aumento da fome, miséria e vários tipos de doenças.
A gravidade do estrago provocado ao pai Brasil, deixou milhares de feridos e sequelados até o momento e todo dia se lamenta a ruína do big Dad. Refugiados, confinados e adoentados, hospitalizados vêm suportando as dores provocadas pela dupla que segue solta num quadro devastador.

A maior arma construída pela ciência para combater os bandidos tem o nome de vacina, mas um dos bandidos agiu para interditá-la o que causou feridas enormes e morte de famintos no “país dos banguelas”. E o congresso dos “trezentos picaretas com anel de doutor” o que tem feito? Tem usado a conivência de um senhor chamado Centrão, ávido por dinheiro e protetor de um dos meliantes responsável pela lenta vacinação, aglomeração e o crescente número de falecimentos.

A tragédia anunciada do cidadão Brasil por estes assassinos precisa ser contida. Seus filhos não fugirão da luta e já disseram que em sairão as ruas em doses mais fortes contra a audácia dos matadores. Um deles tem apoio de uma pequena parcela de verdes-amarelos de recaída fascista e militares saudosistas da ditadura que desfilam pelas ruas da (res) pública com automóveis governamentais de peito aberto e sem máscara. Eles querem mais mortes (de pobres e negros) e provocam aglomeração de pessoas que os aplaudem e caminham como manada vendo a banda passar.

“Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo…” B. Brecht

Eliminaram o Brasil idoso e jovem retirando recursos da educação. Liberaram verbas para os militares e forças armadas. Defenderam a liberação armas de fogo. Assassinaram inocentes nas periferias e bairros pobres. Deixaram os grandes traficantes e milicianos engravatados soltos nos seus condomínios luxuosos. Apostaram na imunidade de rebanho e nos comprimidos inseguros.

A indigna nação vive na corda bamba. Passamos pela tortura da impaciência. Chegou a vez de transformar o luto em luta e declarar guerra a raiva contida e a tristeza reprimida liberando as forças da terra dourada. Não tremeremos nossas mãos na hora de convocar as massa, os insatisfeitos, indignados e erguer de esperança contra o terraplanismo que deixou nossa visão turva. Jacarés vacinados reanimem vossos espíritos contra os carcomidos assassinos.

Nossos irmãos de classe colombianos, chilenos, americanos, palestinos… Atreveram-se de novo a lutar abrindo portas contra o morticínio psico-político- maníaco. A crença na força dos de baixo vem se renovando e a temperança na possibilidade de mudança, reabre corações deprimidos neste maio que se abre contra os colonizadores, capitalistas, exploradores e mercadores da alma.
Não acreditamos em super-homens e nem em mulheres-maravilhas. A liga da justiça se chama luta de classes e, nas primeiras filas desse tribunal, devem estar os explorados e oprimidos com dedo no olho dos exploradores e opressores assassinos. O Brasil é maior que seus governantes, a revolução é superior ao discurso e a história nos convida a agir, nenhum Deus há de controlá-la.

Os filhos do Sr. Brasil estão sendo assassinados. Chegou a hora de a multidão encarar a morte e defender a vida, para fazê-la mais viva do que nunca. A celebração da vitória e do abraço se aproxima, a queda dos inimigos virá!

*Militante da Resistência/PSOL