Nesta quarta-feira, 26, é dia de paralisação dos trabalhadores do metrô de Belo Horizonte, exigindo que seja marcado o início da vacinação da categoria, como grupo prioritário. A greve estava marcada para começar às 10h, após o período de pico, de maior circulação de passageiros. Na hora marcada, diante da tentativa de sair mais uma composição, o metroviário Pablo Henrique desceu nos trilhos na estação Eldorado, em Contagem, e colocou-se de frente para o trem, impedindo-o de sair.
A direção da empresa reagiu de forma arbitrária, chamando a segurança e levando Pablo para a delegacia, desrespeitando o direito de greve dos metroviários.
A paralisação é parte da luta contra o genocídio que é praticado no país e que leva mais vidas entre os trabalhadores da linha de frente, como os do transporte, e entre negros e negras. Levantamento dos sindicatos de metrô e trem de quatro estados mostram que a contaminação é mais do que o dobro da população. Se somamos CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) e Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre), de um total de 9.200 funcionários nas capitais Recife, Belo Horizonte, João Pessoa, Maceió, Natal e Porto Alegre, haviam em 29 de abril, 1.210 contaminados, com uma média de contaminação na categoria de 13,04%, quase o dobro da média da população, que era de 6.87%.
PERSEGUIÇÃO Desde meados de 2020, Pablo Henrique sofreu perseguição por parte da CBTU, que administra o metrô de Belo Horizonte, por conta de uma denúncia de negligência da empresa por falta de proteção para os funcionários que seguiram trabalhando na pandemia. A perseguição se iniciou com a remoção de Pablo do seu local de trabalho, e, ainda em 2020, a CBTU entrou na justiça pedindo autorização para demiti-lo. Recentemente, no dia 28 de abril, a justiça publicou a decisão negando o pedido da CBTU e dando razão à defesa de Pablo.
ATUALIZAÇÃO | O metroviário Pablo Henrique foi liberado da Delegacia Policial, em Belo Horizonte, após às 13h. Ele saiu acompanhado de colegas do Sindimetro-MG e da advogada que o acompanhou. Ele foi liberado, mas responderá pelo artigo 262 do Código Penal, acusado de “Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento”. É preciso exigir o arquivamento do processo contra Pablo e a retirada das acusações. Lutar não é crime!!
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