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A esquerda não pode ter duas caras

Valerio Arcary

Professor titular aposentado do IFSP. Doutor em História pela USP. Militante trotskista desde a Revolução dos Cravos. Autor de diversos livros, entre eles Ninguém disse que seria fácil (2022), pela editora Boitempo.

A esquerda não deve ter duas caras. Não pode ter uma cara quando fala para o povo, e outra quando negocia no Congresso Nacional. Coerência tem importância. No primeiro turno da votação para a presidência da Câmara dos Deputados, os partidos de esquerda podem e devem apresentar uma candidatura unificada com um programa comum.

Claro que não somos indiferentes ao desenlace desta disputa. Se Bolsonaro conquistar para Artur Lira a presidência, Bolsonaro ganhará blindagem incondicional até o fim do mandato. Mas a eleição de uma candidatura articulada por Maia não garante, tampouco, a possibilidade de abertura de um processo de impeachment. Portanto há um tempo de luta política pública daqui até a votação fevereiro. No terreno da tática o tempo é importante. Porque no Congresso nossos representantes estão em condição de minoria. Uma minoria que se entrega sem luta é impotente. Temos que manter a capacidade de surpreender os inimigos A oposição liberal de direita aposta nas eleições de 2022. O papel da esquerda é fortalecer a disposição de luta das massas populares pelo Fora Bolsonaro.

A esquerda não deve ter duas caras.

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