Ativista de Natal e militante do MAIS foi afastado em novembro, vítima de perseguição
Gustavo Sixel, de Natal, RN
O 31 de março teve um motivo a mais para comemoração em Natal. O dia começou com a notícia da decisão judicial a favor da reintegração de Juary Chagas à Caixa Econômica Federal. A decisão liminar foi publicada no Diário da Justiça e garante a permanência de Juary em suas funções enquanto o processo não for concluído.
Ainda pela manhã, Juary acompanhou a notificação da decisão à Caixa Econômica e antes do meio-dia já havia assumido suas funções em sua agência. Ele esteve acompanhado por advogados e diretores do Sindicato dos Bancários do RN, do qual é conselheiro fiscal, e que garantiu o salário de Juary durante estes meses.
Juary foi bem recebido pelos colegas e era um dos mais felizes no fim do dia na manifestação, que reuniu mais de 10 mil pessoas em Natal. À frente da coluna do #MAIS, ele recebeu abraços e manifestações de solidariedade durante todo o percurso, de ativistas indignados com a perseguição do banco.
Mais cedo, nas redes sociais, e em jogral na coluna do bloco de esquerda a hashtag preferida foi “#JuaryFicaTemerSai”, em referência ao eixo dos atos.
Continuar a Campanha
O afastamento provocou manifestações de solidariedade de muitos estados, uma campanha nacional e envio de moções de apoio. Em dezembro, um ato público na Sede da Caixa em Natal reuniu a maior parte do movimento sindical, exigindo a reintegração imediata e denunciando a criminalização dos movimentos sociais.
“Essa decisão é uma grande vitória de todos nós e nos enche de alegria. Mostra que vale a pena lutar. Mas é temporária, é uma liminar. O processo continua correndo contra Juary. Devemos continuar e aumentar a campanha”, convoca a professora Amanda Gurgel, do MAIS.
A reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, no próximo final de semana, é um momento privilegiado para a continuidade da campanha e o envolvimento das entidades que ainda não tenham se somado.
Entenda o caso
Bancário há 12 anos, Juary foi afastado de suas atividades em 18 de novembro, sem receber salário. A direção do seu setor havia aberto um processo administrativo, depois de meses monitorando Juary através de câmeras do circuito interno, com o objetivo de fabricar provas de um suposto não cumprimento das obrigações de trabalho. Uma completa premeditação, como parte de uma perseguição que vem desde 2011, sofreu uma reestruturação e Juary conseguiu permanecer, devido a seu mandato sindical. Neste período, ele não teve registro funcional negativo e chegou a receber duas promoções por merecimento.
Juary é integrante da Executiva da CSP-Conlutas RN e foi diretor do Sindicato dos Bancários por duas gestões, sendo eleito para o Conselho Fiscal. Atualmente construindo o MAIS (Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista), é autor dos livros “Sociedade de Classe, Direito de Classe” e “Nem socialismo, nem classe trabalhadora: O PT das origens aos dias atuais”.
Link para a moção
http://cspconlutas.org.br/2016/11/caixa-economica-persegue-e-demite-juary-chagas-de-natal-rn/
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