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BRASIL

Bolsonaro demite Castello Branco e coloca general Silva e Luna no comando da Petrobrás

Observatório Social da Petrobrás

Após sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis, o que vinha abalando a popularidade de Bolsonaro, o presidente tirou a carta da manga para anunciar a troca do comando da Petrobrás em resposta à crise. Demitido, Roberto Castello Branco deixa hoje, 12 de abril, a presidência da companhia e, em seu lugar, assume o general Joaquim Silva e Luna.

As expectativas de mudanças na gestão da maior empresa da América Latina, entretanto, podem ser frustradas. O militar de carreira já deu indicações de que seguirá a linha econômica de Paulo Guedes, que tem como foco desmontar e privatizar a empresa. Na avaliação do general, o planejamento estratégico de 2021 a 2025 está “redondinho”. Com o apoio dos ministérios da Economia e de Minas e Energia, o novo presidente projeta a manutenção das privatizações da estatal, plano que inclui a venda, já em curso, de oito refinarias.

Para tentar aliviar a situação, Bolsonaro também definiu a isenção de dois meses do imposto federal sobre o diesel e em definitivo no caso do gás de cozinha. Mas nada disso, até agora, foi suficiente para diminuir o valor dos combustíveis e o prejuízo no bolso do consumidor, já que o impacto causado na composição dos preços foi muito pequeno. Por outro lado, a medida vai gerar uma queda na arrecadação federal, que pode chegar a R$ 3,3 bilhões, e justamente em um momento onde o próprio governo alega não ter dinheiro para garantir o auxílio emergencial.

É preciso desconfiar, portanto, da conversa de que as mudanças significarão transformações positivas na redução do preço dos combustíveis e na melhora de vida do brasileiro. Na verdade, o que encarece os combustíveis é a política do Preço de Paridade de Importação (PPI), junto com a privatização das refinarias e demais ativos da petroleira. Para baixar os preços, a única solução seria revisar completamente o plano estratégico da Petrobrás, suspendendo a venda das refinarias, investindo em nosso parque de refino e acabando de vez com o PPI.

Os únicos que ganham com essas medidas, anunciadas pelo governo, são os empresários das multinacionais do petróleo.

*Publicado originalmente em @observatoriopetrobras