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BRASIL

Alípio Freire, Presente!

Abaixo, homenagens do PSOL/SP e de Valerio Arcary, colunista do EOL

da redação
Divulgação/memoriasdaditadura.org.br

É com muita tristeza que recebemos a notícia do falecimento do companheiro Alípio Freire neste 22 de abril de 2021. Vítima da covid-19, foi internado e lutou bravamente, mas não resistiu.

Alípio Raimundo Viana Freire nasceu em Salvador em 1945 e desde jovem se engajou na luta contra a ditadura, o que lhe rendeu o cárcere, a tortura e cinco anos de prisão. Foi militante da Ala Vermelha.

Com a queda do regime militar, participou da construção do PT nos anos 1980. Jornalista, artista plástico e escritor, Alípio sempre dedicou sua vida e seu conhecimento à organização e ao apoio a movimentos sociais como o MST e as Mães de Maio, entre outros.

Fez filmes, escreveu livros e poesias, editou jornais, trabalhou e lutou. Viveu intensamente aliando arte e frescor ao cotidiano duro da vida e da política.Um inconformado com as injustiças do mundo, sempre rigoroso na análise e generoso no gesto, Alípio atravessou gerações de lutadores sociais semeando sonhos, utopia e poesia, e deixará exemplos do bom combate, de seu humor e sua camaradagem. É mais uma vítima da crise sanitária e da política genocida dos atuais governantes do país.

A perda de Alípio Freire nos faz reafirmar nosso compromisso de seguir lutando pelo bem das futuras gerações e pelo socialismo.
Um PUTABRAÇO, camarada Alípio Freire. “Nós também queremos a Lua!”

Sempre presente!

Executiva do PSOL SP- 22/04/2021


 

Alípio Freire nos deixou hoje.
A vacina não chegou a tempo.
Nosso mundo ficou menor.
Que merda.
Você que resistiu a tantas e tão terríveis, levado assim.
Malditos sejam os desgraçados, miseráveis, monstros que nos governam.
Alípío fez parte da geração heroica que enfrentou a ditadura.
Ativo na Ala Vermelha, em 1969, aos 24 anos foi preso, torturado e aguentou firme cinco anos de cadeia.
Saiu inteiro dos cárceres, foi jornalista e poeta, esteve nas greves do ABC animando a imprensa popular, na fundação do PT, e tive a alegria de o encontrar em todas as grandes lutas dos últimos quarenta anos.
Alípio tinha uma voz de trovão nordestina quando falava em público.
Uma doçura baiana quando nos perguntava: “como vai?”
Alípio tinha elegância natural de caráter, uma altivez rara.
Já nem me lembro, Alípio, de por que discutíamos tanto.
Adeus, meu bom camarada.
Os sinos hoje choram por ti.
Por ti.
(Valerio Arcary)

Marcado como:
Memorial covid