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BRASIL

Mobilização barra projeto de caça às bruxas na educação de Santo André

Lígia Gomes, do ABC Paulista

Após três sessões com a Câmara Municipal abarrotada de manifestantes, os vereadores até tentaram, mas não conseguiram adiar novamente a votação do PL 299/2017, que visava proibir a abordagem dos temas “’ideologia de gênero’ ou ‘orientação sexual’” em todas as escolas do município.

Era um projeto obscurantista que só tinha uma única proposta: punição dos professores (veja a íntegra do projeto aqui). Além de promover a caça às bruxas, era um projeto criminoso, porque impedia a intervenção da comunidade escolar sobre temas que podem combater a violência a que mulheres, meninas e LGBTs estão sujeitas em nossa sociedade.

Aprovado em 12 de setembro, o projeto teve a segunda votação marcada para o dia 17 de setembro, quando sua apreciação foi adiada, para dia 19. Nessa data, ainda mais pessoas compareceram à sessão para protestar, e a votação foi novamente adiada.

Nesta segunda, dia 24, a Câmara estava ainda mais cheia de estudantes, professores, ativistas dos movimentos LGBT e de mulheres, e houve duas novas tentativas de adiamento: uma com o pretexto de promover audiência pública e outra para adiar por uma sessão. Ambas foram rechaçadas pela população presente, já desgastada com o desrespeito da Câmara e com os ataques de alguns vereadores defensores do projeto aos manifestantes.

Pressionados pelos manifestantes (vídeo), os vereadores colocaram o projeto em votação e este foi rejeitado por 8 votos a 6. Uma vitória, visto que na primeira votação o texto havia sido aprovado por ampla maioria.

Uma pequena vitória, em uma Câmara Municipal de 21 vereadores em nosso imenso país. Uma grande vitória contra o obscurantismo e a barbárie que ganharam fôlego com Bolsonaro, Dória, Witzel e outros tantos que só fazem carreira semeando o ódio aos trabalhadores e grupos oprimidos.