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TEORIA

Karl Marx na imprensa (1842-1843)

Este é o sexto texto de uma série sobre a vida de Karl Marx.

Wesley Carvalho, do Rio de Janeiro

Cidade de Colônia

Na cidade de Colônia, burgueses, principalmente ligados a ferrovias e a instituições de crédito, se reuniram para criar um jornal, a Gazeta Renana[1], cujo mote era “Pela política, pelo comércio e pela indústria”. Pretendiam que o periódico cumprisse um papel na expansão dos seus negócios como, por exemplo, através da demanda por construção de estradas de ferro e por diminuição de impostos postais. Faziam também oposição política à monarquia da Prússia para que houvesse uma constituição a que o rei estivesse submetido, fosse instituída a igualdade diante da lei, e ampliadas as suas possibilidades de eleger representantes e interferir no governo com base no voto masculino de proprietários (os parlamentos existentes, chamados de Dietas, eram compostos com base em “ordens” da sociedade, nas quais a nobreza estava super-representada).

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Duas figuras organizadoras do jornal eram Jung e Oppenheim que, além de serem homens ligados a casas de crédito, eram também simpatizantes da crítica radical feita por jovens filósofos alemães. Mesmo havendo por parte de acionistas burgueses resistência e vetos a alguns destes intelectuais, cujas visões políticas iam muitas vezes além do programa inicial da Gazeta Renana, estes não deixariam de ser abrigados no jornal. O governo deu permissão para que o veículo circulasse em 1842, mas o rei Frederico Guilherme IV ficou furioso quando percebeu que dele fariam parte também pessoas de esquerda, com maior verve crítica, como Adolf Rutenberg. A monarquia achou por bem não revogar a permissão naquele momento, com receio de desagradar os homens de negócios. Durante os quinze meses de funcionamento que teria a Gazeta Renana, o governo prussiano cogitou continuamente se seria melhor fechá-la de uma vez ou apenas sufocá-la com a censura dos seus artigos.[2]

Karl Marx já fazia parte de círculos intelectuais de oposição à monarquia que, por conta da intervenção reacionária do governo nas universidades, passaram a ter na imprensa sua possibilidade de sustento pessoal e ação política. O trabalho no jornal seria, como ele próprio colocou, fazer com que a filosofia tivesse contato com o mundo real de seus dias. Para muitos democratas de sua época  a opinião pública era, junto com a constituição, uma das grandes chaves para a mudança política na Alemanha. Posteriormente, Marx recordaria que este seu período na Gazeta Renana fora fundamental por ter ali iniciado a lidar com assuntos materiais, econômicos. Trata-se de uma grande novidade já que sua discussão dos últimos anos vinha sendo feita no campo da filosofia da religião e do Direito [3].

Sua estreia no debate político impresso se deu em 5 de maio de 1842, seu aniversário de 24 anos. Em uma série de artigos que causou bastante repercussão, Marx analisou a questão da liberdade de imprensa a partir das sessões havidas na Assembleia Provincial sobre o tema. Este debate havia sido aceso quando o novo rei da Prússia, Frederico Guilherme IV, emitiu, em dezembro de 1841, novas instruções para censura. Proibia ataques ao cristianismo, o que dizia respeito diretamente ao seu poder já que na Prússia havia a ideia de o monarca ter direito divino, além de uma Igreja oficial organizada pelo Estado. As instruções para censura penalizavam também ofensas contra a disciplina e a moral [4].

Gazeta Renana

 

Entre as muitas ideias esgrimidas por Marx, destacamos a sua oposição à opinião defendida na assembleia de que a censura se justificaria porque o povo nunca se tornaria maduro para governar a si próprio, cabendo a tarefa assim a seus superiores: “Estas pessoas não confiam na humanidade em geral e canonizam indivíduos. Pintam uma quadro aterrorizador da natureza humana e exigem que nos ajoelhemos perante o ícono de alguns indivíduos privilegiados.” [5] A crítica de Marx é ampliada à própria ideia que os deputados faziam de suas posições: entendiam que estas eram privilégios e não o direito do povo à representação e viam a Assembleia como um clube privado que não deveria ser incomodado por opiniões externas [6]. Um deles classificou como invejosa e má a imprensa que não reconhecia a autoridade da Igreja e do Estado e que queria a abolição da aristocracia [7]. Além de analisar lógica e retoricamente a argumentação daqueles a favor da censura, Marx desconfiava também dos que demandavam a liberdade de imprensa na Assembleia: seu esforço só poderia ser limitado porque não tinham real necessidade desta liberdade [8]. Contra um deputado que confundiu a liberdade de imprensa com a liberdade de negócios (ou seja, o jornal como uma empresa), argumentou que o direito democrático não poderia ser reduzido a instrumento de interesse burguês.

Marx se mostrava assim um democrata radical, indo muito além da perspectiva política dos proprietários da Gazeta Renana, isto é, do liberalismo burguês. Vale mencionar que, antes desta sua série de artigos na Gazeta Renana, Karl havia escrito um texto sobre censura que foi, ironicamente, censurado e nem seria publicado na Alemanha, mas na Suíça, e apenas no ano seguinte. A crítica de Marx neste artigo observou o problema jurídico de a instrução de Guilherme IV se referir não apenas contra fatos, mas também contra intenções. Marx entendeu que a política de censura faria com que um único órgão estatal visse a si mesmo como portador da razão e da moralidade, enquanto um “estado ético” deveria, na verdade, refletir as visões de seus membros ainda que estes se opusessem ao governo. Outro problema notado por Marx foi que, diferente da instrução anterior, o estado agora se assumia como cristão, isto é, a própria doutrina oficial confundia o político e o religioso. [9]

Na Gazeta Renana, Marx escreveu ainda sobre perseguição ao ateísmo na imprensa, lei do divórcio (em que criticava o governo por considerar o casamento apenas do ponto de vista religioso, e não seu caráter secular), pobreza dos trabalhadores da região da Mosela, filosofia do Direito (onde criticava a Escola Histórica do Direito, de seu antigo professor Savigny, como arbitrária,) e sobre furto de madeira. Os textos não eram apenas a marcação de uma posição política, mas empreendiam reflexões de ordem filosófica e lógica. Jenny von Westphalen, sua noiva, via com preocupação Karl se envolver com política, sobre o que disse ser a coisa mais arriscada que existia. Entretanto, Marx não apenas escreveu, mas logo passou a assumir funções organizativas no jornal e em outubro de 1842 já era formalmente seu principal editor [10].

Sob sua chefia, a tiragem teve grande aumento e chegou a 3500 exemplares em dezembro de 1842. A Gazeta Renana se tornou uma referência política em várias partes da Alemanha. Neste período, a defesa do livre-mercado foi o tema mais defendido do jornal, o que era uma expressão da burguesia que o financiava. Mas esta teve choques com o trabalho de Marx. As ideias do jovem editor eram mais críticas ao governo e isto verifica-se não só pelos seus artigos, mas também pelo entendimento dos acionistas de que sua demissão poderia fazer com que o rei desistisse de fechar o jornal; e ainda pela sua oposição aos que queriam moderar o tom dos artigos. Temos o registro de um comerciante da cidade que não se sentia representado pela Gazeta, entendendo que ela violava a lei, caluniava e ridicularizava as instituições e tentava dirigir o povo contra o governo substituindo o espírito da verdade pelo espírito da violência [11].

A censura era contínua e uma das principais ocupações do trabalho de Marx, que considerava que ela “mutilava o jornal”. Por conta do assédio do governo, a Gazeta Renana chegou inclusive a prometer à monarquia moderar o tom. Um dos censores muitas vezes não tinha noção do que deveria ou não ser publicado e, com medo de perder seu emprego, decidiu ampliar seus cortes diminuindo assim as chances de desagradar seus superiores. Certa noite, chegou a ir ao apartamento de Marx para lhe cobrar os textos a serem examinados (sendo recebido grosseiramente pela janela). Quando o jornal foi finalmente encerrado pelo governo em março de 1843, este censor disse que Marx era o tipo de pessoa que morreria por suas ideias e que agora seu trabalho levava um quarto do tempo que antes. A pressão contra a Gazeta Renana não vinha apenas da Prússia: até mesmo o Czar da Rússia fez pessoalmente pressão para seu cancelamento depois de artigo que dizia que a aliança entre os dois países era desvantajosa para a Prússia por conta do protecionismo russo [12].

Seu trabalho de editor passou ainda por outros conflitos. Em agosto ou setembro de 1842, Marx expressou seu incômodo com as contribuições no jornal dos chamados “jovens hegelianos”, grupo que incluía seus amigos, inclusive o principal deles, Bruno Bauer. Marx entendia que estes filósofos (com quem, aliás, ele fora formado intelectual e politicamente) empreendiam uma crítica mais teatral que propriamente qualificada. Sua retórica afastava outras figuras de oposição à monarquia e atraía repressão que poderia levar ao fechamento do jornal. Marx não concordava também com as ideias socialistas e comunistas que os “jovens hegelianos” começavam a expor. Além disso, parecia-lhe, e isto talvez significasse uma grande mudança com o que o próprio Marx pensava há apenas pouco tempo atrás, que era equivocada a ênfase na crítica à religião ao invés de a crítica propriamente política [13].

Houve algo curioso quando um jornal acusou a Gazeta Renana de comunismo por esta ter publicado artigos sobre condições de moradia de trabalhadores. Em 1842 apenas começava na Alemanha o debate sobre comunismo e socialismo, termos intercambiáveis naquele momento, e o número de operários e de suas associações na Alemanha era ainda muito pequeno. Diante da acusação, a resposta de Marx salientou seu repúdio aos ideais comunistas, mas indicou também que eles mereceriam ser melhor estudados [14].

Para entendermos o pensamento de Marx, vale a pena observar ainda o artigo sobre furto de madeira, que enfureceu as autoridades [15]. Junto com o texto sobre liberdade de imprensa, é o mais destacado por estudiosos para o período de Marx na Gazeta Renana.

Era um direito marcado pelo costume (direito consuetudinário) que pessoas pobres coletassem madeira em propriedades de outrem. Ela era usada como lenha, para móveis, utensílios agrícolas, construção de casas, entre outros. Baseava-se em um conceito incerto de que a madeira, mesmo não sendo propriedade comum, também não era propriedade privada do dono da floresta. Entretanto, a coleta passou a ser considerada como furto. Em certo momento, cinco sextos de todos os crimes processados na Prússia eram justamente referentes a furto de madeira [16].

O primeiro elemento a se destacar neste texto é que Marx, editor de um jornal burguês, toma o lado dos mais pobres que estavam sendo criminalizados pelo seu antigo costume. Marx está disposto a defender o direito consuetudinário dos pobres, mas não os direitos consuetudinários da nobreza. Justamente por não serem justos, os direitos consuetudinários da nobreza “não podem virar leis” e devem, em realidade, ser punidos [17].

No caso do furto de madeira que analisa, Marx se escandaliza com o fato de interesses privados permearem o Estado, já que um dos elementos previstos na lei é que o empregado do proprietário florestal que fizesse a denúncia fosse também o responsável por determinar o valor da multa a ser paga. Para Marx, o taxador deveria ser imparcial, buscando ser justo com aquele que é taxado [18]. “Essa lógica que transforma o empregado do proprietário florestal em autoridade do Estado transforma a autoridade do Estado em empregada do proprietário florestal” [19]. Já ostentando uma prosa admirável, Marx analisa a retórica e a lógica desses interesses que não são a expressão de algo universal, e sim de algo particular: “O interesse não tem memória, pois pensa só em si. Ele não dá importância a contradições, pois jamais entra em contradição consigo mesmo. Ele é um constante improvisador, pois não tem sistema, mas tem seus artifícios” [20]. A argumentação de Marx passa também por questões de Direito, onde defende que a madeira recolhida do chão não seria um ataque ao proprietário (muito embora o fosse a madeira extraída de uma árvore viva) [21].

A forma como em 1842 Marx entende a política é muito diferente daquilo que mais tarde vai ser o marxismo. Neste momento em que estava na Gazeta Renana, a expectativa política de Marx era que o estado agisse de forma racional e ética (enquanto o marxismo projetará a destruição do estado). Como resume o estudioso Michael Löwy, “Em 1842, o grande problema político para Marx era: como garantir a universalidade do Estado contra o assalto dos interesses privados que querem subjugá-lo?”. O pensamento de Marx ainda está preso na concepção do “verdadeiro estado”, ou seja, aquele que não existe na realidade[22] Guia-se pelo ideal de que a lei é justa, e se algo não é justo não é realmente uma lei, mas uma deturpação. De forma semelhante, discutindo a questão da liberdade de imprensa, Marx diria que uma lei que incrimina as convicções não é uma lei, mas um privilégio [23]. Neste mesmo sentido, o estado é entendido por Marx como se formasse uma unidade com o povo, de  forma que “…o Estado amputa a si mesmo toda vez que transforma um cidadão em criminoso.” [24]  Outro elemento de sua compreensão é que, havendo problemas sociais, o estado seria o agente de sua resolução a partir de sua atuação ideal. [25] Depois do seu texto sobre furto de madeira, Marx continuaria discutindo política na Gazeta tendo como uma de suas principais ideias que interesses privados não deveriam dominar o estado, mas que o estado representasse os interesses do povo como um todo [26]. Importante também notar que Marx, apesar de se identificar com a injustiça sofrida pelos pobres, não os enxerga ainda como agentes políticos em luta [27].

Entretanto, seu período na Gazeta Renana foi um passo fundamental na evolução de seu pensamento. Antes ocupado em discussões abstratas, filosóficas e religiosas, como jornalista e editor aprendeu mais sobre política e economia [28]. Com o fechamento do jornal pelo governo, Marx comentou que aquilo lhe fora uma libertação: estava cansado de lutar com agulhas, e não com porretes[29]. Viu os acionistas burgueses da Gazeta Renana procurarem se conciliar com a monarquia e a indiferença da burguesia da Alemanha aos ataques contra a liberdade de imprensa e compreendeu que nenhuma mudança política ocorreria na Alemanha através destes “proprietários covardes” [30].

O ano de 1843 começou com o fim da Gazeta Renana e com Marx desempregado e politicamente frustrado.

 

Notas:

[1]             Não confundir com a Nova Gazeta Renana, outro jornal em que Marx atuaria.

[2]             SPERBER, Jonathan. Karl Marx. A nineteenth century life. Londres: Liveright Publishing, 2013. pp. 74-7; 84. JONES, Gareth Stedman. Karl Marx: greatness and illusion. Cambridge: Belknap Press, 2016. pp. 105-7. MCLELLAN, David. Karl Marx: his life and thought. Londres: the Macmillan Press, 1973. p. 46

[3]             MCLELLAN, David. Karl Marx…p. 46; DRAPER, Hal. Karl Marx’s theory of revolution. Vol. 1 State and Bureaucracy. Déli: Aakar Books, 2011. p.36. LIEDMAN, Sven-Eric. A world to win. The life and works of Karl Marx. Traduzido por Jeffrey N. Skinner. Londres, Nova Iorque: Verso, 2018. (ver capítulo “The journalist”). SPERBER, Jonathan. Karl Marx…p. 92; JONES, Gareth. Karl Marx…p. 108; MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. Tradução de Florestan Fernandes. Sâo Paulo: Expressão Popular, 2008. p. 46. Sobre os interesses intelectuais anteriores de Marx, ver as partes anteriores desta nossa série sobre a vida de Marx.

[4]             MCLELLAN, David. Karl Marx…p. 49. DRAPER, Hal. Karl Marx’s theory…p.36

[5]             MARX, Karl. “Debates sobre a liberdade de imprensa e comunicação” IN: Liberdade de Imprensa. Tradução de Cláudia Schilling e José Fonseca.Porto Alegre: L&PM, 2006. p. 67

[6]             MARX, Karl. “Debates sobre…” pp. 37-8.

[7]             MARX, Karl. “Debates sobre…” p. 49

[8]             MARX, Karl. “Debates sobre…” p. 19

[9]             DRAPER, Hal. Karl Marx’s theory… pp. 57-59. LUKÀCS, György. “O jovem Marx. Sua evolução filosófica de 1840 a 1844” IN: O jovem Marx e outros escritos de filosofia. Tradução de José Paulo Netto e Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009. p. 135. MCLELLAN, David. Karl Marx…pp. 43-4

[10]           SPERBER, Karl Marx…pp.80;91. MCLELLAN, David. Karl Marx…pp. 45;48;57

[11]           MCLELLAN, David. Karl Marx…pp. 53;61. SPERBER Karl Marx…pp. 84; 93. LÖWY, Michael. A teoria da revolução no jovem Marx.Petrópolis: Vozes, 2002. p. 75;78.

[12]           JONES, Gareth. Karl Marx…p. 116; 120. SPERBER, Jonathan. Karl Marx…p. 85; MCLELLAN, David. Karl Marx…pp. 58-61.

[13]           MCLELLAN, David. Karl Marx…p. 51-2; 58. JONES, Gareth. Karl Marx…p. 120. SPERBER, Karl Marx…p.83-9.

[14]           MCLELLAN, David. Karl Marx…p. 54-5. A respeito da oposição de Marx ao comunismo no ano de 1842, há uma grave distorção por parte do biógrafo Sperber: “O homem que escreveria o Manifesto Comunista apenas cinco anos mais tarde estava defendendo o uso do exército para suprimir um levante comunista de trabalhadores” (p. 89, tradução nossa). O que Marx disse, em realidade, é que as ideias comunistas eram algo mais perigoso do que tentativas práticas de implementar o comunismo, porque estas poderiam ser respondidas por canhões enquanto as primeiras poderiam derrotar a inteligência e conquistar os sentimentos. Vê-se que isto está bem distante de uma apologia da repressão violenta aos trabalhadores, algo que, aliás, não combina com a profunda simpatia que Marx expressaria pela classe trabalhadora no tempo em que esteve na Gazeta Renana. Lendo a citação completa de Marx, verifica-se que a frase supracitada de Sperber expressa, em realidade, sua intenção, vista várias vezes na biografia que escreveu, de desqualificar Marx: “Nós estamos firmemente convencidos que o perigo real não é o esforço prático, mas, antes, a explicação teórica das ideias comunistas. Tentativas práticas perigosas, mesmo aquelas de larga escala, podem ser respondidas por canhão, mas ideias vencidas em nossa inteligência, incorporadas na nossa aparência, e forjadas na nossa consciência são correntes das quais não conseguimos nos libertar sem quebrar nossos corações.” (MCLELLAN, David. Karl Marx..p. 54 (tradução nossa)).

[15]           MCLELLAN, David. Karl Marx..p. 57.

[16]           BENSAID, Daniel. “Karl Marx, os ladrões de madeira e o direito dos pobres”. Tradução de Mariana Echalar. IN: MARX, Karl. Os despossuídos. Debates sobre a lei referente ao furto de madeira. Tradução de Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2018. p. 7;16-7;21.  GABRIEL, Mary. Amor e Capital.A saga familiar de Karl Marx e a história de uma revolução. Zahar, 2013 (ver o capítulo “Colônia, 1842”).

[17]           “Os direitos consuetudinários da nobreza resistem, por seu conteúdo, à forma da lei universal. Eles não podem virar leis, por serem formações resultantes da falta de lei. Ao resistirem por seu conteúdo à forma da lei, da universalidade e da necessidade, esses direitos consuetudinários provam justamente que são não-direitos consuetudinários e que não podem valer contra a lei, mas devem ser ab-rogados como oposição à lei e, dependendo das circunstâncias, punidos…” MARX, Karl. Os despossuídos…p. 86.

[18]           MARX, Karl. Os despossuídos…pp. 93-4;99.

[19]           MARX, Karl. Os despossuídos…p. 104.

[20]           MARX, Karl. Os despossuídos…p. 108.

[21]           MARX, Karl. Os despossuídos… p. 80-1. Para Marx, em si as coisas teriam uma natureza jurídica, e a lei deveria se guiar por isso. E a natureza jurídica da madeira caída é diferente da natureza jurídica da madeira viva, sendo portanto uma mentira legal considerar como delito o apanhar madeira caída: “A natureza jurídica das coisas não pode, por conseguinte, guiar-se pela lei, mas a lei tem de guiar-se pela natureza jurídica das coisas. Porém, quando chama de furto de madeira um ato que ne chega a ser um delito de exploração de madeira, a lei mente e o pobre é sacrificado por uma mentira legal.” p. 81. Há ainda objetos que por sua essência não poderiam ser entendidos como propriedade privada (p. 89).

[22]           DRAPER, Hal. Karl Marx’s theory…p. 73-4.

[23]           BENSAID, Daniel. “Os despossuídos…”, p. 13

[24]           MARX, Karl. Os despossuídos…p. 92

[25]           LÖWY, Michael. A teoria…p. 80

[26]             DRAPER, Hal. Karl Marx’s theory…p. 73-4.

[27]           Por isso, não foi adequado o lançamento recente deste texto de Karl Marx sob o título de “Os despossuídos”. Os pobres não são objeto da análise de Marx, que tem outros focos.

[28]           DRAPER, Hal. Karl Marx’s theory…p. 75

[29]           DRAPER, Hal. Karl Marx’s theory…p. 76

[30]           LÖWY, Michael. A teoria…p.78

Marcado como:
Vida de Marx