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EDITORIAL

Luta pela vida contra o presidente da morte

Em 20 e 21 de fevereiro, participe das carreatas por vacinação, auxílio emergencial, empregos e pelo Fora Bolsonaro

Editorial

Costuma-se dizer que, no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval. Mas, 2021, com uma pandemia e um presidente negacionista e genocida, começou cedo. Os primeiros dias do ano trouxeram preocupação, com pessoas morrendo por falta de oxigênio nos hospitais de Manaus, e também esperança, com o início da vacinação no país. Mas, a cada dia que passa, fica mais evidente que a imunização da população brasileira não será alcançada antes que o ano termine. Até agora, menos de 3% da população foi vacinada e o calendário, em algumas cidades, já foi ou está sendo adiado ou paralisado por falta de imunizantes. De acordo com a Fiocruz, caso seja mantido o atual ritmo de vacinação no Brasil, a imunização de todos os brasileiros será alcançada somente em 2024. Enquanto isso, já chegamos a 240 mil vidas perdidas e estamos há quase 30 dias com média móvel de mortes acima da marca de mil.

Sem vacinas suficientes e com novas cepas do vírus circulando, mais contagiosas e letais, certo seria que fossem adotadas medidas rígidas de isolamento social. O que vemos, no entanto, é que a vida está voltando ao normal. Com a extinção do auxílio emergencial, os 68 milhões de brasileiros beneficiados em 2020 veem-se obrigados a sair às ruas para tentar garantir a comida na mesa. Pressionado pela queda em sua popularidade, Bolsonaro sinaliza com a volta do auxílio, mas em uma versão muito mais limitada: com valor menor, de 200 a 250 reais, alcance menor, sem o pagamento em dobro para as mães solo e por um prazo menor, que não se estende até o fim da pandemia. E, como se não bastasse o auxílio ser insuficiente, o governo ainda quer pagá-lo à custa de congelamento no salário dos servidores públicos. Ao mesmo tempo, faltam empregos – já são mais de 14 milhões de desempregados – e os preços só aumentam: alimentos, gás de cozinha, combustíveis, energia elétrica… Tudo está mais caro.

A retomada das aulas presenciais em diversos estados é mais um sinal da vida voltando ao normal quando ainda não deveria, colocando em risco as vidas de milhões de profissionais da educação, estudantes e suas famílias. Sem a estrutura necessária, as escolas não têm a menor condição de garantir o cumprimento dos protocolos sanitários estabelecidos: faltam profissionais e infraestrutura. No estado de São Paulo, de acordo com informações da Secretaria de Educação, as escolas registraram, neste início de ano, 741 casos confirmados de Covid, sendo 83 alunos e 372 professores ou funcionários. Já são diversos casos de escolas que retomaram as aulas e tiveram que interrompê-las devido ao contágio pelo vírus. Frente a esta realidade, em alguns estados e municípios, os profissionais da educação estão em greve sanitária, exigindo que as aulas presenciais sejam retomadas somente com a segurança necessária, incluindo a vacinação da comunidade.

Enquanto o povo brasileiro preocupa-se em se manter vivo, Bolsonaro publica quatro decretos da morte, que ampliam o acesso e uso de armas, equipamentos e munições, permitindo a formação de verdadeiros arsenais. A medida faz parte da pauta prioritária do governo, entregue no início deste mês aos novos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, que inclui ainda, entre outros pontos, a reforma administrativa, a privatização da Eletrobrás, a PEC emergencial e a autonomia do Banco Central, já aprovada no último dia 10, que entregou nas mãos dos bancos a entidade responsável por regular o sistema financeiro nacional.

Para salvar vidas, todos e todas às carreatas pelo Fora Bolsonaro!

Tudo indica que teremos pela frente meses de crise profunda: sanitária, econômica e social. Combinado a crises políticas, como a que vivemos agora, com a provocação do deputado bolsonarista, Daniel Silveira, contra o STF e em defesa do AI-5.  É preciso responder com mobilização às provocações fascistas, defendendo as liberdades democráticas e a cassação do mandato do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que deveria continuar preso pelos inúmeros crimes que cometeu.

Com Bolsonaro trabalhando junto com o vírus para matar o povo e atacar a democracia, cabe a nós lutar pela vida, por direitos e pela democracia. Se é certo que ainda não podemos, devido à pandemia, convocar grandes mobilizações de rua, também é verdade que podemos sim, coletivamente e de formas mais seguras, levar às ruas nossos gritos de indignação. Foi o que fizemos nos dias 23 e 31 de janeiro, em grandes carreatas pelo país. E nesta quinta-feira, 18, nos atos convocados pela Coalizão Negra por Direitos em todo o país, por comida e vacina.

No próximo final de semana, dias 20 e 21 de fevereiro, voltaremos às ruas. Reunidas em torno às pautas de vacinação já para toda a população, volta do auxílio emergencial no valor de R$ 600 até o fim da pandemia, garantia de emprego para os trabalhadores e trabalhadoras e o Fora Bolsonaro, as entidades da Campanha Nacional Fora Bolsonaro estão convocando carreatas em todo o país.

A tarefa de derrotar Bolsonaro nas ruas faz-se a cada dia mais urgente para salvar vidas. O sentimento de indignação e comoção que toma conta da maioria da sociedade tem que se converter em ação. Não é possível esperar até 2022. Os que defendem a vida devem tomar as ruas nas carreatas com nossas bandeiras:

– Vacinação já para toda a população!
– Empregos e auxílio emergencial! R$600 até o fim da pandemia!
– Aulas presenciais somente com segurança sanitária e vacina! Todo apoio à greve da educação!
– Não à reforma administrativa! Em defesa do serviço público!
– Não às privatizações da Eletrobrás, Petrobrás e Banco do Brasil! Nenhuma demissão!
– Fora Bolsonaro! Impeachment já!!
– Cassação do mandato e prisão de Daniel Silveira. Fascistas não passarão!