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BRASIL

Ato em Ribeirão Preto defende a vida e a democracia, se opõe ao racismo e pede Fora Bolsonaro

Manifestação ocorreu neste sábado (6), na esplanada do Teatro Pedro II

Jose Mello, de Ribeirão Preto, SP

O Brasil já se tornou o epicentro da Pandemia de COVID-19. Estima-se que até o meio de junho serão mais de 1 milhão de infectados com mais de 50.000 mortes. Enquanto isso, Jair Bolsonaro e seu governo tiram dinheiro da saúde, negam o impacto da pandemia, dificultam o recebimento de ajuda pelos trabalhadores pobres, sabotando o combate ao vírus e condenando dezenas de milhares à morte, uma necropolítica. Diversas suspeitas pairam sobre Bolsonaro e sua família, na medida em que as investigações avançam contra seu bando, ele ataca as instituições democráticas, ameaçando fechar o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.  Ele quer governar sozinho, como um ditador, para assim manter impunes os crimes de sua família e amigos e, ao mesmo tempo, implementar mais ataques aos trabalhadores e às classes populares, para que nós paguemos pela crise.

Em Ribeirão Preto, cerca de 250 pessoas se reuniram no sábado, 06 de junho, na Esplanada do teatro Pedro II, para protestar contra as medidas fascistas e autoritárias do governo Bolsonaro, ao mesmo tempo em que defenderam o direito dos trabalhadores de ficarem em casa em quarentena enquanto isso for necessário para preservar vidas. Participaram torcidas antifascistas do Botafogo e do Comercial, partidos de esquerda, como PT, PSOL e PCB e também movimentos sociais por moradia e contra o racismo.

Em Ribeirão Preto, essa política de Bolsonaro se reflete na administração Nogueira, que flexibiliza a quarentena na hora em que o contágio aumenta. Tampouco auxilia de forma eficaz as famílias e comunidades de baixa renda, que nessa hora precisam de segurança alimentar, uma renda mínima e condições sanitárias para que se mantenham em casa. Todas as políticas implementadas até o momento pela Prefeitura são insuficientes, e muitas vezes não passam de desvios como no caso das ambulâncias. O ato respeitou a vida – todos os participantes utilizavam mascaras, álcool em gel para as mãos era borrifado por um grupo responsável pela saúde. O distanciamento de dois metros foi mantido entre os participantes. As palavras de ordem chamadas de forma efusiva, entre outras, eram:

– Fora Bolsonaro!

– Vidas Negras Importam!

– Justiça para Marielle, Luana e João Pedro e Miguel!

– Racistas, Fascistas não passarão!

Quando o ato já se encontrava em pleno desenvolvimento, as lideranças foram informadas de que havia uma liminar concedida pela Justiça que impedia a continuação do ato. Os motivos alegados pelo promotor para impedir a não realização se ancoravam em proteger as vidas humanas no momento em que a pandemia se desenvolve. O irônico é que o ato se desenvolvia respeitando o distanciamento entre as pessoas que usavam máscaras e passavam e se higienizavam com álcool em gel. Ao mesmo tempo, milhares de pessoas se aglomeravam no comércio e nas ruas da cidade, muitas sem proteção. A ordem judicial não chegou pelas mãos de um oficial de justiça, foi informada pela polícia militar aos organizadores, que orientaram os presentes a dispersar a manifestação.

Para o movimento social foi muito importante a realização do ato. Tratou-se de uma manifestação responsável e o número de participantes foi restrito para evitar aglomerações – mas as bandeiras de defesa da democracia, contra o racismo o fascismo e o Fora Bolsonaro foram levantadas na cidade de Ribeirão Preto e se somarão aos atos que aconteceram no dia 5 de junho em Recife, São Gonçalo e São José dos Campos, bem como as que ocorrerão no domingo, 07 de junho, em todo o país. A luta está apenas começando.

 

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