“Eu não tenho filho, não tenho marido, sou sozinho e não consigo fazer as coisas, imagina quem tem tudo isso e casa para cuidar. A pessoa se doa para a empresa seis dias na semana e só tem um dia para folgar, isso para ganhar um salário mínimo”.
Rick Azevedo, jovem trabalhador do comércio, em desafo que viralizou nas redes sociais há pouco mais de um ano.
Viver massacrado. É assim que se sentem milhões de trabalhadores no país. Acordar bem cedo, pegar o transporte público, demorado, e chegar no trabalho, cansado. Seis dias seguidos em que o tempo é consumido na empresa, indo e voltando do trabalho. Em troca de um ou dois salários mínimos, que nunca chegam no final do mês. E a vida além disso, existe?
No único dia de folga: limpar a casa, preparar comida, brincar com os filhos, passear com a família, namorar, fazer compra no mercado, estudar, assistir uma série na TV. Não cabe tudo em 24h. E, amanhã, já vai começar, de novo, a longa e exaustiva jornada de trabalho.
O tempo é o tecido da vida. Vida que vai indo embora pelos ralos de uma rotina impiedosa. Rotina que produz frustração, adoecimento, depressão. Mas nada disso importa aos grandes capitalistas que lucram em cima da exploração cruel de pessoas.
Quem fazia fortuna com a escravidão jurou que o país quebraria com a libertação negra. Os magnatas da indústria e do comércio, com a ajuda da mídia, afirmavam que o Brasil iria à falência com a instituição do 13° salário.
Quem fazia fortuna com a escravidão jurou que o país quebraria com a libertação negra. Os magnatas da indústria e do comércio, com a ajuda da mídia, afirmavam que o Brasil iria à falência com a instituição do 13° salário.
Agora, em pleno século XXI, não é diferente. Grandes burgueses e os privilegiados de sempre dizem que não se pode abrir mão da escala 6×1. Ameaçam até com a quebradeira de empresas. Mentem e ameaçam para criar medo e, assim, paralisar a luta.
A redução da jornada de trabalho, reivindicação histórica da classe trabalhadora, só pode trazer benefícios ao país. Vai gerar mais empregos, porque haverá necessidade de mais trabalhadores contratados. Mais empregos significa mais dinheiro circulando na economia real. A redução da jornada também representará mais tempo para a qualificação profissional, para os estudos de cada um. Com condições de trabalho mais humanizadas e saúde mental, o trabalhador, além de tudo, se torna mais produtivo.
>> Leia também: Trabalhar menos para trabalhar geral!
Mas, com o “custo” da mão-de-obra aumentando um pouco, as coisas não ficarão mais caras, gerando inflação, como se afirma na imprensa? Mentira! Não há obrigação nenhuma de repasse nos preços. Basta o dono da empresa diminuir minimamente sua margem de lucro. E ainda sim ele vai continuar rico e aproveitando a vida numa boa. Para os pequenos empresários, que também pegam no pesado e têm dificuldades financeiras, deve haver benefício tributário do Estado para compensar qualquer perda.
Em resumo, a classe trabalhadora quer ter uma vida digna, com remuneração decente e tempo de descanso e lazer. O fim da escala 6×1 é um passo importante para atingir esse objetivo.
Quem está do lado do trabalhador?
A luta pelo fim da escala 6×1 ganhou adesão de massas no país. Quase três milhões de pessoas já assinaram a petição online. Nas redes sociais, o tema bombou. Liderado Rick Azevedo e Erika Hilton, o movimento viralizou.
E mais do que isso: a bandeira pela redução da jornada de trabalho está unindo a classe trabalhadora. Seja quem votou em Lula, ou quem votou em Bolsonaro e também quem não votou em nenhum deles: o trabalhador está se posicionando pelo fim da escala 6×1.
Mas essa luta também está produzindo experiência política com o bolsonarismo. Por exemplo, a quase totalidade da bancada de deputados do PL, incluindo Nikolas Ferreira e família Bolsonaro, está a favor da manutenção da jornada que massacra o trabalhador. Ou seja, está do lado do sistema que arrebenta com a vida de dezenas de milhões de pessoas. Defendem os tubarões milionários contra as pessoas que ganham 1 salário mínimo.
Enquanto o bolsonarismo toma o lado dos privilegiados, a esquerda cerra fileiras junto à classe trabalhadora. Rick Azevedo, o líder do VAT, e Erika Hilton, autora do projeto da PEC contra a escala 6×1, são do PSOL. Todos deputados dos partidos de esquerda (PSOL, PT e PCdoB) já assinaram a PEC.
Enquanto o bolsonarismo toma o lado dos privilegiados, a esquerda cerra fileiras junto à classe trabalhadora. Rick Azevedo, o líder do VAT, e Erika Hilton, autora do projeto da PEC contra a escala 6×1, são do PSOL. Todos deputados dos partidos de esquerda (PSOL, PT e PCdoB) já assinaram a PEC.
Com a pressão crescente que vem das ruas e das redes, o movimento já alcançou o número mínimo de assinaturas para dar início à tramitação do Projeto de Emenda Constitucional no Congresso. O que significa uma primeira e importante vitória do VAT!
Mas há um longo caminho pela frente. Para essa luta seguir avançando rumo à vitória final, o movimento tem que crescer mais e ganhar corpo nas ruas. Por isso, é fundamental a ida aos atos convocados pelo VAT para esta sexta-feira, dia 15. Os partidos de esquerda, os movimentos e os sindicatos precisam participar e ajudar a construir a luta. Mas sempre com muito cuidado e humildade, respeitando e aprendendo com as lideranças que estão à frente desse movimento. Vamos à luta, com máximo de unidade!
É hora do governo Lula defender a PEC da Erika Hilton e rejeitar a pressão por ajuste em cima do povo
O conjunto da classe trabalhadora está se posicionamento pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários. Essa bandeira, concretizada na PEC da Erika Hilton (PSOL), precisa ser urgentemente abraçada e defendida por Lula e seus ministros. O governo precisa articular e patrocinar a aprovação desse projeto no Congresso. Dessa forma, vai mostrar ao país que está ao lado do trabalhador.
O caminho para derrotar a extrema direita passa por aí, pela ampliação de direitos e conquistas da classe trabalhadora. E a luta do VAT abriu uma excelente oportunidade para avançar nesse sentido, porque ganhou enorme adesão na população. Lula não pode errar nesse momento crucial. Se o presidente assumir a defesa dessa pauta, a classe trabalhadora sairá fortalecida, assim como seu governo.
O perigo está na opção oposta, que é o de ceder às pressões da Faria Lima e da grande mídia, e jogar o ajuste no colo do povo trabalhador. As áreas sociais não podem sofrer cortes. Os direitos trabalhistas não podem ser atacados. Lula não foi eleito para isso. O ajuste tem que ser em cima dos bilionários, da cúpula militar, dos banqueiros, das emendas dos políticos, de quem ganha muito e trabalha pouco. O corte tem que ser nos privilégios dos super-ricos. Uma maneira eficaz de fazer isso, por exemplo, é taxar as grandes fortunas e a retirada de lucros e dividendos dos grandes capitalistas.
Vamos à luta contra a escala 6×1! Pela vida além do trabalho!
Confira abaixo a lusta de cidades com atos já marcados até agora
REGIÃO SUDESTE
RJ
Rio de Janeiro – Câmara Municipal (Cinelândia), às 10h
MG
Belo Horizonte – Praça 7, às 09h
Juiz de Fora – Parque Halfeld (em frente a câmara de vereadores), às 09h
Uberlândia – Praça Ismene Mendes, às 16h
Ituiutaba – Calçadão, às 16h
Pouso Alegre – Praça João Pinheiro, às 15
Uberaba – Terminal Oeste, às 10h
Divinópolis – Praça do Santuário, às 16h
SP
São Paulo – Av. Paulista com Brigadeiro, às 9h
São Carlos – Praça Ronald Golias (Cidade Aracy), às 14h
Campinas – Estação cultura, às 09h
São José dos Campos – Praça Afonso Pena, às 9h
Franca – Concha Acústica (Centro), às 10h (16/11 )
ES
Vitória – ALES – Assembleia Legislativa do ES, às 14h
REGIÃO NORDESTE
CE
Fortaleza – Praça do Ferreira, às 10h
Juazeiro do Norte – Em frente a AeC, às 08h30
PI
Teresina – Praça Rio Branco (Centro), às 8h
RN
Natal – Parada da Ferreira Costa, às 09h
PB
Campina Grande – AeC, às 12h30
PE
Recife – Parque Treze de Maio, às 9h
Petrolina – Orla 2 de Juazeiro, em frente ao vaporzinho, às 09h
BA
Salvador – Farol da Barra, às 10h
Feira de Santana – Prefeitura, às 09h
Itabuna – Reitoria da UFSB, às 16h
Ilhéus – Terminal Urbano de Ônibus, às 12h
Juazeiro – Prefeitura às 09h
MA
São Luís – Praça Deodoro, às 09h
Caxias – Praça da Matriz, – às 09
SE
Aracaju – Praça Fausto Cardoso, às 9h
AL
Maceió – Igreja do Livramento (Centro), às 10h
REGIÃO CENTRO-OESTE
DF
Brasília – Rodoviária do Plano Piloto, às 9h
MT
Cuiabá – Praça Ipiranga, às 09h
GO
Goiânia – Em frent ao Buriti Shopping, às 14h
REGIÃO SUL
SC
Florianópolis – Ao lado to TICEN, às 09h
RS
Porto Alegre – Usina do Gasômetro, às 15h
PR
Curitiba – Praça Santos Andrade, às 10h
Ponta Grossa – Praça dos Polacos, às 14h
REGIÃO NORTE
AC
Rio Branco – Praça da revolução, às 16h
AP
Macapá – Praça veiga Cabral, às 16h
AM
Manaus – Av. Altaz Mirim, 10485 (Próximo ao Salmo 91), às 09h
RR
Boa Vista – Terminal de ônibus do Centro, às 7h
TO
Palmas – Praça dos povos indígenas, às 09h
PA
Belém – Praça do operário (São Braz), às 8h30
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