Ao vivo, a jornalista Paola Ochoa defendeu uma censura à internet, para impedir a organização de supostos atos de “vandalismo”, que seriam, segundo ela, organizados pelas redes sociais. “Apagar a internet para freiar as propostas (dos manifestantes)”, defende a jornalista, citando o exemplo da Rússia e Egito, regimes que fizeram e fazem o mesmo. Outros jornalistas divergiram da ideia e lembraram que estes países tem em comum o fato de não serem regimes democráticos. Faltou dizer que a Colômbia caminha nessa direção…
Veja o vídeo completo, em espanhol:
Paola Ochoa, periodista.
Sugiere la censura para controlar las manifestaciones.
Un periodista apoyando la censura es lo más raro que he visto en los últimos días.pic.twitter.com/azTIkHr8zu
— Sebastian (@SebasAlfonso03) May 3, 2021
Serviço de internet chegou a ser bloqueado em Cali
A “ideia” da jornalista, se chegou a surpreender os demais analistas no debate, parece não soar tão absurda assim para as forças de segurança colombianas. O serviço já estaria sendo interrompido. A informação é do NetBlocks, sediado em Londres, um serviço que monitora a internet e atua sobre temas como direitos digitais, governança e segurança nas redes. Segundo as métricas apuradas, a Internet na cidade de Cali teria sido suspensa às 16h30 desta terça-feira, dia 04, até a manhã desta quarta, 05.
Os dados parecem confirmar os relatos de várias pessoas, sobre a dificuldade de se conectar na região, especialmente por parte dos manifestantes. Nas últimas noites, a repressão no país se intensificou, após governo ter ordenado uma brutal contra-ofensiva repressiva, através dos bandos da ESMAD (Esquadrão Móvel Antidistúrbios). A ação tem sido registrada em vídeos e fotos e, em pelo menos uma ocasião, o disparo que atingiu um manifestante foi exibido ao vivo, em uma live.
Ao que parece, a ação contra a internet busca impedir as transmissões ao vivo e a comunicação entre os manifestantes, facilitando a repressão e a impunidade. É a segunda vez, desde o início da greve, que o centro denuncia a interrupção dos dados. O NetBlocks ficou conhecido após monitorar e denunciar o bloqueio de internet em Myanmar, durante 50 dias, após o golpe militar e a repressão aos atos.
Por outro lado, a luta digital prossegue. No mesmo dia 04, o grupo de cyberativismo Anonymos assumiu responsabilidade pela derrubada do site do Exército, Senado e da Presidência.
Comentários