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EDITORIAL

PSDB esconde Temer e reformas de seu programa político

Partido quer se reciclar usando um discurso de renovação. Chega a ser ridículo

Uma roda de conversa com pessoas indignadas com a corrupção. Políticos jovens que reconhecem que as práticas devem mudar. Uma mulher negra que fala do preconceito que já sofreu na vida. E o Aécio Neves. Aécio Neves? Pois é. Esse foi o programa do PSDB exibido no último dia 11.

Nem parecia que era o programa do principal partido de sustentação ao governo de Michel Temer. O presidente, aliás, sequer foi citado. O PSDB tem vários cargos na atual administração, como o ministro das relações exteriores, Aloyzio Nunes. Este partido está na linha de frente dos ataques contra os trabalhadores no Congresso Nacional.

Seus deputados e senadores votaram a favor da PEC do teto de gastos, da reforma do ensino médio e vão votar a favor da reforma trabalhista, e reforma da previdência.

Em momento algum as propostas de Temer que retiram direitos dos trabalhadores foram tratadas no programa. Isto mostra o medo da rejeição popular que isso iria trazer. Eles preferiram tratar de coisas como o combate à corrupção.

Justo o partido que, quando estava no governo, entre 1994 e 2002, foi suspeito de desvio de bilhões durante as vendas de empresas públicas para o capital privado. A privataria tucana faz os políticos investigados pela Lava-Jato parecer meros batedores de carteira. Aliás, políticos desse partido também têm envolvimento com a Lava-Jato.

O PSDB não é alternativa para nada. É o partido do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, envolvido em negócios suspeitos no metrô de São Paulo. É o partido do deputado estadual paulista Coronel Telhada, que já defendeu abertamente a separação do Nordeste do resto do país. É o partido do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que entre outras maldades, chamou aposentados de vagabundos e favoreceu os banqueiros com dinheiro público. Em seu governo, o povo vivia no arrocho.

Velha direita quer se reciclar

Essa tentativa quase cômica de se apresentar como algo “novo” é uma forma desesperada de o PSDB, que reúne boa parte das velhas raposas políticas, tentar sobreviver. Afinal, a velha política é rejeitada pela população.

A maneira que eles usaram para se reciclar é aparecer como um grupo que quer dialogar, que não se preocupa com brigas ideológicas e procura soluções práticas para a maioria das pessoas. Um grupo aberto a novas ideias e que aceita a diversidade. Algo parecido com o que fez o atual presidente da França, Emmanuel Macron. Ele foi eleito recentemente com um discurso parecido. Se colocou como uma “novidade”, acima das ideologias e antenado com os anseios das pessoas comuns. Na verdade, é um banqueiro que foi ministro do governo anterior. Governo que atacou direitos dos trabalhadores.

O PSDB feriu a inteligência da população ao usar este discurso. É difícil esconder a cara deste partido. É um grupo de políticos à moda antiga, que estão a serviço dos mais ricos e estão envolvidos até o último fio do cabelo com a corrupção.

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