No último final de semana, ocorreu, na Uesb, em Vitória da Conquista, o 9º Fórum de Estudantes das Universidades Estaduais Baianas. O espaço reuniu os comandos de greve e mobilização estudantil da Uneb, Uefs, Uesc e Uesb que através de mesas, GTs e plenária discutiram desafios do movimento estudantil baiano e nacional. Entre os principais encaminhamentos do encontro está uma carta do movimento aos estudantes brasileiros. Confira a carta na íntegra:
O Brasil vive hoje um momento de ofensiva aos direitos da juventude e da classe trabalhadora, na qual a educação pública, gratuita, laica e popular está no centro dos ataques do governo federal. Este governo, que é uma ameaça às liberdades democráticas e ao pensamento crítico, têm sido o inimigo número um daqueles e daquelas que defendem a educação. O projeto do ministério da educação, como já foi dito, é que a universidade seja um espaço pra “elite intelectual”, com um ensino tecnicista, descaracterizando o seu papel político e social. No mesmo sentido, esse desgoverno também tem uma agenda de destruição dos direitos trabalhistas e previdenciário historicamente conquistados.
Os ataques à educação também se refletem a níveis estaduais. Na Bahia, atualmente, está em curso um projeto neoliberal de desmonte das universidades do Estado. UNEB, UEFS, UESB e UESC sofreram nos últimos dois anos cortes que já somam mais de 110 milhões, prejudicando o funcionamento básico das universidades e o tripé ensino, pesquisa e extensão. Por isso, estudantes e professores estão em luta e deflagraram greve há quase um mês. O governo Rui Costa (PT) têm feito uma opção política de atacar a educação e têm mostrado como não ser um governo de esquerda, mesmo tendo sido eleito com o discurso de que faria oposição à Bolsonaro. Em contrapartida, os estudantes e professores têm mostrado como resistir e lutar sem medo em defesa da educação e pela ampliação das políticas de permanência estudantil.
No dia 15 de maio construiremos a greve nacional da educação, que será uma importante etapa para o fortalecimento das lutas rumo à greve geral.
A juventude que resiste desde o golpe, e que também foi vanguarda nas mobilizações do #EleNão e do vira voto, segue ocupando as ruas contra os retrocessos. A força do movimento estudantil baiano foi expressa em grandes e históricas assembleias que decidiram cerrar trincheiras contra todos aqueles que atacam a educação. Esse é o momento do movimento estudantil brasileiro resgatar a sua história de luta e deixar o seu recado nos quatro cantos do país: Não temos tempo pra ter medo!
O futuro exige coragem, e coragem é um sentimento coletivo. Por isso, esse é o momento de ampliar e unificar as lutas. Nós, estudantes das universidades estaduais em greve, convocamos todos os estudantes brasileiros a erguer os punhos e intensificar uma grande ofensiva em defesa da educação e dos nossos direitos. No dia 15 de maio construiremos a greve nacional da educação, que será uma importante etapa para o fortalecimento das lutas rumo à greve geral. Se o presente é de luta, o futuro nos pertence!
05 de maio de 2019
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