O quadro reúne os dados dos 15 países com maior número de mortes registradas. Incluímos também a Coréia do Sul, que já esteve entre os países com maior número de mortes e hoje é o 37º, sendo exemplo bem sucedido de contenção da pandemia. O cálculo do ritmo de expansão é feito pelo número de mortos, já que o patamar de subnotificação dos casos no Brasil torna precária a comparação da evolução do número total de casos. Entendemos que o cálculo do ritmo de crescimento é mais revelador do que os números absolutos, tendo em vista que a expansão do Covid-19 se iniciou em momentos diferentes, o que é indicado na última coluna.
O ritmo de crescimento mundial vem diminuindo de forma consistente. Há dez dias era de 2.47 vezes e agora é de 1.67, uma redução muito significativa e que expressa o impacto das medidas de contenção através de política de isolamento social.
No entanto, o Brasil tem o maior ritmo de crescimento dentre todos os países e o ritmo de crescimento do número de casos é o dobro da média mundial. Nesta terça, 28, o país passou a China e a Holanda em número de mortes, e aproxima-se da Alemanha e Irã. No país, o número de mortes dobrou em 9 dias, enquanto no mundo levou 19 dias para isto. Estamos já no epicentro mundial da pandemia, com Estados Unidos e Reino Unido. O Brasil o maior ritmo de crescimento de casos e de mortes, é o segundo país do mundo com maior número de pacientes internados em estado grave, foi o terceiro do mundo em novos casos ontem (depois de EUA e Rússia) e o também o terceiro em mortes ontem (depois de EUA e Reino Unido).
É importante considerar que os números mortes de hoje são resultado de contaminações ocorridas há duas ou três semanas, e portanto o relaxamento das medidas de isolamento (que no caso brasileiro aumenta dia a dia) não se expressam de forma imediata. Não pode haver dúvidas de que o recrudescimento do ritmo de crescimento do número de mortes no Brasil nos últimos dias é consequência do relaxamento do isolamento social.
Dentre os demais países, os Estados Unidos em uma situação dramática, com um índice de crescimento que ainda é muito alto, considerando-se a base já elevadíssima, e tem tido diariamente um terço do total de novos casos e um terço do número de mortos do mundo. Itália e Espanha reduziram bastante o índice de aumento das mortes, mas ainda têm números elevados em razão da base alta que já tinham. No período, o número médio de mortes por dia foi de 2.084 nos EUA, 449 na Itália, 402 na Espanha e 252 no Brasil. O número diário de mortes vêm declinando na Itália e Espanha, também nos EUA (de forma mais lenta), e aumentando vertiginosamente no Brasil.
Outros países com menos número de casos e de mortes vem tem crescimento muito acima da média mundial e tem sua situação se agravando rapidamente. Dentre eles, tiveram expressivo crescimento de casos nos últimos 14 dias a Rússia(4.43x), a Arábia Saudita (3.74x) o México (3.1x), a Índia (2.75x), o Perú (2.72x) e o Paquistão (2.5x), todos eles países populosos, e cujo crescimento de casos, se não for contido, pode impactar em uma retomada do crescimento mundial.
O número de testes realizados no Brasil segue vergonhosamente muito baixo (1.597 testes por milhão de habitantes). O segundo país com menos testes (Irã), realiza 3.38 vezes mais testes por milhão de habitantes (5.398) Alemanha, Itália. Espanha e Suíça, por sua vez, fazem em torno de 20 vezes mais testes que o Brasil (acima de 25.000 por milhão), e a média neste conjunto de países é superior a 18.000.
O ritmo de crescimento do número de mortes no Brasil, a despeito da enorme subnotificação e da demora nos resultados dos exames, segue elevadíssimo. Se por hipótese considerarmos que este ritmo se mantenha-se o mesmo (3.49 vezes em 14 dias), o número de mortes no Brasil atingiria 14.905 em 10/5, 52.021 em 18/5 e 181.554 em 5.6. Não se trata de uma previsão, mas de projeção do que ocorreria no caso de manutenção do atual ritmo. Um pequeno aumento ou uma pequena diminuição no percentual produz um grande efeito em cascata nos números, o que reforça a importância da manutenção das medidas protetivas.
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