ELES querem acabar com o Carnaval, mas não vão conseguir
Publicado em: 28 de fevereiro de 2019
O Rio de Janeiro, além das Escolas de Samba, tem tradição com o Carnaval de Rua. Todos os anos milhares de foliões seguem os blocos e tomam as ruas da cidade para festejar a maior festa popular do país com alegria, irreverência e crítica política e social.
As primeiras manifestações populares na cidade ocorreram no final do século XIX e os primeiros blocos datam do início do século XX com destaque para o Cordão da Bola Preta, o Cacique de Ramos, a Banda de Ipanema e o Bafo da Onça, para ficarmos com os mais conhecidos do grande público.
Os blocos cariocas sempre se pautaram pelos enredos voltados para a exaltação de sua própria história, fatos inusitados do cotidiano e pelas críticas sociais recheadas de grande ironia e sarcasmo.
Nos dias atuais, são ELES que governam: Bolsonaro (e sua turma), Wilson Witzel e Marcelo Crivella, e não há um terreno mais fértil para críticas e também para uma resistência jamais vista no Carnaval.
Este ano, o prefeito Crivella exigiu a redução de 20% no número de blocos e dificultou diversas agremiações desfilarem como o tradicional bloco Nem Muda Nem Sai de Cima, do bairro da Muda/Tijuca.
Semana passada, em São Paulo, a PM de Dória chegou ao ápice de reprimir o desfile do bloco Fanfarra Clandestina, quebrando instrumentos musicais e ferindo com bala de borracha um integrante da agremiação.
Agora, no Rio de Janeiro, a pouco mais de 24 horas para a abertura oficial do Carnaval, a Polícia Militar do governo Wilson Witzel, quer barrar o desfile de vários blocos tradicionais da cidade como: Simpatia é Quase Amor, Céu na Terra, Suvaco de Cristo, Orquestra Voadora, Imprensa Que Eu Gamo, Toca Rauuul! e Carmelitas.
A justificativa da PM seria de que a documentação dos blocos teria sido entregue fora do prazo. Em nota as Ligas que representam os blocos, Sebastiana e Zé Pereira, informaram que fizeram o possível para cumprir os critérios, mas devido à demanda e ao prazo curto da portaria nº 229, publicada em 02/01/2019, não foi possível.
Na verdade, essa imposição é um grande casuísmo, uma vez que os blocos já desfilaram no Pré-Carnaval da cidade semanas atrás e nada foi feito pelas autoridades para impedir tais eventos. O que os governos de plantão querem é asfixiar uma das mais icônicas manifestação culturais do país que replica resistência em dias sombrios, que traz alegria e contraponto às visões retrógradas e invariavelmente estranhas a festa. Vamos festejar e colorir as ruas e protestar sambando.
Nesse carnaval ELES não terão vez, nem voz. A rua será nossa! Marielle é verde e rosa.
*Marco Dantas é bacharel em Letras e servidor Público Estadual no Rio de Janeiro
Top 5 da semana

brasil
Prisão de Bolsonaro expõe feridas abertas: choramos os nossos, não os deles
colunistas
O assassinato de Charlie Kirk foi um crime político
brasil
Injustamente demitido pelo Governo Bolsonaro, pude comemorar minha reintegração na semana do julgamento do Golpe
psol
Sonia Meire assume procuradoria da mulher da Câmara Municipal de Aracaju
mundo