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Para Bolsonaro, democracia só existe se as forças armadas quiserem

Por Tião Torres, do Rio de Janeiro, RJ
Antonio Cruz Ag. Brasil

Nem bem a “poeira estava baixando” da publicação absurda, numa rede social, de um vídeo de conteúdo pornográfico, generalizando e atacando o Carnaval, Bolsonaro se envolveu em outra polêmica. Durante evento que comemorava o aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais, no Rio de Janeiro, no dia 07, Bolsonaro afirmou que a democracia só existe porque é permitida pelas forças armadas.

A afirmação é coerente com a defesa que Bolsonaro sempre fez da ditadura militar brasileira, de que não houve golpe militar em 1964 e sim uma “revolução democrática” contra o “perigo comunista”. O atual presidente é um conhecido defensor de figuras sinistras do período dos governos militares, como o torturador coronel Carlos Alberto Ustra.

Outras membros da alta cúpula militar que possuem posição chave no atual governo, como os generais da reserva Augusto Heleno, ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o vice-presidente, Hamilton Mourão, também já defenderam publicamente a legitimidade da ditadura militar.

Entretanto, o que chama a atenção é que desde a eleição de Bolsonaro, não só ele, mas toda a cúpula militar vinha “jurando” respeito à democracia brasileira.

O discurso de Bolsonaro aos fuzileiros navais vem apenas confirmar, mais uma vez, o viés profundamente autoritário de seu projeto de poder. No mesmo dia, Augusto Heleno, Mourão e cia se apressaram a buscar consertar mais uma “trapalhada” de Bolsonaro, afirmando que ele teria sido mal interpretado.

Mas, não há como ter dúvidas. A fala de Bolsonaro demonstrou que ele continua sendo o que sempre foi, um adorador da ditadura militar e de seus torturadores.

Inclusive, figuras que hoje integram esse governo cívico-militar de extrema-direita nunca esconderam seu desconforto com o processo de redemocratização do nosso país. A queda da ditadura militar, tardiamente, na década de 1980, não foi uma concessão da alta cúpula das forças armadas para o povo brasileiro,  mas sim uma conquista de todas e todos que lutaram contra a ditadura e pela redemocratizacão de nosso país.

Ampla unidade de ação para defender as liberdades democráticas

Não se trata, evidentemente, de não reconhecer os profundos limites do regime democrático em nosso país, que nunca atingiu, nem de perto, uma democracia efetiva para a maioria da população, sobretudo para os trabalhadores, a juventude, os negros e negras, a mulheres e os LGBT’s.

Porém, nossa justa crítica aos limites da democracia brasileira não pode nos paralisar diante de riscos de retrocessos ainda maiores, principalmente representados por este governo.

Portanto, a defesa das liberdades democráticas, conquistadas às duras penas com o fim da ditadura militar brasileira, devem ser defendidas pelos movimentos sociais, da esquerda e democráticos.

Não devemos ter nenhuma confiança nas falsas convicções democráticas desse governo ultra reacionário, dirigido na prática por uma maioria de militares de alta patente que sempre defendeu a ditadura.

Campanhas como a exigência de justiça para Marielle e Anderson – assassinato sem solução que completa um ano no próximo dia 14; contra a prisão política do ex-presidente Lula; e de cobrança de uma investigação profunda e transparente sobre o envolvimento do clã dos Bolsonaros com a milícias do Rio de Janeiro,  contra o projeto “escola sem partido”, entre outras tantas, devem ter centralidade nas nossas mobilizações no próximo período, ao lado da luta contra a reforma reacionária da Previdência.

Para isso, devemos unir em ações concretas e mobilizações todos aqueles que se opõem a escalada autoritária representada pelo governo Bolsonaro e os ricos que ele representa para as liberdades democráticas em nosso país.

FOTO Jair Bolsonaro visita o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), acompanhado do ministro general Augusto Heleno. Antonio Cruz/Agência Brasil