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Defensor da intervenção militar assume a Presidência do Clube Militar

General Antônio Hamilton Martins Mourão. Foto: Pedro Ribas/ANPr/Divulgação

General Antônio Hamilton Martins Mourão. Foto: Pedro Ribas/ANPr/Divulgação

André Freire

Historiador e membro da Coordenação Nacional da Resistência/PSOL

Hoje, no dia 30 de maio, vai ser realizada uma Assembleia Geral Ordinária do Clube Militar, na sua sede, no Centro do Rio de Janeiro. A pauta única é a eleição da nova diretoria da entidade militar, para o biênio 2018-2020.

Na verdade, não haverá uma eleição de fato, pois existe uma chapa única. O que chama a atenção desta eleição, em particular, é que será aclamado como novo presidente do Clube Militar o general Antônio Hamilton Martins Mourão, hoje um militar da reserva.

No ano passado, o general Mourão, como é conhecido, ainda como um militar da ativa, chamou a atenção da opinião pública por defender, num vídeo na internet, uma nova intervenção militar em nosso país.

No início do ano, Mourão voltou a aparecer na grande mídia, como coordenador nacional de um grupo de cerca de 70 militares que devem concorrer como candidatos nas próximas eleições, a esmagadora maioria apoiando a pré-candidatura de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) para a Presidência da República. O Clube Militar seria o centro de organização destas candidaturas militares, agora mais ainda tendo Mourão como presidente. O objetivo é eleger e organizar uma bancada militar no Congresso Nacional.

O Clube Militar sempre foi uma entidade sinistra, conhecida por sua defesa do golpe militar de 1964 e o “período de chumbo” da ditadura militar brasileira. Inclusive, promovendo eventos de comemoração deste triste momento de nossa história.

Nos seus dois últimos mandatos, o Clube Militar parecia estar mais afastado das discussões dos temas políticos nacionais. A eleição de Mourão marcaria, então, o retorno do Clube Militar para a arena política, evidentemente buscando fortalecer a defesa do legado perverso da ditadura militar e, principalmente, a propaganda reacionária de uma nova intervenção militar em nosso país.

A eleição de Mourão para o Clube Militar acontece num momento onde a proposta de intervenção militar volta a entrar em evidência. Setores organizados da extrema-direita buscam usar a justa greve dos caminhoneiros para alavancar sua proposta reacionária para a saída da crise política brasileira.

A utilização equivocada do movimento dos caminhoneiros para defender a ditadura foi tão absurda que entidades representativas que conduziram a greve foram a público repudiar a proposta de intervenção militar.

 

Não à intervenção militar. Ditadura nunca mais!

A nossa saída é pela esquerda! Como nas Diretas Já, defendemos que o povo decida. Repudiaremos nas ruas qualquer saída autoritária, principalmente as que defendam uma intervenção militar e a volta da ditadura em nosso País. Não vão conseguir transformar uma proposta de uma minoria retrógrada na vontade da maioria do povo trabalhador brasileiro.

Assim como derrotamos a ditadura militar, há mais de três décadas, vamos derrotar agora a extrema-direita, Bolsonaro, Mourão, MBL e cia. Novamente nas ruas, com mobilizações e discutindo as nossas propostas com os trabalhadores e a juventude.

Também a partir deste dia 30 de maio, começa a greve dos petroleiros em todo o País. Essa greve vai colocar em xeque, mais uma vez, a política de preços exorbitantes dos combustíveis, praticada pela atual direção da Petrobrás, além de denunciar a política de privatização da empresa. No mesmo dia, a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular estão chamando manifestações em várias cidades brasileiras. A CSP-Conlutas também estará presente nestes protestos.

O momento exige unidade e ousadia. Colocar o time do povo trabalhador em campo. Unir a greve dos petroleiros com os caminhoneiros que seguem em luta, os metroviários de Belo Horizonte, os operários da construção civil de Fortaleza, os movimentos populares combativos, entre outras categorias e setores em luta.

A maioria das Centrais Sindicais deve chamar a unificação das lutas. Precisamos convocar coletivamente, e pela base, um Dia Nacional de Lutas e Paralisações, já na semana que vem, construindo as condições para uma nova Greve Geral, ainda mais forte do que fizemos em 28 de abril do ano passado.

Só com os trabalhadores, a juventude e o conjunto dos explorados e oprimidos organizados e mobilizados, vamos derrotar os ataques do governo ilegítimo de Temer e das grandes empresas. Jogando, mais uma vez, na “lata de lixo da História” os defensores da ditadura.

FOTO: General Antônio Hamilton Martins Mourão (Pedro Ribas/ANPr/Divulgação)