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BRASIL

A sem-vergonhice de Michel Temer

(Brasília, DF 22/12/2016) Presidente Michel Temer acompanhado do Ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha e do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles durante Cerimônia de assinatura de MP com Medidas do Programa de Manutenção e Geração de Empregos. Foto: Marcos Corrêa/PR

EDITORIAL 23 DE DEZEMBRO |

O cinismo de Michel Temer parece não conhecer limites. Em café da manhã com jornalistas, o presidente ilegítimo afirmou que está aproveitando a impopularidade de seu governo para tomar medidas impopulares. De acordo o Ibope, 72% dos brasileiros não confiam no presidente. De cada dez pessoas, só uma aprova o governo, segundo o Datafolha.

No bate-papo com a imprensa, Temer disse que “um governo com popularidade extraordinária não poderia tomar medidas impopulares”. E completou: “Estou aproveitando a suposta impopularidade para tomar medidas impopulares”.

Assim, em poucas palavras, o golpista revelou o segredo do golpe: pisoteando na vontade popular, o seu mandato atende exclusivamente às ordens dadas pelos ricos e poderosos para a aplicação um duríssimo ajuste neoliberal. E o povo sabe disso: de acordo com o Datafolha, 75% dos brasileiros acreditam que Temer defende os ricos, e 58% o consideram desonesto.

O descaramento de Temer torna-se ainda mais acintoso quando temos em conta que nesse mesmo dia (quinta, 22) foram apresentadas medidas da Reforma Trabalhista. O presente de Natal do governo aos trabalhadores foi o anúncio da retirada de direitos.

A “minirreforma trabalhista” prevê que o negociado prevaleça sobre o legislado. Quer dizer, num bom português: a CLT vai ser jogada na lata do lixo. Afinal, numa negociação entre patrões e empregados a balança sempre penderá para o lado dos empresários, que poderão obrigar seus trabalhadores a aceitarem redução de direitos sob a ameaça de demissões, por exemplo.

As medidas anunciadas estabelecem também a possibilidade de extensão da jornada de trabalho para até 48h semanais e 12h diárias, facilita contratos precários e temporários, reduz o direito às férias, entre outras maldades.

Após aprovar o congelamento dos gastos sociais por 20 anos (PEC 55), o governo Temer e o Congresso iniciarão o ano de 2017 com duas balas apontadas para a cabeça do povo trabalhador: a Reforma da Previdência e a Trabalhista.

Desafio de 2017: derrubar Temer e defender os direitos do povo
A ampla maioria da população rejeita Temer. Trata-se de um governo sem nenhuma legitimidade democrática e popular, sustentando unicamente pela elite econômica e a casta de corruptos que domina o Congresso.

Tanto é assim que 51% dos brasileiros consideram a gestão do peemedebista ruim ou péssima, segundo o Datafolha. Além disso, 63% dos entrevistados querem a renúncia do presidente para a realização de eleições diretas.

No ano novo que bate à porta, não há outra opção: ou trabalhadores e a juventude derrotam esse governo e seus ataques, ou direitos sociais históricos serão exterminados.

Em 2017, vamos à luta
– Nem um direito a menos; abaixo a Reforma Trabalhista e a Previdenciária; pela Revogação da PEC 55

– Fora Temer! Não a esse Congresso de corruptos; eleições Gerais, com novas regras, já

– Que os ricos paguem pela crise; por emprego, salários e direitos.