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No país das Olimpíadas, secundaristas de SP são reprimidos pela PM em pleno Dia dos Estudantes

Por Lucas Brito

No dia do Estudante, 11 de agosto, ocorreram manifestações em algumas capitais importantes do pais. Em São Paulo, ocorreram dois atos, um pela manhã que foi do MASP à Sede da Assembleia Legislativa de SP, ALESP, tendo reunido cerca de 1 mil estudantes. E outro na parte da tarde que partiu da Praça Roosevelt.

No segundo, ainda durante a concentração, a PM reprimiu brutal e covardemente os estudantes secundaristas, detendo três com o objetivo de intimidar e impedir a realização da manifestação.

Diante disso, os estudantes presentes decidiram em assembleia que o certo era não só seguir o ato, comprovando que a repressão não iria impedir ninguém de lutar, mas ir até à delegacia e exigir a libertação dos três detidos. Na delegacia, informaram por meio de jogral que os 3 seriam liberados. Essa pequena vitória (que depois fomos descobrir que não se concretizaria) mostrou que a manifestação não poderia parar.

E o ato seguiu, agora como ele tinha sido pensado desde o início, pelas pautas do Fora Temer, a criação de uma CPI da Merenda no Estado de SP, o fim da reorganização escolar do ladrão de merenda, Geraldo Alckmin, e o total repudio à PL da Escola Com Mordaça. Entretanto, logo na frente do trajeto, mais uma vez e ainda não satisfeita, a PM agrediu o ato secundarista com balas de borracha, bombas de gás e spray de pimenta, além de todo o terror que ficam tentando fazer nos estudantes o tempo inteiro, como ficar circulando em alta velocidade e sirene ligada, ao lado da manifestação.

Quinze foram detidos pela PM, simplesmente por manifestarem seu desejo de uma educação pública de qualidade. Um amigo que aguardava a saída deles, também acabou detido e foi encaminhado para a 3a DP. Seis foram apreendidos na marcha e outros cinco indo embora, dentro do metrô Brigadeiro.

O ato acabou em frente à secretaria estadual de educação, na Praça da República, onde os estudantes fizeram um jogral contra as medidas de sucateamento da educação promovidas pelo governo estadual.

“Enquanto a bola rola, não tem saúde, transporte e escola”
Não é novidade alguma o papel de capataz que a Polícia Militar cumpre matando preto e pobre todos os dias, muitas vezes nas comunidades onde eles próprios nasceram e cresceram. Por isso, uma das nossas principais pautas têm de ser o fim da PM.

Mesmo assim, muitas vezes, não pensamos a fundo as motivações de tanta repressão. Como no PL reacionário que leva o nome de Escola Sem Partido, para aplicar todo o pacote de maldades do Governo Temer, como a PEC 241, o PL 257, a reforma da previdência, o novo corte no orçamento das universidades públicas e etc., é preciso colocar uma Mordaça nas lutas sociais.

Em tempo de Olimpíadas, fazem de tudo para vender o peixe de que por aqui “vai tudo muito bem, obrigado”. E para isso vale impedir com agressão as manifestações, mesmo silenciosas de pessoas como as camisetas de Fora temer nos estádios, até cometer o disparate de bater em estudantes secundaristas em pleno Dia dos Estudantes.

Eles querem entregar o Brasil que anunciaram com toda pompa no espetáculo da cerimônia de abertura dos jogos. Não faz parte dos planos duvidarem que o Brasil não é o país da igualdade racial, de gênero e de orientação sexual, onde todos nós, apesar dos problemas, somos felizes ao nosso “jeitinho brasileiro”. Impossível esconder o Brasil da Rafaela ou Marta.

E também é preciso lembrar para os que moram nos andares de cima que não vamos parar por causa de suas bombas, prisões, balas. E para fazermos isso, é preciso unificar todas as lutas, sejam das mulheres, LGBTs, Negros, estudantes e trabalhadores em uma mobilização única, mais forte e capaz. Para nós jovens, o que está em risco não é apenas nosso presente, cada vez mais difícil e dividido entre a precária educação, desemprego, dívidas com mensalidades das universidades, mas também o nosso futuro, querem destruí-lo.

Portanto, é preciso fazer como os secundaristas de SP que impuseram uma derrota histórica ao Alckmin e que agora seguem lutando para concretizá-la. Precisamos seguir em frente, não só para libertar imediatamente nossos presos e reprimidos políticos, mas para seguir nosso curso, tal como planejamos, até tirar Temer, esse rei mal coroado, e junto com ele ir Feliciano, Bolsonaro e todos os opressores e corruptos da política brasileira e impedir que as contas da crise sejam jogadas nas nossas costas.

Foto: Mídia Ninja

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Escola sem Partido