Pular para o conteúdo
Colunas

Resistência realiza seu 1º Congresso Nacional perto de completar dois anos de fundação

André Freire

Historiador e membro da Coordenação Nacional da Resistência/PSOL

Fundamos nossa organização política em abril de 2018, em um Congresso de Fusão. Nascemos já como uma corrente que constrói e atua no PSOL. No próximo final de semana, como resultado de um grande esforço coletivo, vamos realizar o nosso 1º Congresso Nacional, com delegadas e delegados de todas as regiões do país. Um evento construído e financiado pela própria militância de nossa organização.

Nos últimos meses, a militância da Resistência esteve envolvida nos debates congressuais sobre os rumos do Brasil e do mundo, e sobre os nossos principais desafios políticos. Um rico processo de discussão, muitas vezes polêmico.

Na construção de nosso regime interno, apostamos no confronto sadio de ideias, sempre na busca de sínteses possíveis e deliberações coletivas e democráticas, como a única forma de elaborarmos as melhores linhas políticas para a nossa atuação e a construção da nossa organização.

Nestes quase dois anos de existência, estivemos empenhados na construção de uma verdadeira frente única dos explorados e oprimidos, com o objetivo de derrotar o governo Bolsonaro nas ruas. Acreditamos que, diante deste governo neofascista e de seus ataques aos direitos sociais e às liberdades democráticas, a tarefa número 1 da esquerda socialista é ser útil para a luta e organização dos trabalhadores, da juventude e do conjunto dos explorados e oprimidos.

A urgência do momento

A luta contra Bolsonaro deve ser agora. É um grave erro das direções do PT e do PCdoB defenderem esperar as eleições de outubro deste ano, ou as eleições de 2022, para fortalecer uma oposição consequente e mais contundente contra este governo neofascista.

Portanto, mesmo com as grandes diferenças políticas e programáticas que temos com as direções destes partidos, defendemos que o momento exige unidade das organizações de esquerda e da classe trabalhadora para enfrentar nas ruas este projeto de extrema direita.

Nosso objetivo estratégico é criar as condições necessárias para a tarefa de derrubar o governo Bolsonaro e seu projeto de extrema direita neofascista, que ameaça inclusive os mínimos espaços democráticos que ainda existem no atual regime político.

Para enfrentar esta perigosa escalada autoritária desferida pelo bolsonarismo, propomos unir todos e todas que queiram resistir nas ruas contra este projeto ultra-autoritário, independente de suas origens sociais e correntes de opinião. Golpe Não! Ditadura nunca mais!

Uma nova alternativa de esquerda e socialista

No desenvolvimento do processo de mobilizações contra Bolsonaro, atuamos sempre para que o PSOL cresça e se consolide como um novo projeto de esquerda em nosso país. Uma esquerda renovada, ou seja, que não repita os erros políticos e programáticos cometidos pelo PT e seus governos de conciliação com a velha direita e as grandes empresas e bancos.

Por isso, estivemos desde os primeiros momentos na construção das candidaturas de Guilherme Boulos e Sonia Guajajara, nas eleições presidenciais de 2018, construindo a aliança do nosso partido com o MTST, a APIB e vários outros movimentos sociais combativos de nosso país. Pois, um partido que busca ser novo, precisa avançar na sua inserção entre os trabalhadores e a juventude, fortalecendo seus laços orgânicos com as lutas do nosso povo.

No marco da construção do PSOL, buscamos nos somar aos ativistas e organizações marxistas revolucionárias na defesa permanente de um programa anticapitalista e de transição ao socialismo. E, se possível, na construção da mesma organização política.

Acreditamos que a própria construção da Resistência é um pequeno passo nesta tarefa estratégica. Afinal, nascemos, e nos construímos até os dias de hoje, como fruto da unificação de vários grupos que reivindicam o programa marxista revolucionário mesmo que possuindo origens distintas.

Mas, longe de nos reivindicarmos os únicos revolucionários, ou algo pelo estilo. Nos consideramos, na verdade, uma organização ainda em processo de construção, e seguimos convencidos da necessidade de apostarmos em espaços comuns de discussões programáticas e ações coletivas. Não só no Brasil e no PSOL, mas também em parceria com organizações irmãs de outros países.

Por exemplo, para avançar neste sentido, vamos promover, logo em seguida aos dias de nosso Congresso, uma reunião internacional, com a presença de organizações e militantes de vários países, como: Venezuela, Chile, Argentina, Colômbia, Portugal e Paraguai. Com o objetivo de aprofundarmos a compreensão sobre a situação mundial e tirarmos campanhas políticas comuns.

Sabemos que os próximos dias serão de intenso trabalho coletivo, mas estamos felizes porque nos esforçaremos muito para que as nossas discussões e deliberações ajudem a fortalecer as lutas dos explorados e oprimidos, sempre com o objetivo de “virar esse jogo” contra ações imperialistas, as grandes empresas, os bancos e seus governos.

As bandeiras da Resistência Feminista foram vistas em todo o país nas manifestações do 8 de março, Dia Internacional de luta das Mulheres. Seguiremos nas ruas, com toda a convicção e sempre com o objetivo prioritário de derrotar Bolsonaro, seu governo e o famigerado projeto de extrema direita neofascista no Brasil e no mundo.

Visite o site da Resistência/PSOL

Marcado como:
Resistência/PSOL