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MUNDO

Diante da morte de Hebe de Bonafini

Opinião Socialista, Buenos Aires (Ar), tradução Célia Regina Barbosa 
Reprodução/Redes sociais

Faleceu no dia 20 de novembro, aos 93 anos, Hebe María Pastor de Bonafini, presidenta da Associação Mães da Praça de Maio, mãe de dois filhos e uma nora desaparecidos pela ditadura cívico-militar-eclesiástica, e referência de luta pelos direitos humanos do país (na Argentina) e no mundo.

O papel que exerceram as Mães, e Hebe como uma de suas principais referências, durante a ditadura primeiro, e durante a democracia depois, foi fundamental para apontar para as mudanças políticas, sociais e democráticas conseguidas com a luta e a mobilização popular, desde as liberdades recuperadas e a condenação dos genocidas, até os novos direitos que puderam ser conquistados com a mobilização.

O fato de que centenas de genocidas paguem com a prisão as atrocidades cometidas, da condenação social à ditadura militar, da defesa das liberdades democráticas diante dos atropelos do estado e suas instituições, entre outras tantas, foi conseguido graças a essa luta pela memória, verdade e justiça, da qual as Mães são um exemplo reconhecido mundialmente.

O lenço branco das Mães se tornou, com o tempo, um símbolo de luta contra todas as injustiças sofridas pelos setores sociais explorados e oprimidos, e seu exemplo de resistência contra a ditadura, no início solitária, foi ganhando o coração do povo, que em cada manifestação onde elas aparecem canta para elas “Mães da Praça, o povo as abraça”.

As diferenças com decisões políticas de Hebe de Bonafini e outras Mães ou Avós não serão motivo para não expressar nosso sincero pesar por sua morte a seus familiares, à Associação Mães da Praça de Maio e a todas as pessoas que, nesta hora, lamentam sua perda.