Vitória em Porto Rico: Governador renuncia!


Publicado em: 25 de julho de 2019

Mundo

Gê Souza, de São Paulo (SP)

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Após duas semanas de protestos, pelo vazamento de comentários ofensivos sobre mulheres, homossexuais e vítimas do furacão Maria, o governador de Porto Rico, Ricardo Rosseló, anunciou que deixará o cargo na próxima sexta-feira, 02.

Os comentários machistas e homofóbicos, além do total desprezo pelas vítimas do furacão Maria, que deixou 3 mil mortos em 2017, foram a gota d’água em uma crise que vem se gestando há alguns anos em Porto Rico.

Porto Rico é uma ilha do Caribe que os Estados Unidos tomaram da Espanha em 1898. Em 1952, Washington deu a ilha o status de “Estado livre associado”, o que dá alguns direitos para seus habitantes, como a cidadania americana e a liberdade de movimento no território norte-americano, além de alguma autonomia política. Na verdade, um enclave americano no mar do Caribe.

A autonomia política é bem relativa. Por exemplo, os porto-riquenhos não podem votar em eleições presidenciais – a menos que residam no continente. Eles são representados no Congresso por apenas um comissário consultivo, sem voto. E o governo americano tem a última palavra em assuntos de seus territórios.

Antes do furacão Maria, os cortes orçamentários e a crise fiscal, que precipitou a bancarrota do País em maio de 2017, já vinham criando muita insatisfação na população. Várias escolas foram fechadas e aumentou a imigração para o continente americano. Com o furacão Maria, Porto Rico perdeu 4% da população, hoje de 3,2 milhões de habitantes. 

Segundo o FMI, Porto Rico está em recessão desde 2005 e não há recuperação à vista. A recessão porto-riquenha é maior do que a brasileira. Porto Rico terá duas décadas perdidas encadeadas e este quadro pode prosseguir na próxima década, mostrando que o século XXI pode representar o colapso econômico da ilha associada dos EUA.

A crise econômica foi agravada pela crise ambiental, com a passagem dos furacões Irma e Maria em 2017. Calcula-se que o País vai demorar anos para reconstruir as casas e a infraestrutura do país.

Saudamos com grande alegria a vitoriosa luta dos porto-riquenhos contra a opressão e a piora em suas condições de vida.


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