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Especiais

Crivella nas Eleições do Rio de Janeiro

Daniel Ferrari, Rio de Janeiro (RJ)
Foto: Marcos Corrêa/PR

RIo de Janeiro RJ 14/08/2020 Inauguração da Escola Municipal Cívico-Militar Carioca Presidente da República Jair Bolsonaro,e o prefeito Crivela visitam às dependências da escola.

Com a proximidade da eleição O Esquerda Online se predispõe apresentar através de textos semanais uma análise sobre as candidaturas dos dois mais bem colocados nas pesquisas da cidade do Rio de Janeiro antes do início do pleito, o ex-prefeito Eduardo Paes e o atual prefeito Marcelo Crivella e atualizar conforme o decorrer das campanhas

Para começo dessa análise, apresentamos um panorama inicial do Eduardo Paes que pode ser lido através do link: https://esquerdaonline.com.br/2020/10/09/eduardo-paes-entre-a-aparencia-e-a-essencia/.Desta vez abordaremos a respeito do atual prefeito Crivella, de missionário na África à Prefeito do Rio.

Antes de entrar na gestão atual da prefeitura, é importante relembrar de onde vem o Crivella. Bispo licenciado, sobrinho do bispo Edir Macedo (fundador da igreja universal do reino de deus), foi missionário na África onde atualmente a sua igreja está envolvida em diversos escândalos em países como São Tomé e Príncipe, Costa do Marfim, Angola, entre outros, e possivelmente será expulsa de parte do continente.

Crivella foi senador por dois mandatos de em 2003 a 2019, em 2012 foi nomeado pela Dilma como ministro da Pesca e agricultura, consolidando o apoio firmado antes mesmo, já que em 2006 sua candidatura à governo já contava com o apoio do Lula. Saindo em 2014 e votando a favor do golpe de 2016.

Na prefeitura do Rio, que assumiu em 2017 conta com diversos escândalos e absurdos, desde ciclovia Tim Lopes caindo mais de uma vez depois dele “atestar como engenheiro a segurança” da primeira obra, passando por uso da máquina pública para fins eleitorais até mesmo a criação de uma milícia particular chamada de guardiões do Crivella.

O slogam de campanha que o elegeu era “cuidar das pessoas”, só não dizia quais pessoas. Em 2017 durante um grande temporal que alagou a cidade total e contou com deslizamentos de terra declarou que “a cidade passou no teste”. Mesmo depois das tragédias causadas pelas chuvas, continuou cortado o orçamento da prefeitura nos programas da Geo-Rio, Rio Águas e Secretaria de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma) para prevenir e/ou amenizar os efeitos de temporais, quase R$ 600 milhões. Esse ano, cortou mais R$ 14 milhões do controle de enchentes e contenção de encostas.

Durante sua gestão já cortou mais de R$ 800 milhões da saúde fechando Clinicas da Família, demitindo mais de 5 mil funcionários e com atrasos sistemáticos de salários. Durante a pandemia de 2020, instalou tomógrafos em templo religioso, e fez relembrar a o evento com lideranças religiosas que ficou famoso pela frase “fale com a Márcia” para que as pessoas furassem a fila de cirurgia de catarata, demostrando claramente quem ele “cuidou”.

Crivella ainda concorrerá esse ano sob liminar da justiça, já o TRE-RJ por unanimidade o condenou por abuso de poder político em um evento com funcionários da Comlurb destinado a pedir apoio eleitoral ao próprio filho nas eleições de 2018 e ficando inelegível até 2026.

Muito estigmatizado por ser bispo, e conservador, Crivella que é fundador do PRB se definia como centro-esquerda e no início do ano trocou o nome para Republicanos se definindo como centro-direita e rompendo o marco de alianças com o PT. Nessas eleições, no Rio de Janeiro, conta com o apoio da família Bolsonaro e faz questão de aproveita essa onda direitista nas eleições demostrando proximidade e alinhamento com o governo federal. A família Bolsonaro no Rio de Janeiro se filiou ao Republicanos e se tornaram o principal cabo eleitoral, com Carlos, Flávio e até mesmo a ex-esposa do presidente (acusada recentemente pela compra de imóvel em dinheiro provido das rachadinhas), mostrando a face do alinhamento do candidato à prefeitura com o discurso e prática do presidente.

Não pretendemos apenas lembrar o passado dos candidatos à prefeitura do Rio, mas nos próximos textos também analisaremos as suas propostas e seus discursos no dia a dia de campanha, como por exemplo os programas eleitorais em que Crivella alega que a cidade foi exemplo no combate a pandemia (Covid19) e que a saúde nunca esteve tão bem. Sabemos que entre a propaganda e a realidade existe um abismo enorme, a cidade chegou a ter mais de 900 pessoas na fila por um único leito contra a Covid19, é a 2ª cidade com mais mortos por mil habitantes no mundo, no meio da pandemia, salários de profissionais da saúde atrasaram, e diversos cortes vem sendo realizados no orçamento da saúde.