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Nestor Bezerra 50113: ex-retirante, operário e candidato-peão

Por Francisco Clesiberto "Corredor", de Fortaleza (CE)

A representação sindical no parlamento tem sofrido uma redução drástica nos últimos anos e, no caso do Brasil, essa baixa se ampliou depois da “reforma trabalhista” de 2017.

Em Fortaleza, em especial, um candidato tem pautado a sua campanha à Câmara Municipal, ressaltando o seu lugar de dirigente operário e sindical. Trata-se de Nestor Bezerra.

O retirante que virou operário e deputado por 4 meses

A história do Nestor Bezerra, pedreiro de profissão e pai de três filhos, é a de um trabalhador-retirante. Ele veio para Fortaleza, migrando do Cariri, no sul do Ceará, atrás de emprego, ainda na década de 1990.

Depois de muito padecer na capital cearense, tornou-se operário da construção civil e construiu uma trajetória de lutas no movimento sindical. Atualmente, é coordenador licenciado do colegiado que dirige o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza e Região Metropolitana.

Em 2014, tornou-se suplente do Renato Roseno, parlamentar do PSOL, assumindo por 120 dias (em 2018) o cargo de Deputado Estadual, fazendo ecoar a voz de um pedreiro na Assembleia Legislativa. Aquele foi um ano difícil. Não por acaso, Nestor viajou até São Bernardo para lutar contra a prisão injusta e absurda de Lula.

Mas agora Lula é presidente, e, apesar das diferenças com o governo, o dirigente operário da construção civil tem se somado, prioritariamente, às tarefas de derrotar o bolsonarismo e de mudar o país, para garantir emprego, moradia, saúde e educação para o povo.

Nestor e a Câmara Municipal

Todo candidato tem um perfil e um projeto focado em questões que ele julga como essenciais. Com o candidato-peão não é diferente.

Nestor, que é candidato a vereador pelo PSOL à Câmara Municipal com o número 50.113, pretende ser um porta-voz das reivindicações da classe trabalhadora e, na condição de morador do Jangurussu, um dos bairros mais desassistidos pelo poder público municipal, ele também pode se constituir em um legítimo representante das comunidades periféricas de Fortaleza.

Não por acaso, ele é apresentado como uma alternativa operária e popular para o legislativo fortalezense, apontando, quem sabe, para superação do vazio de uma representação socialista, de matriz popular e sindical, na Câmara Municipal de Vereadores.

A tarefa é grande, mas o retirante, que veio do Cariri há 30 anos, parece movido a desafios. E esse, sem dúvida, é um bom caminho para se alcançar algum objetivo.