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MOVIMENTO

Fortaleza terá ato unificado contra a reforma da previdência no dia 15 de março

Brasília – Manifestantes entram em confronto com a polícia em frente ao Congresso Nacional (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Por: Raquel Dias, Diretora do ANDES-SN (Regional NE1)

O dia 15 de março foi, inicialmente, convocado pela CNTE como um dia de Greve Nacional da Educação Básica contra a Reforma da Previdência e em defesa do cumprimento da Lei do Piso. Em seguida, o ANDES-SN aprovou em seu 36º Congresso, a convocação do 15 de março, como um Dia de Greves, Mobilizações e Paralisações nas universidades contra a Reforma da Previdência.  Depois, as centrais sindicais se reuniram e tomaram a importante decisão de incorporar esse dia em seus calendários de luta. Dessa maneira, o dia 15/03 foi se construindo como um importante dia nacional de luta. Começava, então, nos estados uma batalha para somar as centrais, as frentes, as entidades, os movimentos, as organizações num ato unificado porque não bastava tomar a decisão isolada de convocar um dia nacional de luta, mas transformar essa decisão em unidade concreta da classe trabalhadora em torno da defesa de um de seus direitos fundamentais, que é a previdência social, a aposentadoria, a assistência social, os quais estão gravemente ameaçados pela Reforma que Temer colocou em curso e está a todo vapor.

Estamos vivendo uma situação muito grave no nosso país desde a consumação do golpe parlamentar que levou Temer à Presidência da República. Várias medidas foram aprovadas que retiram direitos e pioram as condições de vida da classe trabalhadora no contexto de uma profunda crise econômica.  De forma rápida e virulenta, o governo aprovou a EC 55 e congelou os gastos com a educação, a saúde e com outras áreas sociais por 20 anos, fez a reforma do ensino médio por meio de medida provisória e, agora, pôs em andamento a Reforma da Previdência, que impede que trabalhadoras e trabalhadores se aposentem.

A burguesia, seus partidos e suas organizações estão unidas no que diz respeito à implementação do pacote de ajuste fiscal com o objetivo de descarregar nas costas da classe trabalhadora os efeitos da crise econômica. Estes, por sua vez, têm reagido e realizado jornadas de lutas, greves por categoria, manifestações, caravanas à Brasília etc. Sem dúvida, são ações importantes, mas insuficientes para enfrentar os ataques, ou seja, a resistência ainda não se colocou à altura dos ataques sofridos. O que está faltando é a unidade do lado de cá para enfrentar a unidade do lado de lá. Só a unificação da classe trabalhadora por meio de uma Frente Única das entidades e dos movimentos organizados dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo e da cidade é que possível derrotar este governo golpista e suas medidas regressivas.

Nesse marco, o dia 15/03 se apresenta como uma importante iniciativa de unificação das luta e de constituição de uma frente contra a Reforma da Previdência, como primeira tarefa, mas que deve se fortalecer para continuar enfrentando as medidas do governo Temer que visam à retirada de direitos. Aqui, em Fortaleza, várias entidades de servidores públicos, tendo a Regional NE1 do ANDES-SN e o Fórum das Três, que reúne as seções sindicais das Universidades Estaduais do Ceará (SINDUECE, SINDIUVA, SINDURCA) à frente tomaram a iniciativa de realizar duas plenárias de construção do 15/03, que reuniu ativistas e entidades de várias categorias e dos movimentos popular e estudantil, a exemplo da FPSM, do MTST, da Intersindical, da CSP Conlutas, dos sindicatos das universidades, dentre outros. No entanto, apesar dessa significativa iniciativa, havia o reconhecimento por parte de todos e todas de que seria necessário ampliar a construção para o conjunto das centrais sindicais e das frentes de luta, como FBP, a CUT, os sindicatos da base da CNTE (SINDIUTE e APEOC) etc. Nesse sentido, o grupo até então constituído fez um esforço para costurar a unidade com estes setores que estava organizando o ato do dia 15 em outro local a partir da avaliação de que questões menores, como local, horário, estrutura, não poderiam se constituir em barreiras ao que é fundamental, a luta contra a Reforma da Previdência e o governo Temer. Ontem, dia 06 de março, obtivemos uma grande vitoria após reunião das duas frentes, FBP e FPSM, e das centrais sindicais que convocam o ato em Fortaleza, CSP Conlutas, CUT, CTB e Intersindical, que chegou a um consenso sobre a realização de um ATO UNIFICADO no dia 15 de março em Fortaleza.

A unidade da classe trabalhadora para lutar não é uma escolha e sim uma necessidade numa conjuntura regressiva e de ataques aos direitos históricos conquistados com muita luta!