Pular para o conteúdo
EDITORIAL

Em defesa do MST, dos petroleiros e dos metalúrgicos de São José dos Campos

Criminalização e repressão aos movimentos sociais confirmam que as liberdades democráticas estão sob risco

Editorial 26 de setembro
Reprodução

Repressão a sindicalistas da Embraer

Essa semana, 3 episódios são reveladores sobre a escalada autoritárias que está em curso durante o governo Bolsonaro (PSL-RJ).

O primeiro foi a notícia sobre a Ação Judicial movida pela diretoria da Petrobrás contra 8 sindicalistas petroleiros, sendo 4 da direção da FUP e 4 da direção da FNP – dois deles, inclusive, são colaboradores deste Portal.

A acusação contra eles é simplesmente absurda. A direção da Petrobrás quer que cada um pague 100 mil reais de custas processuais e danos morais porque eles encabeçaram ações judiciais para defender o próprio patrimônio da empresa da sanha privatista deste governo.

Em outro episódio lamentável, nessa quarta-feira, dia 25.9, a justa greve dos trabalhadores da Embraer, em São José dos Campos (SP), foi duramente reprimida por uma ação criminosa da Polícia Militar, inclusive com a presença de tropas do Exercito nas ruas próximas à empresa.

Um diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da região chegou a ser preso de forma violenta. E os trabalhadores apenas realizavam um legitimo movimento para defender seus empregos e direitos, que estão ameaçados diante da venda – nada soberana – da Embraer para a estadunidense Boeing, que contou com a autorização de Guedes e Bolsonaro.

E, por último, a atual direção do Incra volta a ameaçar de desapropriação violenta a Escola do MST, que leva o nome do pernambucano Paulo Freire. Localizada em Caruaru (PE), essa escola realiza um rico trabalho de formação profissional conveniado com várias Universidades de Pernambuco e que fornece alimento barato e de qualidade para várias escolas públicas da região.

A Escola do MST em Pernambuco foi construída dentro de um assentamento legalizado. O governo Bolsonaro quer destruir um projeto vitorioso de educação popular com o argumento fútil de que suas instalações foram construídas sem autorização prévia. Mais um escândalo. O prazo final de desapropriação é dia 10 de outubro, e o MST promete resistir.

Esses 3 exemplos não são isolados. Eles apenas demonstram e confirmam que a face mais perigosa desse projeto de extrema direita neofascista é seu ódio declarado aos movimentos sociais e a esquerda em geral.

Derrotar o governo Bolsonaro nas ruas

Não podemos aceitar que essa escalada autoritária continue impune. Mais do que nunca é necessário retomar um calendário nacional e unitário de mobilizações que busque derrotar o governo Bolsonaro e seus brutais ataques aos direitos sociais e democráticos do povo trabalhador e da juventude.

A hora da luta é agora. A política de esperar simplesmente a realização das eleições de 2020 e 2022 é um grave erro político. Portanto, todas as direções dos movimentos sociais, das centrais sindicais, dos sindicatos, partidos de esquerda e entidades democráticas devem se engajar ainda mais na construção de mobilizações unitárias.

Uma excelente oportunidade para retomarmos com mais força as mobilizações unitárias acontecerá na semana quem vem: com a nova greve nacional da educação nos dias 2 e 3 de outubro; e as manifestações em defesa da soberania nacional e contra as privatizações, no dia 3 de outubro – dia do aniversário de fundação da Petrobrás. Vamos a luta.