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Greve Geral em Salvador: se ontem foi grande, que o amanhã seja ainda maior

Por: Jean Montezuma, de Salvador, BA

Não adiantou a grande imprensa, nos dias que antecederam o 28 de abril, tentar esconder que iria ocorrer uma greve geral em todo Brasil. Agora, também não vai adiantar a cobertura mentirosa dos grandes jornais que vendem a falsa notícia de que a greve não contou com apoio da população e teve baixa adesão. Nada mais falso.

Em todo o Brasil, a adesão foi enorme. Na maioria das capitais e grandes cidades, além da paralisação, vimos atos de milhares. Isso ocorreu mesmo em cidades onde o transporte público parou.

Na Bahia não foi diferente. A greve geral contou com forte adesão de Norte a Sul do estado. Em inúmeras categorias, a paralisação foi de 100% em todo território baiano. Além disso, atos de rua ocorreram em mais de 20 cidades. No Norte, por exemplo, trabalhadores baianos e pernambucanos realizaram um ato conjunto na ponte Presidente Vargas, que liga a cidade baiana de Juazeiro à pernambucana Petrolina. Em Camaçari, houve bloqueio de estradas que parou o polo petroquímico e o complexo Ford. Ao longo da manhã, uma grande manifestação percorreu as ruas do Centro de Camaçari e garantiu o fechamento de alguns estabelecimentos que os patrões insistiam em tentar manter abertos.

Em Salvador, um caso emblemático da força da greve geral. A adesão em todas as categorias foi avassaladora. Ontem, graças à firme posição dos rodoviários, 100% da frota dos ônibus não saíram das garagens. Ainda assim, no final da tarde, um grandioso ato tomou conta das ruas do Centro de Salvador. Ao todo, foram 72 mil pessoas, segundo boletim informado pela PM. Foi a maior manifestação de rua na capital baiana desde as jornadas de junho de 2013.

A grande marcha que agitou Salvador foi organizada em unidade pelas centrais sindicais, movimentos sociais, partidos e organizações de esquerda. Foi um ato lindo, bastante animado, com palavras de ordem, marchinhas, muita musica e, é claro, muitos “Fora Temer” e muita denúncia do caráter nefasto das reformas Trabalhista e da Previdência.

Na altura da Praça da Piedade, local onde foram enforcados os heróis negros da revolução dos búzios, o ato fez um momento emocionante para reivindicar liberdade para Rafael Braga e o fim da criminalização e extermínio da juventude negra.

A certeza que tomou conta dos corações e mentes de todos é de que podemos mais. A força da classe em movimento poderá nos dar uma chance de virar o jogo, derrotar as reformas e botar para fora o governo golpista de Michel Temer. É preciso apostar todas as nossas fichas na força das ruas. Ontem foi grande, que o amanhã seja ainda maior.