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BRASIL

A humanidade contra a Pandemia

Flaviano Correia Cardoso*, de Aracaju, SE
NIAD/Fotos públicas

Maryland 12 03 2020 Novo SARS-CoV-2 de Coronavírus Micrografia eletrônica de transmissão de partículas do vírus SARS-CoV-2, isoladas de um paciente. Imagem capturada e aprimorada de cores no NIAID Integrated Research Facility (IRF) em Fort Detrick, Maryland.

A população mundial está mergulhada em um novo tipo de guerra. Pouco mais de um mês após ser decretada a pandemia do Covid-19, temos cerca de 2 milhões de casos e mais de 120 mil mortes humanas em todo planeta. A humanidade, que tem os seus maiores avanços tecnológicos da história, computando o seu maior e mais colossal fluxo de riqueza, mostra-se incapaz de conter a realidade devastadora de contágio de seu mais novo inimigo: o Vírus Corona.

Ao contrário do que poderia se imaginar em uma situação como essa, o maior número de casos e mortes se deu no epicentro do capitalismo internacional, acometendo China, Europa, EUA e outros países responsáveis pela direção dos rumos da humanidade no planeta. No entanto, os dados indicam que essa catástrofe está apenas começando.

Nesse momento, é possível prever que o mar de contágios alcançará os nossos entes queridos, sendo racional se sentir inseguro e assustado diante da voracidade de replicação deste minúsculo inimigo. A população do mundo está nas mãos de seus governantes e a democracia também está desafiada a garantir as respostas necessárias à defesa de seu povo, principalmente, idosos, doentes e os mais carentes. O Estado passa a ser reclamado em seu sentido amplo, pois, ou toda população que o sustenta e dá sentido se mobiliza, ou sua capacidade de ação perderá o sentido e se verá fracassada, pois se mantém escrava de uma lógica econômica, que, literalmente, limita a sua condição de salvar vidas.

No Brasil, embora ainda no início dos contágios, já contabilizamos duas centenas de mortes por dia. Os programas de auxílio emergencial constroem um cenário de aglomerações que são verdadeiros focos de propagação. Sem condições de conter o contato social, as autoridades assistem de camarote o aumento das estatísticas, pois as baixas humanas, pelos dados oficiais, escalam, e, para além disso, a sociedade científica atesta que muitas mortes não agregam aos dados por falta de testagem.

O tempo é de luta humanitária, o tempo é de solidariedade humana ilimitada, o tempo é de cessar fogo internacional. Os seres humanos socialmente organizados devem concentrar esforços para viabilizar o isolamento social, distribuir a riqueza para a sobrevivência geral e assegurar a organização e a assistência social necessária para salvar e manter vidas humanas. Nunca na histórica da humanidade, a luxúria, a centralidade no lucro e a avareza humana perderam tanto o sentido.

É fundamental, vital e indispensável que as autoridades públicas construam comissões de gerenciamento de crise com movimentos sociais, entidades de classe e autoridades médico-sanitárias para gerir dia a dia os recursos e ações públicas. Está provado! Sem uma ampla e irrestrita participação democrática e popular não poderemos vencer essa crise. Isolamento e organização social para garantir o distanciamento entre as pessoas é uma tarefa vital. Manutenção do papel provedor e social do Estado para assegurar a renda necessária para as pessoas sobreviverem é uma necessidade social.

* Bancário e advogado popular.

 

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coronavírus / saúde