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MOVIMENTO

Sindicato dos Trabalhadores da USP lança campanha de filiação

André Valuche

Fundado oficialmente em 1979, o Sindicato dos trabalhadores da USP começou as suas atividades em 1978. Contudo, por conta da vigência da Lei de Segurança Nacional que punia com 6 anos de prisão funcionários públicos que se reunissem para fazer greve, permaneceu semi clandestino até a Lei de Anistia (1979). Em 1988, com uma assembleia histórica com mais de mil funcionários, a antiga Associação de Funcionários da USP (ASUSP) foi transformada em SINTUSP e desde então, o sindicato está presente em todas as lutas das trabalhadoras e trabalhadores da USP.

O Sintusp abriu mão do imposto sindical, por acreditar que a filiação das trabalhadoras e trabalhadores tem que ser pelo convencimento e pela conscientização da categoria, pois é necessário o debate sincero com a classe trabalhadora e depender exclusivamente da organização da categoria, sem depender das estruturas do Estado. E, para manter esse legado e  história e continuar na defesa das trabalhadoras e trabalhadores da USP, o sindicato necessita de apoio político e financeiro. Se faz necessário manter a sede do sindicato com estrutura de materiais e espaços em todos os campi da Universidade de São Paulo.

Sendo assim, o Sintusp lançou neste mês de Maio uma campanha para filiação em massa, para que toda a categoria de trabalhadoras e trabalhadores técnicos administrativos se filiem. Há inúmeros relatos de pessoas que necessitaram do apoio do Sintusp para conseguirem boas condições de trabalho e para se defenderem de assédio moral, muito recorrente na Universidade. As trabalhadoras e trabalhadores podem testemunhar a importância deste instrumento de luta, como o relato de Simony dos Anjos, trabalhadora da Faculdade de Filosofia.

Campanha de filiação de Sintusp: porque eu sou filiada?

Simony dos Anjos

Eu me filiei ao Sindicato dos Trabalhadores da USP depois da primeira greve que acompanhei como trabalhadora da universidade, em 2014. Uma greve histórica e vitoriosa para as trabalhadoras e trabalhadores da USP. No encerramento da greve, após as negociações de encerramento sabíamos que todos ganharam, porque companheiras bravas e companheiros bravos lutaram por todas as pessoas que aqui trabalham, sejam celetistas ou terceirizados.

Após a minha filiação, eu nem sei quantas lutas lutei ombro a ombro com nosso sindicato, tanto na Faculdade de Filosofia (FFLCH), como nas grandes lutas com todas as unidades. Eu tenho uma relação de  confiança com nossa diretoria, e todas as vezes que tive questões a serem tratadas por conta do meu trabalho, o Sintusp esteve presente.

Aprendi com o Sintusp que a solidariedade entre nós é organizativa, quando estamos ombro a ombro com quem está sob ataque, protegemos todas as pessoas dos ataques. Mostrar força e organização é a melhor maneira de nos defender dos ataques às nossas demandas feitas pela Reitoria e pelos dirigentes de unidade, que são muitos. O Sintusp esteve na luta pelas creches, pelo Hospital Universitário, pelo colégio de Aplicação, e tantas lutas que não interferem apenas no nosso trabalho, mas na qualidade de vida de nossas famílias, também.

E hoje, nosso sindicato precisa de nós, das nossas filiações e apoio! Sozinhos não conseguiremos condições dignas de trabalho, para além das reposições salariais, luta central do sindicato, lutamos por condições sanitárias no retorno presencial, contra o assédio moral no ambiente de trabalho e por contratação, já!

E só vamos superar todos os problemas que encontramos na USP, se nos filiarmos e fortalecemos o sindicato que é nosso instrumento de luta! É muito simples para se filiar, entre neste site: https://www.sintusp.org.br/filie-se/ e preencha o formulário. Você pode, também, ligar no sindicato: (11) 3091-4380 e pedir que a representação sindical vá até a sua unidade e te leve a ficha de filiação.

Se na sua Unidade não tiver um representante do Conselho Diretor de Base, você pode ser um CDBista e ajudar a organizar a luta no seu espaço de trabalho contra assédio e por condições dignas, é importante que nenhuma trabalhadora ou trabalhador se sinta sozinho, ainda mais neste momento de governo Bolsonaro em que nossos direitos estão na mira e que só temos uns aos outros para nos defender!

Como eu disse, a política do sindicato é o elo entre as demandas nacionais dos trabalhadores e as nossas demandas locais. Eu entrei no sindicato por questões pessoais de trabalho, e tive apoio imediato! E, para além disso, foi no Sintusp que aprendi, e aprendo, sobre a solidariedade entre todas as pessoas que trabalham no Brasil, e no mundo. Foi no Sintusp que aprendi que Junto Somos Mais Fortes! Filie-se.

Simony dos Anjos
Trabalhadora da Faculdade de FIlosofia, Letras e Ciências Humanas