Escolhido para chefiar o Ministério do Meio Ambiente no futuro governo de Jair Bolsonaro, Ricardo Salles foi condenado, nesta quarta-feira (19), por improbidade, por ter modificado mapas de zoneamento de Área de Proteção Ambiental Várzea do Tietê, em 2016, e alterado minuta do decreto do plano de manejo da unidade de conservação, para beneficiar empresários. Ação foi movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e aceita pelo juiz Fausto José Martis Seabra, da 3ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal.
A decisão deixa clara a atuação de Ricardo Salles em privilégio a grandes empresários, mesmo que para isso tenha que passar por cima da preservação ambiental, adulterar documentos e estudos. Decreto do plano de manejo e mapas da Universidade de São Paulo foram modificados. O objetivo era beneficiar, em especial, empresas de mineração filiadas à Fiesp.
Segundo decisão, Salles fica condenado à suspensão dos direitos políticos por três anos e a pagar multa dez vezes a remuneração mensal recebida enquanto ocupava o cargo de secretário. Também, à proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário. O processo SMA 7.324/2013, por sua vez, será anulado.
Várzea do Rio Tietê
A Várzea do Rio Tietê é uma Área de Proteção Ambiental (APA) que compreende municípios de São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis, Osasco, Carapicuíba, Barueri e Santana de Paranaíba. Já em 2011, a USP, que trabalhou na elaboração do Plano de Manejo, realizou o 1º Fórum da APA Várzea do Rio Tietê, depois de construir um ciclo de nove seminários.
Em 2017, o Conselho Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (Consema) aprovou o relatório da Comissão Temática de Biodiversidade, Florestas, Parques e Áreas Protegidas sobre o Plano de Manejo da APA Várzea do Rio Tietê já com Salles como secretário.
Foto: EBC
Comentários