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EDITORIAL

750 mil manifestam-se em Barcelona pela libertação dos presos políticos

A manifestação convocada pela Assembleia Nacional Catalã e o Òmnium Cultural foi encabeçada por familiares dos governantes e ativistas presos por organizarem o referendo de 1 de outubro.

Por Redação Esquerda.net

Segundo a Guardia Urbana, cerca de 750 mil pessoas marcaram presença na maior manifestação das últimas semanas na Catalunha. A iniciativa convocada pelas duas associações que lideram o movimento social pela independência da Catalunha encheu mais de 3 quilómetros da Carrer de la Marina para pedir a liberdade dos oito governantes e dos líderes da Assembleia Nacional Catalã e o Òmnium Cultural, presos e acusados de sedição e rebelião, e o regresso a casa em liberdade dos membros do governo no exílio na Bélgica.

A manifestação contou com a presença de familiares dos presos, que encabeçaram a manifestação e leram no final as mensagens enviadas da prisão por Jordi Sànchez, Jordi Cuixart, Oriol Junqueras, Raül Romeva, Meritxell Borràs, Dolors Bassa, Jordi Turull, Josep Rull, Carles Mundó e Joaquim Forn. Também estiveram presentes no cortejo os principais dirigentes da ERC, PDECat, CUP e Catalunya en Comú. A conselho do seu advogado, a presidente do Parlamento catalão, Carme Forcadell, que foi libertada esta semana sob fiança, não participou na manifestação.

A partir da Bélgica, os governantes destituídos pelo governo espanhol, através do artigo 155 da Constituição, enviaram mensagens de apoio à luta pela libertação dos presos. Também Carles Puigdemont tinha publicado um vídeo de apelo à iniciativa que diz “enviar uma mensagem muito clara: ao Estado espanhol, que isto não pode continuar; à União Europeia, que deixem de olhar para o lado. E a todos os democratas do mundo, dizemos que este povo está de pé, com dignidade, e não há grades nem exílios que o possam dissuadir de fazer o que é permitido a todos os democratas do mundo: decidir o seu futuro nas urnas”.

O porta-voz do Òmnium Cultural, Marcel Mauri, desejou que “este gesto coletivo de ternura que hoje fazemos sirva de calor para todos os que defenderam as suas ideias”, antes de apelar aos participantes para que “sorriam, porque nos querem ver zangados”. Por seu lado, o vice-presidente da Assembleia Nacional Catalã, Agustí Alcoberro, denunciou a “deriva autoritária do Reino de Espanha” e classificou a existência de presos políticos como “uma vergonha para o Estado”. Para além disso, prosseguiu, “surgiram focos preocupantes de violência fascista, perpetrada com total impunidade desde o 155 e a supressão do governo da Catalunha. São factos que repugnam a nossa consciência democrática”.

Foto Alberto Estevez/EPA