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BRASIL

Números da pandemia: dados dos 15 países com mais de 1.500 mortes registradas ( atualização em 25/04)

Sistematização: Gilberto Calil

O quadro reúne os dados dos 15 países com mais de 1.500 mortes registradas. Incluímos também a Coréia do Sul, que já esteve entre os países com maior número de mortes e hoje é o 35º, sendo um dos mais bem sucedidos casos de controle da pandemia. O cálculo do ritmo de expansão é feito pelo número de mortos, já que o patamar de subnotificação dos casos no Brasil inviabiliza qualquer comparação que considere a evolução do número total de casos.

O ritmo de crescimento no mundo (considerando sempre a variação em 14 dias) vem diminuindo de forma consistente. Há duas semanas era de 3.22 vezes, há uma semana era de 2.47 vezes e agora está em 1.86. Nas últimas três atualizações (que fazemos a cada dois dias), todos os países considerados no quadro tiveram diminuição no ritmo de expansão, o que expressa o êxito das políticas de isolamento social. No entanto, é imprescindível destacar que os números mortes de hoje são resultado de contaminações ocorridas há duas ou três semana s, e por tanto o relaxamento das medidas de isolamento (que sabemos que ocorreram no caso brasileiro) não se expressam imediatamente. Além disto, e mais preocupante, o Brasil é o único país que tem crescimento maior na última semana (1.71x) do que na semana anterior (1.55), sob impacto do forte crescimento nos últimos dois dias, colocando grande possibilidade de que na próxima atualização a tendência de redução no ritmo seja revertida. Em números absolutos, a média de mortes por dia foi de 110 entre 10 e 17/4 e de 218 entre 17 e 24/4.

Dentre os 16 países considerados, Canadá e Brasil tem a pior situação, com um ritmo de crescimento próximo ao dobro da média mundial. Os Estados Unidos tem um índice altíssimo, considerando-se a base já elevadíssima, e tem tido diariamente um terço do total de novos casos e um terço do número de mortos do mundo. Itália e Espanha reduziram bastante o índice de aumento das mortes, mas ainda têm números elevados em razão da base alta que já tinham. No período, o número médio de mortes por dia foi de 2.154 nos EUA, 508 na Itália, 440 na E spanha e 164 no Brasil.

O número de testes realizados no Brasil segue muitíssimo baixo (1.374 testes por milhão de habitantes, sendo mais de 3.5 vezes menor que o do Irã (4.884) e em torno de 20 vezes menos testes que Alemanha, Itália e Suíça (acima de 25.000).

O ritmo de crescimento do número de mortes no Brasil, a despeito da enorme subnotificação e da demora nos resultados dos exames, segue elevadíssimo. Nos últimos dias o índice vem diminuindo (6.02 há oito dias, 5.31 há seis,  4.59 há quatro, 3.54 há dois e 3.47 agora), mas esta diminuição expressa a situação do contágio há duas ou três semanas, quando o grau de isolamento social era maior, e como indicamos a se manter o crescimento dos últimos dois dias, a tendência é voltar a crescer nos próximos dias. Se por hipótese considerarmos que este ritmo se mantenha-se o mesmo (3.47 vezes em 14 dias), o número de mortes no Brasil atingiria 12.738 em 8/5, 44.190 em 16/5 e 153.340 em 3.6. Não se trata de uma previsão, mas de projeção do que ocorreria no caso de manutenção do atual ritmo. Um pequeno aumento ou uma pequena diminuição no percentual produz um grande efeito em cascata nos números, o que reforça a importância da manutenção das medidas protetivas.