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MOVIMENTO

Por nós, por todas nós. Salve a resistência da mulher negra brasileira!

Resistência Rio de Janeiro
Tomaz Silva/Agência Brasil
“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”
Angela Davis

Tereza de Benguela foi a liderança do Quilombo do Quariterê (atual Mato Grosso) durante o século 18. Sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas com a formação de uma comunidade democrática e livre. Em sua homenagem, o dia 25 de julho é oficialmente no Brasil o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Tereza de Benguela nos faz lembrar quem somos. De um lado, as mulheres negras são as que mais sofrem com o desemprego, a violência, precariedade e a violência. Por outro, somos 6 a cada 10 mulheres chefes de família no Brasil. Estamos na linha de frente das lutas por moradia, transporte, contra a violência policial e por um Brasil democrático e igualitário.

MULHERES NEGRAS NA LUTA CONTRA O FASCISMO.

A ofensiva da extrema-direita bolsonarista buscou acabar com os direitos e garantias sociais no Brasil. Eles buscam a morte, a violência e ditadura.  O fascismo e o racismo são duas faces do mesmo ódio, miram os mesmos alvos: democracia; os pretos e pretas; o povo trabalhador das ruas e favelas, a população LGBTQIA+.

Historicamente, as mulheres negras tiveram que se unir e organizar um grande movimento de resistência. Na luta contra o fascismo não é diferente. Só com unidade, organização e luta, poderemos derrotar a extrema direita em uma luta em defesa da vida de todos os trabalhadores e trabalhadoras.

No dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e dia nacional de Tereza de Benguela no Brasil, marchamos: por todas nós, pela vida da juventude negra, pelo fim do fascismo, do racismo e pela transformação socialista deste país!

PARA O BRASIL AVANÇAR COM AS MULHERES NEGRAS, LUTAMOS POR :

1. Políticas públicas para geração de emprego e renda. Combater o desemprego das mulheres negras e garantir o acesso à empregos de qualidade é fundamental para superar a desigualdade estrutural de gênero e raça no Brasil. É fundamental a reserva de vagas nas universidades e concursos, mas é importante assegurar políticas públicas para fomentar o emprego das mulheres negras no mercado de trabalho no Brasil.

2. Revogação da reforma trabalhista e combate à precarização do trabalho. A Reforma trabalhista acabou com muitos direitos trabalhistas e fomentou o crescimento de trabalhos sem direitos. As mulheres negras são as mais prejudicadas com empregos precários, sem carteira assinada e sem garantia social. Precisamos garantir a valorização do trabalho da mulher negra no Brasil.

3. Eliminação da escravização contemporânea. O trabalho escravo não acabou no Brasil. No Rio de janeiro, uma idosa foi resgatada após 72 anos em situação análoga à escravidão. O combate ao trabalho escravo exige o fortalecimento da fiscalização pelo Estado e também o combate à desigualdade social que vitimiza as trabalhadoras e trabalhadores.

4. Efetiva implantação da educação antiracista nas escolas públicas. O combate ao racismo exige um enfrentamento à cultura e educação racista que ainda é perpetuado nas escolas públicas. Não é ensinada a histórica de luta e resistência de Tereza, Dandara, Aqualtune e tantas outras mulheres negras brasileiras. Precisamos implementar a Lei nº 11.645, que torna obrigatório também o ensino da história e da cultura indígena nas escolas brasileiras.

5. Garantia de direitos reprodutivos às mulheres. Precisamos garantir educação sexual nas escolas, acesso gratuito a contraceptivos e o direito ao livre exercício da escolha sobre ter ou não ter filhos. O aborto inseguro é das principais causas de morte materna. A maioria dessas  mulheres é negra, têm entre 16 e 35  anos, muitas destas têm filhos, baixa renda mensal, pouca escolaridade formal e vivem em periferias. Garantir aborto seguro e gratuito é assegurar às mulheres pobres o acesso à direitos reprodutivos e combater a morte materna. 

6. Fim do genocídio da juventude negra e por uma política de segurança pública que garanta o direito à vida. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), as polícias do estado do Rio de Janeiro mataram 1.327 pessoas no ano de 2022, isso representa um terço de todas as mortes violentas na federação. Precisamos derrotar essa política de morte com a desmilitarização das polícias, fim da guerra às drogas e reparação social às comunidades afetadas.

9ª MARCHA DAS MULHERES NEGRAS

A Marcha das Mulheres Negras 2023, que acontece no próximo dia 30, às 10h, na Praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, tem como tema Mulheres negras unidas contra o racismo, contra todas as opressões, violências, e pelo bem viver.

 

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