No último sábado (30), a Convenção da Federação PSOL-REDE, respaldada pela executiva estadual do PSOL e a direção estadual da REDE, deliberou por abrir negociações para coligação eleitoral com a Federação PT-PCdoB-PV, com o objetivo de unificar os partidos que estão com Lula na campanha de Requião para governador.
Saudamos esta decisão e avaliamos como necessária, responsável e correta. Apesar de ambas às Federações já estarem com discussões bastante avançadas na construção de suas chapas e de termos demorado em abrir esta possibilidade de coligação, todo o esforço político é válido no sentido de unificar a esquerda nas campanhas majoritárias Lula e Requião para derrotar Bolsonaro, Ratinho Jr., Moro, Álvaro Dias, a extrema direita e o lavajatismo.
Após negociações esta semana, a proposta apresentada foi de coligação na candidatura de Requião e manter duas chapas de Senado com mesmo peso político e visibilidade, construindo ainda algumas dobradas prioritárias nas proporcionais, com figuras públicas fortes, para deputados federais e estaduais. Esta também é a tática, configuração eleitoral que o partido adotou em SC e RJ.
Diante da situação política difícil e considerando o atraso que tivemos em buscar efetivamente essas negociações, avaliamos que a proposta é boa e deve ser aceita.
A correlação de forças política e eleitoral exige unidade nas ruas e nas eleições
O contexto político do país é muito grave. O golpismo bolsonarista está em marcha, visa mobilizar as massas reacionárias do campo da extrema direita, na perspectiva de viabilizar o ambiente político de golpe contra o resultado das eleições, é isso que pretendem com o ato reacionário convocado pra 7 de setembro. A carta aos brasileiros e brasileiras, que teve ampla adesão num espectro amplo das forças políticas e sociais do Brasil, é o sinal de que a situação política é perigosa.
No Paraná, Ratinho Jr. representa a coalizão de extrema direita que aplica a mesma política de Bolsonaro em nosso estado. Esta candidatura aglutina direita, extrema direita, bolsonarismo e lavajatismo, com o objetivo de derrotar a esquerda e os movimentos sociais, para manter o projeto de destruição das conquistas sociais, dos serviços públicos, do meio ambiente e da democracia.
A conjuntura nacional e estadual exigem uma política que localize o PSOL PR e sua militância socialista junto ao movimento de massas de esquerda que estará nas ruas na campanha de Lula pra derrotar Bolsonaro e de Requião pra derrotar seu aliado Ratinho Jr. Nosso partido precisa contribuir nesta mobilização nas ruas e na disputa pelo voto.
Já são mais de uma centena de Comitês Populares de Luta em todo estado, todos estarão mobilizados para a disputa nas eleições. Em Curitiba são quase 70 Comitês Populares já organizados, que unifica a ampla vanguarda que estará conectada às massas populares pra tentar derrotar a extrema direita.
Ainda há tempo de mudar a política do partido. É preciso refletir sobre isso. É preciso mudar a política e orientar corretamente a militância socialista do nosso partido e esta responsabilidade está sob os ombros da direção majoritária do PSOL PR. É necessário e possível localizar nossas candidaturas proporcionais neste grande movimento que estará mobilizado nas ruas durante a campanha, pra disputar o voto neste espaço de esquerda que está se ampliando no Brasil e no nosso estado. Temos que evitar o isolamento do PSOL PR nessas eleições que serão as mais importantes desde a redemocratização com a CF de 88.
No Rio Grande do Sul, a Direção Estadual do PSOL mudou a política e corretamente decidiu compor a aliança eleitoral com a Federação PT-PCdoB-PV. Precisamos da mesma atitude política aqui no Paraná. Ainda há tempo de salvar o partido de um grave erro político.
Confiamos que esta reflexão e mudança de rumo ainda é possível no Paraná.
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