Por: Pedro Augusto Nascimento, de Mauá, SP
Às 23h, os petroleiros das refinarias da Petrobras iniciaram uma greve por tempo indeterminado. Não por acaso, a véspera do dia 30 foi escolhido para iniciar o movimento, fortalecendo a greve geral contra as reformas e o governo Temer. A categoria, no entanto, vai estender a greve devido à pauta específica, que neste momento é a luta contra a redução de efetivo em dez das quatorze refinarias do país.
Essa medida, implementada na marra pela direção da empresa, vai agravar ainda mais a insegurança nas instalações da companhia. A política de insegurança da direção da Petrobras vem causando uma média de uma morte por mês nos últimos anos. Além disso, a redução do efetivo casa com os planos de fatiamento das refinarias para entregá-las ao mercado, como já prometeu Pedro Parente, presidente da companhia.
O desmonte da Petrobras em curso
A Petrobras é hoje detentora de praticamente toda a produção de derivados de petróleo no país. No entanto, a diretoria da Petrobras age como lobista dos interesses privados, oferecendo instalações rentáveis e eficientes para usufruto das multinacionais.
Não há vantagem para a Petrobras nessa operação e, pior, há muito prejuízo para a população, que certamente sofrerá ainda mais com o encarecimento dos combustíveis, caso as vendas sejam efetivadas.
Privatização da Petrobras é parte do programa de Temer
A privatização da Petrobras vem no mesmo sentido das reformas Trabalhista, da Previdência e da lei da terceirização impulsionadas pelo governo Temer. Todas essas ações retiram direitos e conquistas dos trabalhadores e do povo brasileiro para entregá-los em forma de lucro ao capital financeiro.
Unidade dos trabalhadores pode derrotar planos de Temer
Por isso é tão fundamental a unidade em torno da greve geral no dia de hoje. Nesse sentido, as negociações envolvendo a Força, a UGT e a NCST com o governo ilegítimo Temer são um absurdo, especialmente porque esvaziam as ações num momento crucial, onde a possibilidade de queda das reformas e de Temer estão na ordem do dia.
É preciso que a CUT, que dirige os principais sindicatos do país, incluindo boa parte dos sindicatos petroleiros, jogue todas as suas forças na construção dessa greve. Assim, estará impactando as bases das centrais governistas e criando condições de ampliar o movimento.
Da mesma forma, a FUP, que dirige doze das quatorze bases petroleiras que possuem refinarias, precisa avançar com a greve de forma articulada com as bases da FNP.
É preciso, também, utilizar a força desse movimento para impulsionar a luta contra a redução de efetivo que já está sendo implementada há muito tempo em outras áreas de atuação da Petrobras, como a exploração e produção de petróleo, além dos prédios administrativos.
O sucesso dessa greve dos petroleiros fortalece a luta de toda a classe trabalhadora contra Temer e o Congresso, além de abrir caminho para o enfrentamento às privatizações e a redução de direitos no próximo acordo coletivo de trabalho.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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