Por: Richard Araújo, de São Paulo, SP
Quem esteve presente na última assembleia da educação do município de São Paulo percebeu o sentimento de unidade que se estabeleceu desde a preparação da paralisação nas escolas e resultou na unificação da passeata com a rede estadual no último 26 de agosto.
A mobilização, que obrigou Haddad a recuar temporariamente da Reforma da Previdência (SampaPrev), refletiu um importante passo à frente na consciência da categoria sobre os desafios colocados para a classe trabalhadora, a necessidade de unificação das lutas contra as medidas anunciadas pelo governo Temer, como a PL 257, a PEC 241 e a Reforma da Previdência.
A pressão da base obrigou a direção do Sinpeem a unificar a mobilização dos trabalhadores em educação do município com a rede estadual. A política das direções da Apeoesp e do Sinpeem sempre atuou para a divisão. A Apeoesp, devido ao apoio à Haddad e a direção do Sinpeem devido à relação com Alckmin (PSDB) e Temer (PMDB),já que o PPS é um dos partidos da base aliada destes dois governos. Assim fica mais fácil compreender porque tanta resistência em unificar o ato e o calendário para enfrentar a unidade burguesa, que se constrói com mais força agora a partir da consolidação do impeachment, para aprovar os ataques aos direitos, com as medidas do ajuste fiscal.
Apesar da política vacilante das direções, os atos se unificaram e as duas assembleias aprovaram um calendário unificado com paralisação para o próximo dia 22 de setembro, chamado pela CUT como um dia nacional de paralisação, um esquenta para a greve geral.
A direção do Sinpeem, que poderia ter utilizado as reuniões de representantes de escolas e do Conselho Geral para preparar a construção da paralisação aprovada em assembleia e as conversas com os demais sindicatos para construir uma forte paralisação dos servidores municipais e, assim, responder ao anseio da base e a magnitude dos ataques anunciados pelo governo Temer, preferiu dar as costas à vontade dos mais de 15 mil presentes no Viaduto do Chá. Tentou dar um golpe na deliberação da assembleia.
A tentativa foi derrotada pela oposição e pela maioria dos representantes na segunda-feira (29), mas foi na reunião do Conselho Geral da última quarta-feira (31), um fórum altamente controlado, que a maioria da direção do Sinpeem se sentiu em condições de rasgar o estatuto do sindicato.
A manobra promovida pela maioria da direção do Simpeem demonstra a falta de compromisso com a luta da categoria, a falta de compromisso com a democracia do sindicato, fundamental para organizar a luta em defesa de nossas reivindicações.
Não podemos aceitar que a vontade do grupo dirigente se sobreponha à vontade expressa pela categoria em luta presente na assembleia. Os setores da oposição, os ativistas que construíram a vitoriosa assembleia do dia 26 de agosto precisam dar uma resposta unitária à manobra da direção do Sinpeem.
É necessário começar a construir uma plenária de base para decidir como responder ao golpe contra a democracia no sindicato e organizar a continuidade da luta. Além de se empenhar na construção da unidade para organizar a luta contra as medidas de Temer (PMDB) e Haddad (PT) e na defesa da democracia no sindicato.
Foto: Simpeem
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