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MUNDO

Colômbia: jornalista propõe suspender internet para conter protestos

Serviço chegou a ser suspenso na cidade de Cali

da redação
Medios Libres Cali/Facebook

Ao vivo, a jornalista Paola Ochoa defendeu uma censura à internet, para impedir a organização de supostos atos de “vandalismo”, que seriam, segundo ela, organizados pelas redes sociais. “Apagar a internet para freiar as propostas (dos manifestantes)”, defende a jornalista, citando o exemplo da Rússia e Egito, regimes que fizeram e fazem o mesmo. Outros jornalistas divergiram da ideia e lembraram que estes países tem em comum o fato de não serem regimes democráticos. Faltou dizer que a Colômbia caminha nessa direção…

Veja o vídeo completo, em espanhol:

É justamente nas redes, sobretudo no Instagram, que a juventude vem compartilhando com o mundo seu sofrimento em relação ao massacre em andamento, enquanto os meios de comunicação tradicionais escondem o real cenário do país na tentativa de blindar o governo.
As forças de segurança da Colômbia seguem promovendo uma brutal repressão, com pelo menos 27 mortes confirmadas. Ivan Duque (Partido Centro Democrático), é quem verdadeiramente corrói a democracia na tentativa de empurrar goela à baixo do povo Colombiano seu projeto ultra-liberal a autoritário, que aprofunda ainda mais as desigualdades no país.

Serviço de internet chegou a ser bloqueado em Cali

A “ideia” da jornalista, se chegou a surpreender os demais analistas no debate, parece não soar tão absurda assim para as forças de segurança colombianas. O serviço já estaria sendo interrompido. A informação é do NetBlocks, sediado em Londres, um serviço que monitora a internet e atua sobre temas como direitos digitais, governança e segurança nas redes. Segundo as métricas apuradas, a Internet na cidade de Cali teria sido suspensa às 16h30 desta terça-feira, dia 04, até a manhã desta quarta, 05.

Os dados parecem confirmar os relatos de várias pessoas, sobre a dificuldade de se conectar na região, especialmente por parte dos manifestantes. Nas últimas noites, a repressão no país se intensificou, após governo ter ordenado uma brutal contra-ofensiva repressiva, através dos bandos da ESMAD (Esquadrão Móvel Antidistúrbios). A ação tem sido registrada em vídeos e fotos e, em pelo menos uma ocasião, o disparo que atingiu um manifestante foi exibido ao vivo, em uma live.

Ao que parece, a ação contra a internet busca impedir as transmissões ao vivo e a comunicação entre os manifestantes, facilitando a repressão e a impunidade. É a segunda vez, desde o início da greve, que o centro denuncia a interrupção dos dados. O NetBlocks ficou conhecido após monitorar e denunciar o bloqueio de internet em Myanmar, durante 50 dias, após o golpe militar e a repressão aos atos.

Por outro lado, a luta digital prossegue. No mesmo dia 04, o grupo de cyberativismo Anonymos assumiu responsabilidade pela derrubada do site do Exército, Senado e da Presidência.