No mês da mulher, a Câmara Municipal reuniu mulheres negras, ativistas e parlamentares para debater estratégias ao enfrentamento do racismo no sistema de justiça e homenagear as figuras de mulheres que se tornaram símbolos de luta contra o racismo institucional e no combate à LGBTIfobia no Brasil. A vereadora Marielle Franco, Cláudia Ferreira e a ativista Alessandra Makkeda foram as homenageadas.
A vereadora abriu o debate falando sobre a importância de lembrar para que não se repita. “O Brasil passou por uma série de rupturas institucionais ao longo da sua formação, e escolheu lidar com as cicatrizes abertas no passado com o esquecimento. Nós jamais vamos esquecer nem deixar de exigir justiça para aquelas que foram fundamentais para ampliar nossa compreensão de luta por justiça”, declarou a vereadora Monica Cunha.
O pai da vereadora Marielle Franco, Antonio Francisco da Silva Neto, esteve presente na reunião e falou sobre a importância de ter mulheres negras no parlamento carioca e destacou que é importante não esquecer de pedir por justiça por outros casos não solucionados também. “Eu espero que quando houver um juri para o nosso caso tenha um desfecho melhor. Peço que todos que estão aqui continuem pedindo justiça por Cláudia Ferreira e Johnatha, filho da Ana Paula. Não vamos esquecer jamais!”
O assassinato de Cláudia Ferreira e o resultado inocentando os PMs também foi citado pelos presentes.
“O que aconteceu com Cláudia não pode se repetir. Essa decisão abre precedente para que outras pessoas entendam que a impunidade está as portas. Pois, jamais vamos esquecer nem deixar de exigir justiça para aquelas que foram fundamentais para ampliar nossa compreensão de luta por justiça”, afirmou a vereadora.
Medalha Chiquinha Gonzaga
A família da ativista Alessandra Makkeda também foi homenageada ‘In Memoriam’ com a medalha Chiquinha Gonzaga. A entrega foi feita a avó Alair Inácio da Silva e a irmã Adriana.
Alessandra Makkeda ficou conhecida por sua contribuição na luta por direitos pelo movimento LGBTQIA+. Em meados dos anos 2000 ela fundou o Grupo Arco-Íris e fundou posteriormente o Instituto Transformar Shelida Ayana que atua no combate à LGBTfobia.
A Medalha Chiquinha Gonzaga foi criada para homenagear personalidades femininas que reconhecidamente tenham se destacado em prol das causas democráticas, humanitárias, artísticas e culturais, no âmbito da União, Estados e Município.
Conheça as participantes da mesa na atividade:
A deputada estadual, Dani Monteiro, a Larissa Conceição, diretora sênior do Grupo Conexão G e mestre em Educação pela UFF e Psicóloga, a Caroline Bispo, mestre em Segurança Pública (UFF), aIyá Katiuscia de Yemanjá, Yakekere do terreiro Òbá Labi, benzedeira e educadora na luta pelo bem viver das comunidades tradicionais negras e periféricas, a Ana Procópio, Assistente social e psicóloga; e membro do Comitê Técnico Municipal de Saúde da População Negra do Rio de Janeiro, a Thais Rosa Pinheiro, Pesquisadora e CEO da Conectando Territórios, a ativista Damiana Cristina José Maria e a Mariane Marçal, Assistente de coordenação de projetos e Incidência Política de Criola.
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