No dia 27 de julho o músico BNegão e os Seletores de Frequência se apresentavam na cidade de Bonito, Mato Grosso do Sul, no Festival de Inverno da cidade. Porém, a apresentação foi interrompida pela Polícia Militar, que acabou com o show.
Naquele dia, Gal Costa havia se apresentado no mesmo palco em meio a gritos do público xingando Bolsonaro. Em entrevista à Agência Pública, BNegão conta que durante o show denunciou agressão que dois produtores do evento sofreram da Polícia Militar, além de ter feito críticas a Bolsonaro e Sérgio Moro, falando também sobre o ataque que os Wajãpi sofrem no Amapá, no melhor espírito Hip Hop. Já na segunda música, a Polícia Militar agiu. A repressão contou com apoio da prefeitura de Bonito, que declarou que não deveria haver manifestações políticas no evento.
O episódio lembra a histórica tentativa da polícia dos EUA de impedirem o grupo NWA de cantar o hit “Fuck The Police” num show décadas atrás. Mas, no caso do show recente em Bonito vemos a mistura de alguns elementos a mais: a censura ocorreu ainda no início com a violência policial mirando também produtores do evento e, segundo relatos, o público. Sem dizer que foi realizada contra um artista que criticou abertamente o governo federal.
Esse episódio é mais uma mostra da escalada autoritária que vivemos. É gravíssima a censura a um artista por este se opor a determinado governo. Censura acompanhada de violência física contra produtores culturais. Com os crescentes ataques às liberdades democráticas e o silêncio da mídia hegêmonica, faz-se necessária a ampla denúncia de episódios como esse.
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