Por André Freire, do Rio de Janeiro.
Neste dia 14 de janeiro de 2017 completa-se um ano do falecimento de Ellen Wood, destacada historiada marxista, nascida nos Estados Unidos e professora na Universidade de York, Toronto, Canadá.
Durante a década de 1990, auge da campanha ideológica de uma pseudo supremacia natural do capitalismo, diante da queda dos regimes burocráticos da ex-URSS e do Leste Europeu, ela foi muito firme em afirmar que era necessário fortalecer uma crítica marxista ao sistema capitalista, ainda mais num momento de confusão ideológica nos movimentos da classe trabalhadora.
Embora nunca tenha se engajado em uma organização política, sua obra é uma fonte muito importante para a defesa do marxismo na atualidade, marcada por idéias do chamado movimento pós-moderno, que busca negar a possibilidade de uma crítica anticapitalista ao modo de produção vigente.
Wood sempre deu muita importância as lutas democráticas, defendendo a necessidade de dar uma uma perspectiva anticapitalistas à estes movimentos, fugindo da fragmentação propagandeada pelos autores do pós-modernismo.
No ano do primeiro centenário da Revolução Russa o estudo cada vez mais intenso de seus livros e artigos será de grande importância para armar política, ideológica e programaticamente a esquerda revolucionária, numa perspectiva socialista, que supere o fracasso político da esquerda reformista.
Abaixo, uma pequena demonstração da força das suas idéias, retirada do seu artigo “Em defesa da história: o marxismo e a agenda pós-moderna“, publicado em 1996, na Revista Crítica Marxista:
“Se o pós-modernismo nos diz alguma coisa, de uma maneira distorcida, sobre as condições do capitalismo contemporâneo, a idéia está em descobrir quais são exatamente essas condições, por que o são e qual o caminho a seguir a partir daí. A idéia, em outras palavras, é sugerir explicações históricas para tais condições, ao invés de apenas submeter-se a elas, consentindo em adaptações ideológicas. É identificar os problemas reais para os quais as modas intelectuais vigentes oferecem soluções falsas – ou não – e, ao fazê-lo, desafiar os limites que eles impõem à ação e à resistência. É, portanto, responder às condições do mundo atual não como robôs felizes (ou infelizes), mas como críticos.”
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