Tem circulado nos grupos políticos da cidade, o vídeo da entrevista de Ricardo Vasconcelos, Presidente da Câmara Municipal de Aracaju, concedida ao programa Jornal da Rio, da Rádio Rio FM, onde anuncia sua saída do partido Redes Sustentabilidade, o motivo, segundo Ricardo, da sua saída é porque a Rede fez uma Federação com o PSOL e ele tem “diversas divergências da forma de atuar da politica do PSOL” e que o “PSOL quer fazer uma politica sectária, isolado” e que “não se resolve os problemas, achando que eu sou dono da razão” e que “política é uma somação de esforços” e que o erro do PSOL é “achar que só eles estão certos muitas vezes”
Pelo menos Ricardo é transparente e isso ele não esconde. A questão da forma de atuação da política do PSOL não é sectarismo, e sim que o partido tem um programa e uma posição de defesa dos trabalhadores, é um partido principísta e que tem lado de fato.
Se estamos em 2023 e muitas coisas mudaram, o que é verdade, também é verdade que muitos desafios e problemas das classes trabalhadoras permanecem os mesmos, que são os problemas do emprego, da moradia, da fome, da violência, da educação, do endividamento das famílias aracajuanas e tantos outros.
Eu acho que o principal mérito de Ricardo Vasconcelos na presidência da Câmara, é o destravamento da pauta de votação, ele não faz barganha em troca de apoio e por isso merece elogios. Mas vejamos o que acontece nas comissões da câmara, a Comissão de Constituição e Justiça e Redação é dirigida por setores conservadores e fundamentalistas que seguram os projetos importantes, propostos pela Vereadora Prof. Sônia Meire, como o projeto de Criação e Implementação Do Programa Municipal De Combate À Violência Obstétrica, o projeto que cria o Programa De Acolhimento Às Pessoas Em Puerpério e o projeto do Vale-Gás para mães solos e que ajudariam e muito a população da capital e criam todos tipos de argumento para o não prosseguimento, a estes e suas legendas de aluguel, não é dada a pecha de sectários.
Agora, se para fazer política tem que se sentar com André Moura, com Belivaldo Chagas, com Laércio Oliveira e Edvaldo Nogueira, pessoas que estão do outro lado dos interesses da classe trabalhadora, aí podem nos chamar de sectário. Porque essas pessoas já estão no poder em Sergipe e em Aracaju, há décadas e as coisas não melhoraram para uma parte importante do povo, sobretudo o periférico.
Outro ponto, é que vários projetos importantes propostos por outros partidos, na câmara, tiveram votos favoráveis tanto da ex-vereadora e agora Deputada Estadual Linda Brasil, quanto da atual Vereadora Professora Sônia Meire. Então, não se trata de ser uma esquerda birrenta, como alguns querem que acreditem que nós somos, nós somos de um partido que está sobretudo atento e que tem um lado, o lado de quem trabalha e constrói nossa cidade todos os dias. Não fazemos conchavo para manter nossas posições no parlamento e nem disputar qualquer posição no executivo simplesmente para mudar e manter tudo como está.
Política é somação de esforços para algum lugar, não é possível agradar André Moura, Laércio e os donos das grandes empresas da cidade e do Estado e ao mesmo tempo agradar quem precisa de terra para plantar, trabalho para pagar suas contas e de casa para viver. E nisso, a população de Aracaju pode ficar tranquila e confiar no PSOL porque nós não estamos à venda.
Igor Baima
Militante da Resistência /PSOL e Presidente do Sindiscose
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