Pular para o conteúdo
BRASIL

Conferência Nacional do PSOL decide por voto em Lula Presidente, apesar de Alckmin, para derrotar Bolsonaro

Declaração política do Campo PSOL Semente

Por Resistência, Insurgência, Subverta e Coletivo Carmem Portinho, correntes internas do PSOL

O PSOL acaba de realizar, neste sábado (30), a sua Conferência Eleitoral, evento que definiu a tática eleitoral e o programa defendido pelo partido em 2022. Os 61 membros do Diretório Nacional, por maioria absoluta e com apoio das correntes que compõem o campo PSOL Semente, decidiram pelo voto em Lula Presidente desde o primeiro turno para derrotar Bolsonaro, apesar de Alckmin.

A decisão do PSOL sobre a tática eleitoral em 2022 responde corretamente a um momento excepcional da história do Brasil. Bolsonaro é o primeiro presidente abertamente fascista desde o fim da ditadura militar e seu governo genocida foi o principal responsável pela morte de mais de 660 mil pessoas na pandemia. Está em curso a aprovação de um programa sem precedentes de destruição econômica, social, ambiental e de direitos trabalhistas e democráticos. Como resultado, o país vive uma tragédia que se estende à deterioração das condições de vida, com alta na inflação e no desemprego e queda na renda. O país está de volta ao mapa da fome.

A candidatura de Lula é a única com condições de derrotar eleitoralmente o candidato da extrema direita. Por isso, as eleições de 2022 serão polarizadas e tendem a assumir um caráter plebiscitário entre Lula e Bolsonaro. Seu desfecho é incerto e não será um passeio. Nesta cena, o PSOL tem um papel a cumprir e sua militância aguerrida fará a diferença em comitês com Lula Presidente pelo país. 

O destino do PSOL é inseparável do destino da classe trabalhadora. Por isso, aprovou-se na Conferência a tática mais adequada, ou seja, aquela que traduziu os arranjos e meios concretos para derrotar eleitoralmente Bolsonaro.

Realizando uma campanha aguerrida, o PSOL precisa manter sua independência política e, na Conferência, deu três passos importantes nesta direção. O primeiro foi a continuidade da crítica ao Alckmin, um representante burguês na chapa de Lula. Alckmin jamais será nosso companheiro. O segundo foi reconhecer que, com Alckmin, Lula não assinará um programa capaz de responder às necessidades da classe trabalhadora para a superação das crises. Por isso, muito além do que seja possível negociar com o PT, o PSOL aprovou a apresentação de seu programa, sua visão para um governo de esquerda e as medidas necessárias para enfrentar a crise com coragem, com enfrentamento às elites dominantes e seus privilégios.

O terceiro passo foi a aprovação de uma resolução contrária à negociação de cargos em um eventual governo Lula-Alckmin, que diz que o PSOL não tem lugar em governos de conciliação de classes. Para nós, a militância pela vitória de Lula não significa que o PSOL deva participar de um eventual governo Lula-Alckmin, caso eleito, ou de qualquer governo estadual e municipal das coalizões do PT com a burguesia. Somos categoricamente contra a participação do Psol num eventual Governo Lula. Temos um balanço do passado e não nutrimos expectativas de que vamos mudar o Brasil em alianças com Alckmin, a direita e a burguesia.

A Conferência eleitoral do PSOL abriu alas para colocar o partido no rumo certo nestas eleições. Nada colabora mais com a revolução socialista do que derrubar um presidente fascista do poder. O campo PSOL Semente fez a diferença para que esta decisão fosse tomada. Assim como fizemos a diferença para as resoluções que melhor posicionam o PSOL com coerência na preservação de sua independência política – luta que percorre toda a sua história. Estaremos na linha de frente para que todas as resoluções sejam postas em prática.

Resistência
Insurgência
Subverta
Coletivo Carmem Portinho

 

LEIA MAIS

PSOL oficializa apoio à pré-candidatura de Lula à Presidência da República, por PSOL Nacional

Eleger Lula para derrotar Bolsonaro, apesar de Alckmin, editorial do Esquerda Online